Volvidas 6 horas, a ordem natural das luas determina as enchentes das marés, cobrindo aquele espaço a que chamam coroa, num enorme e transparente lago, navegável pelas pequenas embarcações.
A coroa ou o manto de areia, na maré cheia desaparece na imensidão da água abastecendo-se das variadas espécies, emergindo depois na maré baixa com o esperado produto, ansiosamente aguardado pelas gentes do mar e rio que dali fazem algum rendimento, tão necessário nas familias covagalenses.
Mas a coroa ou o manto de areia, tal como o mar, não é constante no seu bem fazer... e não raro trás a desgraça também. Quantos lutos são contados em terra de pescadores, tantos!
Ontem no velório do Sr. Rogério Afonso Ferreira, outra vítima da água, havia lágrimas, dor, e muito sofrimento entre os seus familiares, e amigos, não pude deixar de pensar, até com alguma revolta de como o mar é cruel , o mar, o rio, a fatalidade que espreita a cada momento, e nada a impede de progredir na destruição do ser humano. Neste caso dum homem bom, que merecia viver.
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