Não necessito da quadra natalícia ou outras oportunidades espirituais para me confessar e deste modo purgar as minhas impurezas e demónios.
Da última vez que me confessei, já lá vão 45 anos, vim de Lisboa e confessei-me ao amanhecer, em Montemor. Estava em causa o meu casamento com a Dília,dia de jurar para sempre que na saúde e na doença, iríamos até ao fim. Mas existem muitas confissões. E hoje estou em maré de confessar. Estamos numa quadra em que aliviar a consciência, antes ou depois de enfardar até fartar, dá para discursos de bondade a favor dos pobrezinhos, coitados, principalmente é esse o falatório dos nossos queridos políticos. Sem complexos de perseguição vos digo que ao longo destes anos da revolução estes senhores do poder cometeram um verdadeiro crime com os dinheiros públicos e com gastos irresponsáveis, arruinando por completo a estrutura do Estado.
Confesso-vos hoje que tenho a minha culpa por ter votado,não agora, mas há muitos anos nesta armadilha socialista, mas o arrependimento no homem novo tem sempre espaço para dizer não a estes obreiros das misérias que poderiam ter nascido noutras paragens e não neste bonito país.
Não me preocupam os ricos e nem os invejo por chegar aos 70 anos e precisar de trabalhar para viver com dignidade.O que me preocupa é sentir que relembrando o tempo do Salazarismo, contestatário do sistema social dos que trabalham, observe que muitos hoje sejam cada vez mais pobres e que a classe média esteja a sobreviver sem esperança de melhor futuro.
O eleitorado tem culpa e esta cambada política está como o peixe na água, porque sabe que mesmo com o país a sangrar os cidadãos são incapazes de assumir com o voto o desejado pontapé de saída destes gajos que alimentam o culto da pouca vergonha, que me acusam dizendo que devo ter vergonha por haver pobreza em Portugal.Uma afirmação patética e burlêsca! E foram estes merdas que se serviram da democracia para atingir os seus encantados tesouros e hoje sentados no mundo dos negócios transformam-se em poderosos do vil metal.Há dias um amigo que muito preso pela sua honestidade e princípios éticos de justiça social, dizia-me que eu só falava mal de Cuba, para mim outra sociedade a justificar mudanças, afirmando-me que esta classe nascida com o 25 de Abril, tem comportamentos anti-.sociais que faziam corar Salazar. É certo que foi outra época, mas é profundamente triste que se faça esta comparação que não abona ao carácter dos Soares e Almeidas, porque temos um viveiro de políticos que vivem das palavras e pouco dos sentimentos delas. Mas o povo tem culpa, e eu já a tive, mas hoje aprendi com os meus erros e ingenuidade que votar nestes oportunistas é o mesmo que traír-me socialmente
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