domingo, 3 de maio de 2015

O telefone tocou depois da meia noite.


Era mais de meia noite. A minha mulher ainda longe de ir prá cama, surpreendeu -se  com o barulho do telefone e atendeu a chamada. Eu não ouvi nada...
O  primeiro sono é tão profundo, uma especie de gene, julgo eu que não percebo nada de genoma, mas dá para entender  que não chega um estrondoso foguete para me acordar, a poucos metros da minha estranha sonolência, coisinhas de humanos, pois claro, porque a partir  daí é uma espertina do diabo no resto da noite.
Entre Portugal e o Caribe, a diferença situa-se nas 5 horas, logo o meu El Mano Gilberto Maura e a famila Milagros, tenham tido dificuldades em acertar o fuso horário, o que levou a minha”patroa” ao atendimento da primeira comunicação, quando nas primeiras horas de sono não estou para ninguém.
È de casa do Olímpio ? Sim é. Respondeu a minha mulher. Mas  ele está a dormir e se o vou acordar  fica embirrento por largas horas, não sei se o faça. O certo é que eu não dei por nada a metros de distancia daquela conversa entre a minha mulher e os meus camaradas cubanos.
No sábado (8 horas em Portugal ) (3 horas em Havana ) de novo o telefone a tocar de longe muito longe..
Bom dia, respondi, já acordado á muito tempo.
Olímpio, sou o El Mano Gilberto e pouco depois vozes femininas da família Milagros, que me deixaram só espaço para me rir á gargalhada, dizendo: seus malandros, seus isto e aquilo, vou ai qualquer dia, abraços, numa complicidade alvoraçada no que me resta e não quero perder, a criança que vive dentro de mim ! Tratam-me e á minha mulher, como família, de modo que esta minha alegria de os escutar só deu para rir, rir e dizer coisas ao acaso, prometendo voltar um dia?
Resta acrescentar que tudo isto de deve ao casal Francisco Sanchez (Freguesia de São Pedro )  viajaram para Havana, entregando umas lembranças para as crianças, também da minha Clarinha e da Silvana Grilo, reunindo-se no Copacabana, onde as nossas orelhas ficaram a arder, mas com amizade e sentida fraternidade entre pessoas de línguas diferentes e sentimentos iguais

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