quinta-feira, 2 de julho de 2015

Os mascarados


Fui privilegiado pela minha profissão de uma longa vida.
Rodeou-me de espelhos, em todos os ângulos do meu trabalho. De frente e
para os lados, também de costas. Bastava voltar a cabeça, logo as minhas fuças se mostravam reflectidas nos espelhos.
Se os espelhos mostram ainda a minha carona e não mostram o meu coração, foi por aí a minha grande luta na procura de equilíbrios que raramente foram alcançados, mas foram essas dificuldades  em perceber os outros que assumi as minhas convicções mais que pobres e ainda por cima teimosas.
 De qualquer modo aprendi que entre o trigo e o joio, bastas vezes nesta erva daninha, deixei-me embirrar com muitas personagens que ao professarem o culto da superioridade, se protegem mascarados, enganando-se a si próprios, porque lhes falta a autenticidade e a sabedoria dos que vêem o mundo, não com a mascara, mas com a determinação em enfrentar a realidade e não terem medo de assumir os contraditórios das ideias
O pior que encontrei foram as  pessoas enfeitados com as suas mascaras e o receio de darem a cara ( só se for em frente dos espelhos) tornando-as personagens desdobradas e distorcidas da realidade do nosso quotidiano.
Claro que falo da minha experiência, sem a intenção de vos propor comportamentos, ou lições de ética, era o que faltava a um barbeiro que foi presenteado com o seu canudo ao domingo.
O que importa  é  a naturalidade das diferenças, quando somos capazes de mostrar a verdadeira cara e não  a mascarar com uma personagem que não capta o olhar direto de si para os outros, escondendo uma parte de si próprios.logo a seguir denunciadas
Na minha fracassada passagem pelo teatro, absolutamente por falta de talento, deixava nos bastidores o meu verdadeiro eu e assumia (tentava) o Tio Simplício, mas esta duplicidade de personagem só pode acontecer com vocações na arte, o que me remetia para uma representação num espaço de tempo, tendo sido um desastre, mas deu para perceber que só no teatro, posso despir o que tenho de mais importante, o caracter e a sua frontalidade na amizade e no respeito pelos outros.
Agora já reparam o meu sofrimento, se tivesse que deixar em casa o forte fulgor da minha rebeldia? Também polêmica e sempre em cima do meu pulsar. usando uma máscara no meu dia a dia?
Não; com defeitos vou caminhando, mas só por azar alguém me chamará de mascarado, se procuro não ir por aí

Um comentário:

  1. Caro amigo Olímpio Fernandes.
    Neste seu comentário perante si não me surpreende o que revela com seu percurso de vida, que do que tem revelado anda muito á frente não só como profissional com tantos atributos lhe tem sido confiados para o meu amigo por á prova sua competência
    O que me intriga bastante é gastar tempo com o que escreve que não lhe merecem a sum sinceridade, que não o aconselhava nunca em compactuar com mascarados.
    Todos sabem que um mascarado é aquele que toma café connosco ou janta e depois mandanos uma mensagem anonima para revelar a incompetência de dialogar com alguém, porque faltam os valore de não estarem perfilados em quem teve educação de berço, e que ponham a mão na consciência e vejam se querem ser comparados aqueles que são capazes de por os pés em cima dos pais para conseguirem e chegarem aos objetivos,

    Já o carnaval foi inventado para os mascarados para darem expansão aos seus desejos, que por vezes pensamos que falemos com um homem e afinal não se sabe, mas é a vida dos mascarados

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