Conheço um estabelecimento na Vila de São Pedro, que perdeu clientes por não escorraçar os marginalizados, só pelo facto de cheirarem, ao que que eles são, marginalizados e descuidados da sua higiene. O que revela a pior das hipocrisias desses clientes, quando os escutamos a defenderem os valores sociais e a pugnar por eles.São assim os falsos e estreitos inventores do que dizem e não sentem, muito menos fazem.. Vivem da escrita e das palavras com elevado estilo, mas o nojo para com estas pessoas é a sua negação como pessoas, o que me deixa a pensar! Será que o vento lhes levou o carácter das palavras? Será que não percebem que os outros percebem, o seu vazio social?
É verdade que muitos desses marginalizados, o são por vocação, assumindo um estado de vida pelas ruas das cidade, num método corrente do seu relacionamento com o desprezo de si e dos outros. O álcool, a droga, incapacidades para o trabalho, os divórcios, fazem o drama destas pessoas marginalizadas, julgando eu numa assumida consciência do seu próprio direito. Nenhuma revolução ou sistema de Estado, consegue fazer o desejado equilíbrio social destes marginalizados, Já vi muita pobreza em países adorados por alguns iluminados, mas protegidos pelas Instituições, como cá, e quantas vezes desprotegidas por sistemas governativos, como tem acontecido com este liberalismo capitalista, afastando o estado do que lhe compete no social, mas vou voltar ao principio da minha opinião, porque ser politico é ver o outro igual nos direitos e deveres, caminhando a par, em vez das tretas e mais tretas que ninguém acredita.
Há um cidadão que anda por aí diminuído pelo álcool. doença ou droga, percorrendo a cidade de ponta a ponta, caminhando só e de cabeça enfiada na estrada, solitariamente tristonho.
Um dia destes conversei com ele em Buarcos, Estas pessoas tem vida e sentimentos. Percursos de vida tormentosos e precisam que os escutem e eu fiquei a pensar na sua historia, triste historia a sua, porque me situou no que me disse e porque caminha só ao sol, á chuva e ao vento, estrada fora no seu destino, apetecendo sacudi-lo da sua queda social.
Depois. Também caminhei com a cabeça enfiada na estrada, falando com os meus botões, mas ao olhar para traz com espanto meu, outro individuo o acompanhava, afinal... coisa interessante e a justificar a minha curiosidade bem sucedida. Tinham entrado numa pastelaria, reparei com alguma distancia do local. Curioso, com aquela solidariedade, foi presenciá-los e ambos bebiam café com leite e comiam pão. Olhei-os com ternura e senti inveja de quem? Do individuo que venceu tabus e hipocrisias tais. Deixando-os, fui embora, mais aconchegado com a minha cusquice? Se Deus existir. sabe da minha esperança ao ver aquela atitude no apoio ao marginalizado pela ruas da cidade, e outras cidades onde morre a vida e a dignidade dos marginalizados com o meu desprezo, que não de muitos outros, felizmente. Bastava um euro meu e de milhões nos campos de futebol, bastava isso...
Publicado.D.C Beiras Voz da Figueira, coisa minha e de pouco relevo nos meus habituais desabafos.
O Cabeleireiro de São Pedro sempre teve jeito para a escrita, e não só (Mar Revolto de Vez em Quando), escreva um livro, eu compro. Podia-se ainda, já não vai a tempo, candidatar-se a Presidente da República pela CDU, eu votava em si. Ou o melhor é continuar a gravar as belas crónicas radiofónicas que me agradam tanto ouvir, já que cortar cabelos tanto do seu tempo lhe ocupa... "A Luta Continua" Aquele Abraço Camarada
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