Todos os dias sou a minha decadência. Se quiser pensar e entender, a minha natureza diz-me que sou assim mortal, porque todos os dias sou a sombra do que fui, continuadamente em decadência e sem azedume por por tal realidade. Esta fotografia e o momento em que a vivi com a minha mulher, na Nazaré, foi há um ano, um passeio num dia feliz; outros tem surgido, mas aquele foi um momento marcante para nós, hoje já distante, mas que será memória, até que a natureza me mostrará um dia, ela a suprema rainha, que todos os meus momentos vividos ficaram para trás e até esquecidos, porque tudo se dilui na poeira do tempo. Pensar assim dá-me uma certa calma, e ajuda-me a perceber que sempre é possível vencer as dificuldades, com maior ou menor boa vontade, mas sem ódios ou invejas à mistura. Porque a felicidade pode estar ao nosso alcance, mesmo em situações e lugares sem luxos, mesmo num simples passeio; e viver em paz a minha natural decadência, amanhã mais acentuada mas já hoje notória, e a sentir-me bem, identificado com a realidade da mesma.
A decadência vive connosco, e de modo insidioso vai fazendo a sua obra. Nem pensamos nisso, mas ela acaba por ser evidente, é tudo uma questão de tempo. É a vida, no seu pior.
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