sábado, 7 de abril de 2012

Liberdade religiosa quem a tem chama-lhe sua.

Se passarmos os olhos pela lei da liberdade religiosa ,de 2001, que foi aberta às comunidades existentes no país, ficamos aliviados com esse direito fundamental das cidadanias. Permite, inclusive , que eu possa manifestar  o meu ateísmo, de forma racional e acente na lógica do meu pensamento sem que traga para os outros , algo de gravoso. Por compreender os meus modos de estar na vida e porque sei que sou diferente mas igual com os outros,sou absolutamente pela liberdade de consciência, em que o culto de cada cidadão seja de todo inviolável. Parto do princípio que as religiões não sejam um atentado à liberdade das comunidades,algumas organizadas na violência como se vê por esse mundo fora, ora isso entendo intolerante e detestado, e com este tipo de comportamentos não há ecumenismo que resista a um diálogo mútuo e fraterno, capaz de superar as diferenças históricas, os próprios crimes da Igreja Católica , em busca da verdade que nos liberta para o bem comum de um todo e não uma parte. 
Certo dia em Marraqueche, julgando que estava em minha casa e que não devia respeitar a religião de um país que me acolheu, e quando entrava numa mesquita de sapatilhas, fui impedido de o fazer calçado, o que foi para mim uma grande lição de humildade e compreensão por aqueles que não têm os mesmos hábitos de religiosidade que eu tenho, equilibrados,sem fanatismos e com a normalidade das minhas idas á Igreja.Entendo assim que as religiões deviam aproximar-se e desenvolver programas junto de outras vocações, cabendo aos crentes a responsabilidade de valorizar o que pensa no bem comum da sua religião e não as guerrilhas atrofiadas de recalcamentos e vinganças.
Do meu modesto ponto de vista e sem o espaventoso culto da personalidade ou do individuo que faz de si a bajulação,colocando de um lado os bons e do outro os maus, que encobre muitas mazelas de carácter e pacífica convivência, as religiões têm dentro de si a sua suprema urbanidade aos que dão a cara por elas e dentro das limitações de cada um, sou a favor da liberdade de consciência e não compreendo de modo algum os que perseguem as opções de fé e dão mostras de uma terrível inferioridade de adaptação às outras formas do pensamento e à sua prática. Desde e que essa prática nos traga a tolerância e o crescimento cívico e religioso das pessoas, o que não acontece em regimes totalitários que não suportam esta diversidade nas cidadanias, como aconteceu com o Salazarismo, mesquinho e fechado que só tinha espaço para o catolicismo e que catolicismo praticou a Igreja ? O medo nas gentes rurais ,porque libertar o povo para a verdadeira fé e obras de Jesus Cristo era perigoso para os privilégios que usufruíam nessa época e ainda hoje ,mas nada é como nesse tempo, convenhamos.
Em 1948, declarou-se a universalidade dos direitos humanos , teoricamente é um belo documento, mas o pior é que tenho muito receio dos teóricos e dos seus discursos , porque falar é fácil, muito pior é quando se lavam na água que sujaram e não conseguem dar um passo num universo que deveria ser , ou fazer-se um esforço, para aceitarmos as diferenças e assumirmos na prática os seus ensinamentos. O falecido padre Arménio, da Figueira da Foz, que me levou algumas vezes a escutar a sua belíssima mensagem de solidariedade e que não a mencionava só para grupos, ou individuos, pois tinha a visão do universalismo e do entendimento na aproximação do que venho opinando, disse em plena Igreja, que tinha sido abordado na rua por uma testemunha de Jeová, parou,escutou, aceitou as revistas e disse que era padre católico num contacto de simpatia e respeito pela testemunha de Jeová. A verdade é que na sua homilia não deixou de exemplificar o facto, afirmando que os católicos não fazem este tipo de aproximação com a sua religião pelas ruas
e o padre Arménio não caiu do altar com esta manifestação de fraternidade, ficou lá seguro deste exemplo que me serviu para limpar as minhas teias de aranha em relação aos que não pensam como eu penso.

Um comentário:

  1. Domingo, 8 de Abril de 2012
    Um Domingo de Páscoa também para ti...

    Também em muitas vezes olho para o céu...
    Procuro um sinal que seja e não o vislumbro...
    Talvez não o mereça e por isso nunca brilhará para mim...
    Mas só por tudo o que minha mãe acreditou em ti valeria a pena seguir o caminho também...
    Eu quero...mas a única emoção que me toca é seguir o bem sem saber se existes...
    E essa foi uma parte da lição que ela sim me deixou...
    Para ela tu existes mesmo...
    mas nunca me conseguiu dizer como lhe floresceu essa convicção na alma...
    Só dizia que esse era o mistério que cada um tinha de desvendar,
    e por isso continuo a caminhar na fé inabalável de um dia te poder sorrir...
    Por aqui vou ainda num breu,
    onde por mais que o bem espalhe maior confusão encontro...
    Talvez até "as dúvidas" me assolem mais
    do que "a atenção" no bem que outros não têm me chegasse para consolo...
    Mas é essa a minha dúvida,
    e esse o meu maior dilema...
    Quando te procuro não o faço só por mim,
    mas por todos aqueles que conseguem amar a paz...
    Bom "Domingo de Páscoa" Jesus Cristo
    e também a todos os que no mundo te seguem...
    ou não seguem...
    e quem sabe um dia te encontrarão...





    Custódio Cruz
    Publicada por Custódio Cruz em Domingo, Abril 08, 2012

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