(Em Belém, Lisboa)
Quando eu vou para a tropa em sessenta,lá veio mais uma notícia do jornalista, agora ao serviço da Pátria. Foi por essa altura que abandonei Montemor e a Figueira mas não o jornalismo amador,sempre modesto,porque a graça está nisso,já que para escrever um parágrafo era uma enormidade de tempo.Confesso que a mania da comunicação me atormentou sempre e já em Lisboa escrevi um pequeno texto no jornal República,do grande antifascista Raul Rego,a denunciar a violência na escola em Montemor,pequena noticia que deu polémica na Vila,pois era um periodo em que o professor batia bestialmente nos putos,hoje é o contrário,enfim.Os democratas em Montemor assinavam a República,claro que era um Jornal da oposição ao Salazarismo e em Montemor,voltei a ser o Repórter Mabor,mas desta vez a mania tinha ido mais longe ao denunciar a brutalidade do senhor professor,já falecido e que esteja em paz.Quando em mil novecentos e setenta oito,regresso à Figueira como Cabeleireiro de Senhoras e me aproximo de Montemor e das Instituições,então sim,tenho uma história de paixão com o jornalismo amador,mas sentindo sempre a humildade de que a minha profissão estava na arte dos cortes de cabelo e a brincadeira dos jornais era uma fuga e uma emoção e nada ganhava com o meu amadorismo,apenas e só o prazer de comunicar. Jornal de Montemor,Correio da Figueira,Beiras, Diário de Coimbra,Gandâra Mira,então na Rádio Maiorca e Beira Litoral,foram anos e anos de coisas que me davam gosto e aprendizagem com os outros. E depois acabei mesmo por fundar o jornal Terras de Montemor e Região Centro, em 2002, que durante um ano esteve nas mãos dos leitores.
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