Fui privilegiado pela minha profissão de uma longa vida.
Rodeou-me de espelhos, em todos os ângulos do meu trabalho. De frente e
para os lados, também de costas. Bastava voltar a cabeça, logo as minhas fuças se mostravam reflectidas nos espelhos.
Se os espelhos mostram ainda a minha carona e não mostram o meu coração, foi por aí a minha grande luta na procura de equilíbrios que raramente foram alcançados, mas foram essas dificuldades em perceber os outros que assumi as minhas convicções mais que pobres e ainda por cima teimosas.
De qualquer modo aprendi que entre o trigo e o joio, bastas vezes nesta erva daninha, deixei-me embirrar com muitas personagens que ao professarem o culto da superioridade, se protegem mascarados, enganando-se a si próprios, porque lhes falta a autenticidade e a sabedoria dos que vêem o mundo, não com a mascara, mas com a determinação em enfrentar a realidade e não terem medo de assumir os contraditórios das ideias
O pior que encontrei foram as pessoas enfeitados com as suas mascaras e o receio de darem a cara ( só se for em frente dos espelhos) tornando-as personagens desdobradas e distorcidas da realidade do nosso quotidiano.
Claro que falo da minha experiência, sem a intenção de vos propor comportamentos, ou lições de ética, era o que faltava a um barbeiro que foi presenteado com o seu canudo ao domingo.
O que importa é a naturalidade das diferenças, quando somos capazes de mostrar a verdadeira cara e não a mascarar com uma personagem que não capta o olhar direto de si para os outros, escondendo uma parte de si próprios.logo a seguir denunciadas
Na minha fracassada passagem pelo teatro, absolutamente por falta de talento, deixava nos bastidores o meu verdadeiro eu e assumia (tentava) o Tio Simplício, mas esta duplicidade de personagem só pode acontecer com vocações na arte, o que me remetia para uma representação num espaço de tempo, tendo sido um desastre, mas deu para perceber que só no teatro, posso despir o que tenho de mais importante, o caracter e a sua frontalidade na amizade e no respeito pelos outros.
Agora já reparam o meu sofrimento, se tivesse que deixar em casa o forte fulgor da minha rebeldia? Também polêmica e sempre em cima do meu pulsar. usando uma máscara no meu dia a dia?
Não; com defeitos vou caminhando, mas só por azar alguém me chamará de mascarado, se procuro não ir por aí
Caro amigo Olímpio Fernandes.
ResponderExcluirNeste seu comentário perante si não me surpreende o que revela com seu percurso de vida, que do que tem revelado anda muito á frente não só como profissional com tantos atributos lhe tem sido confiados para o meu amigo por á prova sua competência
O que me intriga bastante é gastar tempo com o que escreve que não lhe merecem a sum sinceridade, que não o aconselhava nunca em compactuar com mascarados.
Todos sabem que um mascarado é aquele que toma café connosco ou janta e depois mandanos uma mensagem anonima para revelar a incompetência de dialogar com alguém, porque faltam os valore de não estarem perfilados em quem teve educação de berço, e que ponham a mão na consciência e vejam se querem ser comparados aqueles que são capazes de por os pés em cima dos pais para conseguirem e chegarem aos objetivos,
Já o carnaval foi inventado para os mascarados para darem expansão aos seus desejos, que por vezes pensamos que falemos com um homem e afinal não se sabe, mas é a vida dos mascarados