Escrevo sobre as minhas histórias associativas,que não do crime e do triste caso da Casa Pia,num país que nos orgulha mas muito mal frequentado por alguns, e onde a autoridade tarda em impor-se pela lei e pela grei.Um dia destes falei-vos dos bolos que os jogadores da Figueira e que jogavam em Montemor,comeram ao bom do proprietário da carrinha.Sendo assim vamos á historia do Antonino Leal,fundador do Atlético Montemorense em 1939,hoje com 90 anos acamado em Montemor e em sua casa. Tinha um complexo constante contra os árbitros quer o Clube ganhasse ou perdesse,face a uma contestação que fazia parte da sua paixão pelo muito que queria para o Atlético. Certa noite assisti ao programa a Liga dos Últimos,na R.T.P.,sobre o Montemorense e quando reparei no meu amigo Antonino a ser entrevistado para dar a sua opinião,logo pensei lá vêm os arbitros,querem ver?E assim aconteceu porque lhe estava na massa do sangue.Mas não era odioso,era assim a sua paixão.Respeitava-o pelo simbolismo que representava no clube e porque o acompanhou até a saúde o ter permitido.Num Domingo de Inverno no Campo do Enxofães,rodeado de imensa floresta,estávamos junto à linha lateral, em cima de uma ribançeira e o meu companheiro Antonino iniciou a sua contestação: seu este seu aquele;olha o fora de jogo e outras cenas que não vem a propósito porque a grandeza dos homens está na compreenção dos fenómenos e no seu perdão.Eu disse-lhe: Antonino,olhe que isto pode dar para o torto,tenha cuidado porque a G.N.R. está de olho em nós.Dizia ele: Lá está você com medo!Mais isto e aquilo.Às tantas vejo o auxiliar a falar com a autoridade e a olhar para nós e já a movimentarem-se na nossa direcção.Aproximei-me do seu ouvido e disse-lhe: Antonino fuja que eles vem aí!E quando eles chegaram junto daquele grupo já o grande amigo do Atlético estava engolido pela floresta,dando à perna porque o caso poderia ser muito bicudo.A noite há muito que tinha caído sobre o vale e nós,os que o tínhamos acompanhado ao campo do Enxofães,gritávamos alto e o som ecoava na floresta:Antonino,Antonino, saia do mato porque já não está por aqui ninguém.Ainda hoje o vejo a subir um caminho lentamente,cansado e enlameado.
sábado, 24 de janeiro de 2009
Saia do mato!
Escrevo sobre as minhas histórias associativas,que não do crime e do triste caso da Casa Pia,num país que nos orgulha mas muito mal frequentado por alguns, e onde a autoridade tarda em impor-se pela lei e pela grei.Um dia destes falei-vos dos bolos que os jogadores da Figueira e que jogavam em Montemor,comeram ao bom do proprietário da carrinha.Sendo assim vamos á historia do Antonino Leal,fundador do Atlético Montemorense em 1939,hoje com 90 anos acamado em Montemor e em sua casa. Tinha um complexo constante contra os árbitros quer o Clube ganhasse ou perdesse,face a uma contestação que fazia parte da sua paixão pelo muito que queria para o Atlético. Certa noite assisti ao programa a Liga dos Últimos,na R.T.P.,sobre o Montemorense e quando reparei no meu amigo Antonino a ser entrevistado para dar a sua opinião,logo pensei lá vêm os arbitros,querem ver?E assim aconteceu porque lhe estava na massa do sangue.Mas não era odioso,era assim a sua paixão.Respeitava-o pelo simbolismo que representava no clube e porque o acompanhou até a saúde o ter permitido.Num Domingo de Inverno no Campo do Enxofães,rodeado de imensa floresta,estávamos junto à linha lateral, em cima de uma ribançeira e o meu companheiro Antonino iniciou a sua contestação: seu este seu aquele;olha o fora de jogo e outras cenas que não vem a propósito porque a grandeza dos homens está na compreenção dos fenómenos e no seu perdão.Eu disse-lhe: Antonino,olhe que isto pode dar para o torto,tenha cuidado porque a G.N.R. está de olho em nós.Dizia ele: Lá está você com medo!Mais isto e aquilo.Às tantas vejo o auxiliar a falar com a autoridade e a olhar para nós e já a movimentarem-se na nossa direcção.Aproximei-me do seu ouvido e disse-lhe: Antonino fuja que eles vem aí!E quando eles chegaram junto daquele grupo já o grande amigo do Atlético estava engolido pela floresta,dando à perna porque o caso poderia ser muito bicudo.A noite há muito que tinha caído sobre o vale e nós,os que o tínhamos acompanhado ao campo do Enxofães,gritávamos alto e o som ecoava na floresta:Antonino,Antonino, saia do mato porque já não está por aqui ninguém.Ainda hoje o vejo a subir um caminho lentamente,cansado e enlameado.
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