Percurso profissional

Olímpio Cavaleiro Fernandes, nasceu em 1940 na povoação de Casal Novo do Rio, Montemor-o-Velho, distrito de Coimbra.

Oriundo de uma família dedicada ao amanho da terra, após a conclusão do Ensino

Primário, iniciou-se na aprendizagem de profissão de barbeiro em Montemor-o-Velho, apenas com doze anos. Naquela altura, em Montemor, existiam 4 barbearias e todas elas ministravam formação aos rapazes da terra que depois encontravam trabalho nas cidades vizinhas, Figueira da Foz e Coimbra. Olímpio não foge à regra e por volta dos catorze anos obtém o seu primeiro emprego na Figueira da Foz onde se manterá até aos vinte anos. Aos fins de semana regressa ao seu povoado e trabalha na sua própria barbearia, com as gentes do campo, cobrando 2$50 por cada corte e barba.

Ainda que apenas detenha o diploma da quarta classe, sempre sentiu atração por actividades ligadas à cultura popular e ao jornalismo. Inicía a sua primeira colaboração no jornal Figueira Spor, do diretor Aníbal José de Matos. Em 1958 constituia-se correspondente daquele jornal, em Montemor.

Aos vinte anos deixa a Figueira da Foz para cumprir o serviço na polícia militar em Belém. Depois da recruta dirige a barbearia dos Oficiais, conseguindo estabelecer boas relações com o Comandante do Quartel, que ali cortava o cabelo e fazia barba. Obtém autorização para sair do Quartel,depois da 5 horas da tarde, para aprender a profissão de cabeleireiro de Senhoras, em Lisboa. É assim que depois de abandonar o serviço militar desenvolve as suas competências como cabeleireiro de Senhoras, trabalhando com alguns cabeleireiros de prestígio da profissão, Casimiro e Caetano, João Carlos, adquirindo experiência numa escola de grandes profissionais.

Posteriormente estabelece-se em Braga no ano de 1970 com Salão de Senhoras próprio, o Dalva. Em 1979 abandona a região norte e vem estabelecer-se na Figueira da Foz que já conhecia bem. O salão situado no Bairro Novo, zona nobre da cidade, atinge enorme prestígio e os seus cortes tornam-se populares. Organiza eventos de divulgação da moda dos cabelos no espaço público durante o Verão, na Rua Bernardo Lopes e outro, no Jardim Municipal, que atraem para cima de 1500 pessoas pela novidade que constituiram ao tempo.

Torna-se membro da Associação dos Cabeleireiros de Lisboa e do Clube Artístico do Porto, mantendo excelentes relações com vários colegas e participa em vários festivais de penteados em Portugal e no estrangeiro, Paris,Costa Adriática.

Ao longo deste percurso profissional mantém interesses paralelos na actividade jornalística e associativa, em estreita ligação a Montemor-o-Velho. Funda, com Santiago Pinto, o Correio da Figueira, assumindo as funções de sub-diretor e colabora no Jornal de Montemor. Realiza o programa A Voz de Montemor, primeiro na Rádio em Montemor e depois em Maiorca, divulgando a cultura associativa e popular de Montemor e região. Dedica-se à promoção dos Concursos do Vestidos de Chita, em Montemor, e ao Atlético Montemorense. Publica um livro onde recolhe a sua história e colabora regularmente nos jornais as Beira e Diário de Coimbra com apontamentos sobre o desporto e acontecimentos relevantes de Montemor e suas gentes. Em 2002 funda o jornal Terras de Montemor e Região Centro que é publicado durante um ano com êxito.

Estabeleceu ainda diversos salões de senhoras noutros pontos da cidade da Figueira da Foz e arredores, e ainda em Montemor-o-Velho. Aos 63 anos de idade troca a actividade de cabeleireiro de senhoras pela de homens e inaugura um salão/barbearia de homens na Cova-Gala, Figueira da Foz, na margem sul do rio Mondego, em Dezembro de 2004. No Verão de 2011 ali realiza um show de moda e penteado ao ar livre que obtém grande adesão. Escreve com regularidade no seu blogue e no do Museu do Cabeleireiro divulgando, do seu colega Joaquim Pinto, a sua actividade profissional, mantendo sempre o contacto com antigos e novos colegas e a vontade de aprender mais sobre a sua profissão.