O pai morreu quando o jovem Jordão, tinha apenas 14 anos de idade. Um irmão de 7 anos e uma irmã, de 23 anos, viúva, situações muito graves em familias em que o Paí, assume o sustento da casa.
Neste quadro familiar ,em que pai, trabalhava com uma junta de vacas, transportando os fretes para Leiria, com partida dos Carvalhais e chegada aquela cidade, no outro dia de manhã, com paragem na Guia, para homens e animais descansarem, o pequeno Jordão, cedo percebeu a dureza que o esperava na sua juventude, ocupando com aquela idade o lugar que o seu Pai desempenhava até ao seu falecimento, contando-me a sua história com orgulho.
------Adiantou-me; Não era só o meu carro carregado de sal, outros na ordem dos 10 carros de vacas, faziam o mesmo percurso, dormindo nuns palheiros e com as ratazanas, a passarem junto á nossa cabeça, ainda dizem que agora é que isto está mau, ironizava um homem dos antigos e de tempos tremendos de sofrimento em famílias de poucos recursos, como hoje, mas com muitos crimes pelo meio. Carmino Jordão, agora com 80 anos, insinua; Naquele tempo não havia dinheiro e agora é só ladrões a meter a mão,As conversas com estes homens(incluo os do mar) são bastante exemplares e por isso lhes dou o seu valor social e humano, de gentes anónimas que fazem a história do nosso povo e não a miséria da casa dos segredos, aquela gente tem alma, caracter, devemos prestar-lhes homenagem.
O cansaço era tanto que na viagem de regresso, as minhas vacas já sabiam o caminho, Certo dia bateram com os cornos na porta do ´páteo, tendo vindo a minha mãe, a correr para ver o que se passava. Acordou-me em cima do carro e no meio da palha .Eu tinha adormecido e as vacas chegaram á nossa casa!
Pequenas ou grandes historias de vida, escutadas nas cadeiras dos barbeiros/ cabelereiros e que podem ser reveladas, ao contrário de outras em que o”confessionário” se deve reduzir ao secretismo.
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