sábado, 29 de agosto de 2009

Montemor faz festa em Setembro.


Um dia destes um telefonema de Montemor,dizia-me para não me esquecer de estar presente na abertura do Stand do Atlético Montemorense,dia 3 de Setembro,e depois a 12 no jantar de aniversário do velho clube.Estou agora mais tranquilo quanto ao futuro do A.C.M.,temos uma direcção eleita por amigos do Montemorense e o aniversário aí está para ser comemorado; se nos recordármos que o clube esteve quase a desaparecer do espaço associativo em Montemor... Mas as festas de Setembro têm uma longa história no tempo e até a esta altura,estão inscritos 22 stands de comercio e industria,16 de artesanato,nove do ramo automóvel e 72 de associações e entidades locais.E temos o ciclismo,com a realização do troféu Internacional Alves Barbosa,e o xadrez,e tambem a feira do cavalo,e até uma corrida de toiros.Assim e a partir do dia 3 de Setembro todos os caminhos vão dar a Montemor, e eu com a familia vou matar saudades dos tempos idos, e recordar o que passou e já não volta...

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Recordações.


Ali juntinho ao Mondego
Há um recanto em sossego
Um pequeno casario,
Ao qual a mão de Deus deu
Tudo o quanto lhe merceu
O casal Novo do Rio.


Nessas sombras da paisagem
Seca a roupa junto á margem
Em frente,á casas caiadas,
Á noite há gente a rezar
Na eira o milho a secar
Há cheiro a terras lavradas..

Lembrando as suas memórias
A avó conta histórias
De tempos que já passaram
Na bilha á água da fonte
Alí no sopé do monte
As nascentes não secaram
O calor duma fogueira
Aquece o caldo da ceia
Onde não se sente o frio
Na arca não falta o pão
E na grelha assando vão
Os peixes que vem do
Rio.

Com as mãos entrelaçadas
Há beijos nas namoradas
Junto ás cinzas do borralho
Lá pela ponte velhinha
Chiam carros á noitinha
Que regressam do trabalho.

Nos currais dormita o gado
O seu sono sossegado
Na palha dos arrosais
Lá fora a noite escurece
E todos rezam uma prece
Os filhos beijam os pais.
Almas sãs em corpo são
Segredos do coração
De gente humilde maior!
São a vida,a Natureza
São quadros de beleza
Das terras de Montemor.


Nasci em 1940 no Casal Novo Rio,onde não havia luz nem água canalizada,mas existia o Mondego,um rio de águas límpidas, que hoje já não existe.As minhas gentes trabalhavam nas terras do nascer ao pôr do sol,havia só um rádio na mercearia e taberna do Ti-João.Foi ali que ouvi pela primeira vez um relato de futebol entre o Benfica e o Braga.O Benfica perdeu por um zero,e mesmo assim fiquei vermelho até hoje.Tudo isto por volta de 1947/48?Bom...volvidos vários anos encontrei o Santiago Pinto e com ele "caminhei" na rádio (local) e nos jornais de Montemor,e até fundámos o Correio da Figueira. Este trabalho em verso,li-o várias vezes nos meus programas de rádio, com musica de fundo; eu adorava,porque sentia naquelas rimas,em pormenor, a vida das minhas gentes;sempre fui um sentimental! Mesmo hoje,lembro a panela do caldo, que era de ferro,a fogueira,a cinza no borralho,enfim a vida na aldeia naquele tempo.Uma Hora à Beira do Mondego,foi o primeiro programa na rádio local de Montemor,com o Santiago que me levou para lá;também a Dilia,que gostava muito de poesia,e temas de Montemor.O Henrique Pardal estava na direcção de programas,havia interajuda,o programa cresceu,passou a ser Três Horas à Beira do Mondego.O Santiago deixou a rádio,mas continuou a escrever sobre Montemor,rimando como ele gostava,e nós semanalmente divulgávamos.Guardo alguns desses escritos,e decidi colocá-los no blogue. Guardo também a recordação dessas horas na cabine,nervos à flor da pele,risos,censuras mutuas,o Henrique apaziguador,era saudável aquele convívio.A vida tem um limite e estes amigos já partiram na viagem sem regresso,porém jamais os esqueceremos.



segunda-feira, 24 de agosto de 2009

O hino da SIT em Tavarede, até deu para emocionar

(Nota: afinal eram as comemorações 98º aniversário do Grupo Musical Instrução Tavaredense!As minhas desculpas!)
Numa destas manhãs de domingo e na companhia do Davis,um cão afectuoso e que como se diz ,só lhe falta o"falar",dei por mim em frente da sede da Colectividade em Tavarede.Nem sequer sabia que era dia de aniversário,mas o grupo de músicos e o içar da bandeira ao som do hino,envolveram-me rápidamente na cerimónia de teor associativo.Emocionei-me...Recordei o meu passado por Montemor em circunstâncias idênticas.Sempre dei valor aos fenómenos colectivos das instituições,e deles fiz parte.Mas hoje estava em Tavarede,onde a escola associativa é um valor por demais conhecido.E se os músicos avançaram pelas ruas,anunciando mais uma festa de aniversário,também eu (com o Davis pela trela) me coloquei na retaguarda para os acompanhar, já sentindo a festa como fazendo parte dela. Saudável boa disposição nestes momentos fantásticos,que nos tornam mais humanos "mais perto uns dos outros".... Apróximámo-nos da rua principal de Tavarede,os músicos formaram em frente da casa da família Cordeiro: Sr.José Cordeiro,(86 anos),esposa OtÍlia Medina,e sua filha,a Lita,(como carinhosamente é tratada)pessoas integras e grandes valores também no Teatro de Tavarede.Por isso ali estavam(os músicos) com os normais cumprimentos, traduzidos nos acordes do hino,que em silêncio e respeito todos ouvimos. Eu com o Davis ,encostei a um canto,completamente integrado em homenagem às três figuras que são relevo na história da Sociedade Instrução Tavaredense.A minha emoção voltou forte,mas quando notei o Sr.José Cordeiro a limpar a teimosa lágrima,dei por mim a caminhar para ele,tambem de lágrima no olho,e só sube dizer-lhe:"Obrigado Sr José por este belo momento da sua vida e da minha também.Só o vosso exemplo já é um valor!"
Para saber mais sobre Tavarede:
Para saber mais sobre a SIT - Sociedade de Instrução Tavaredense
E sobre o DAVIS,o cão do meu netinho:
E mais um blogue com histórias de Tavarede:

sábado, 22 de agosto de 2009

Montemor à vista

Montemor à vista

Meu Deus que beleza real !!
O Rio e o areal!
Nos campos os arrozais.
Vem cá ver que tudo é belo
sobe ao alto do Castelo,
onde há sonhos irreais.

Vem daí e podes crer
que melhor não podes ver
porque não existe igual!
Queda um pouco em sossego
Vê os campos do Mondego
que aqui é mais Portugal.

E se alguém quiser falar-te
quem foi Afonso Duarte
ou Jorge de Montemor
Deixa-os domir em sossego,
mais adiante os descrevo
da forma que sei melhor.

Deixa sonhar acordado
meu Montemor a teu lado
neste torrão sem igual.
Respirar com mais desvelo
deixa subir ao castelo
Que aqui é mais Portugal.

Vem daí

Vem daí olhar tanta beleza
Espraia a vista e olha em redor.
Verás a terra mais portuguesa
que dá pelo nome..Montemor.

O Velho?...Sim! De dois mil anos.
Monte Malur,doutros tempos e das lendas.
E se fez com vitórias ,desenganos,
das batalhas,das plejas e contendas.

Vem daí olhar o Rio que inda corre
Circundado pelos campos dos arrozais
Podes crer...é beleza que não morre
Acredita que são sonhos reais.

Vem daí ,sobe ao cimo do castelo.
Vê Alcaçova repassada de história
Desce aos Anjos que já nem sei descrevê-lo
que foi feito em momentos de glória.

S.Martinho lá no alto atesta a fé.
Nas muralhas a Sra.do Rosário
E Santo António?Já ninguém vê o que é!
São ruinas para o nosso imaginário.

Nas vielas há trapeiras,roseiras.
Espraia a vista pelos belos horizontes
E verás que nunca viste melhor!
Vê a vida num presépio natural
Vê história,monumentos,Portugal.
Tudo isto podes ver em Montemor.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Benfica!!!De pequenino!!!







Santiago Pinto,o espólio


Um dia destes,a Zé,companheira de Santiago durante uma vida,entrou-me pelo Salão com uma enorme quantidade de papéis,alguns organizados em caderrnos,dizendo-me que me diziam respeito face à amizade que mantive com Santiago Pinto,durante muitos anos.Senti que,ao pegar neles e ler alguns poemas sobre Montemor,regredia anos e anos até um período de existência que jamais voltará.Pareceu-me escutar as nossas conversas na Rádio e o que vivemos por Montemor,sabendo que o Jornal de Montemor,é já um pedaço de história no tempo ainda tão curto na nossa memória.Santiago Pinto nos últimos anos de vida tinha deixado de me falar,porque o Santiago foi assim,necessitava de conflitos para se impôr,arranjava e inventava complexidades de vazio que só ele entendia.Eu fui verdadeiramnete amigo do Santiago e acabei por lhe perdoar as ofensas e intrigas,acabei por estar presente em Vila Nova da Barca,no seu funeral e um dia destes irei visitar a sua campa.Não se trata de um sentimento de hipocrisia,não tenho esse estado de espírito de manifestar sentimentos que não me fazem alegria.Por isso este espólio também faz parte de mim,porque no fundo o Santiago,enquanto não lhe deu a paranoia,tambem manteve comigo cordiais relações de amizade.Mas estava escrito no seu destino que eu seria mais uma pessoa para garantir a sua fúria de viver contra tudo e contra todos,porque foi assim o saudoso Santiago,que acabou por não me ofender.Frequentemente fazia bonecos de forte imaginação e tenho pena de ter perdido tão pitorescos desenhos ao longo da minha vida.Tinha graça no que dizia e foi muito alegre e eu ria,ria muito com toda aquela vivência que para mim foi sempre companheira e leal.Mas afinal será que não merece a pena viver na plenitude da paz e da amizade até ao fim das nossas vidas?Claro que isso não é para quem quer mas para quem pode e Santiago não podia viver assim em paz com os outros,porque o meu saudoso amigo tambem não tinha paz para dar a quem quer que fosse.A Zé,sua companheira de muitos anos ,uma palavra de reconhecimento pois colocou em prática a sua fé e amor aos outros,até ao fim da vida do Santiago Pinto,e eu sei do que falo para lhe fazer justiça.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

A CASA DO BENFICA EM MONTEMOR TIJOLO A TIJOLO

Desde 2001 que o sonho se foi construindo em reuniões,depois a escritura e os estatutos da Casa,e agora num projecto de enorme ambição benfiquista,o início das
obras em Outubro e em Fevereiro de 2010,a previsão da inauguração das novas instalações na rua Dr. José Galvão e no centro da Vila.Surpreendentes são as constantes reuniões e a presença de muitos sócios,apoiando decididamente a direcção que trabalha com objectivos e prazos.E se a loja emprestada pelo Sportinguista Deonísio é pequena para tanto interesse então há que recorrer ao Restaurante Mosteiro,um apoio a merecer reconhecimento.Daí que nesta reunião,e entre outras propostas,tenha surgido Vitor Pardal,com uma ideia original e do agrado de todos,já que os mil tijolos a comercializar,em miniatura,vão levar também a planta da Casa do Benfica e, ainda para melhor motivar os compradores,o seu nome ficará perpetuado na entrada da sede,também em tijolo.Muita originalidade deste projecto Victor Pardal,tem mais propostas inovadores,como seja o ninho da Vitória e a telha vermelha,mas agora não vou adiantar.Para já nas festas em Setembro e nos Stands,aí estão os mil tijolos a fazer a sua caminhada para a história da futura casa do Benfica do Concelho de Montemor-o-Velho.Mas a dinâmica destes vermelhos a tempo inteiro não é só estas iniciativas pois empreiteiros,carpinteiros,trabalhadores da cal e do cimento,todos em sintonia com o projecto,querem festejar em Fevereiro uma obra notável de coragem e paixão,pois o sonho está de facto a comandar a vida destes diabos que são vermelhos.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Gosto de dar resposta.

Caros Amigos e Anónimos.
Os Senhores merecem mais do que o espaço para comentários,daí se justificar em íntegra,o que penso sobre a vossa natural reacção, ao que eu entendo que a cada um a sua razão,tendo em conta que o mistério da fé a todos convida a percorrer esse caminho,mas nem sempre essa quietude profunda do compreender e sentir suavisa as interrogações do existir para morrer.Antes do mais,ao falar da sua familia,pretendia dizer-lhe que não é só a familia de sangue que nos situa na estima e cordialidade,temos tambem outros espaços de comunicação,no dia a dia,por exemplo,em que essa magia de solidariedade ,deve justificar-se na bela mensagem de Cristo.O crente verdadeiro,o verdadeiro,olha os outros de outra maneira,sabe compreender e desculpar e sobretudo não tem a mesquinhice do odio e da traição,nota no outro o seu companheiro de viagem e numa estrada repleta de curvas e abismos.Não julguem que sou um rato de missas,ou pelo contrário estou de acordo com a riqueza da Igreja ,mas não deixo de sentir que a mensagem de Cristo me entra bem na minha consciência e dentro da minha reduzida capacidade procuro equilibrar-me e caminhar sobre a vossa negação,face ás minhas posições sobre o mistério da fé.Gostaria de vos encontrar e tomar um café e podermos assim conversar sobre o que nos separa,mas que no fundo nos aproxima no diálogo, e na disparidade de sermos diferentes.Não pretendi ofender ninguém,porque de padre não tenho nada,padre só o imortal padre Américo,esse sim um iluminado do Senhor,ao qual me curvo e já o fiz em Paço de Sousa,sobre a sua sepultura.Por fim direi que só o bem dá felicidade e é a pensar na mensagem que me arrasto por aí sem conseguir atingir a plenitude do exemplo total,porque fraco,cá vou indo com a certeza que Cristo é uma boa companhia. Aceitem a minha estima e já agora se passarem na Cova Gala,tem lá um cafézinho e dois dedos de conversa sobre esta interessante troca de ideias.
Gosto muito de ler o Padre António Vieira.1608--1692. Aqui vos deixo um dos seus pensamentos:
Se nos vendemos tão baratos ,porque nos avaliamos tão caros,
Um pedido que só vos dignifica.Façam favor de assinar os comentários.

domingo, 9 de agosto de 2009

O Artista do povo,Solnado.


Gostava do Solnado porque sacudia a minha tristeza!
Tenho muita dificuldade em compreender as fantasias dos mercenários do riso,os que riem por tudo e por nada,fazendo do riso um cartão de apresentação e por vezes na sua presente ilusão,de que rir lhes faz bem ao ego e por jeito a sua melhor aceitação.Para mim rir é o meu espelho de alma,vem de dentro para fora,dá satisfação e sobretudo não me engana nos propósitos de sentir a leveza do riso,denotando isso mesmo,a alegria do rir para melhor sentir.Solnado foi o meu ídolo,o único artista a quem me abeirei para a efusiva saudação,em frente à Caravela,na Figueira da Foz,onde tinha o meu salão de Cabeleireiro de senhoras, já lá vão muitos anos.Nem sequer os jogadores do meu Benfica a isso me obrigaram na emoção da sinceridade e o prazer da gratidão, Só Solnado...tal feito foi para mim a primeira e última vez a ídolos do povo.Nesta tarde de Agosto que vai caindo sobre a cidade e que desisti da T.V.,por tanta emoção não aguentar com a reportagem do seu funeral,venho aqui reduzido e humilde,face à sua solidariedade com os que tinham dificuldades e que o Solnado ajudava sem alaridos.Foi em Lisboa,quando já cabeleireiro de senhoras e num salão na rua do Crucifixo,tudo parou,clientes,cabeleireiros,gente da limpeza e do bar,para escutar a sua ida à guerra de 1908.Ainda recordo as gargalhadas do falecido Zé Caetano.Manifestava-se para além do normal,porque ria com inaudito prazer,gesticulando e de cigarro numa das mãos,quase desarticuladas.Solnado foi de verdade o meu humorista mais sentido de sempre,que sacudia a minha tristeza e as minhas profundas amarras do que parece que todos me devem e ninguém me paga.Solnado com a sua arte abria-me de todo e eu transfigurava-me no rir saudável e franco para comigo,sentindo segurança no riso porque foi verdadeiro quanto foi o meu imenso respeito pelo artista e pelo homem.Rir assim como ele me fez rir,deu-me saúde e confiança nas minhas emoções,como aconteceu nesta tarde,apesar do seu fim fisico,voltei a sentir em pedaços de representações a sua capacidade de me tirar do poço,ficando agora com a esperança de que um dia o vou saudar pela segunda vez,pois o nosso encontro está marcado na eternidade,porque mais do que nunca o sinto igual a um irmão neste percurso de vivermos para morrer.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

O Cravo e o Victor 51 anos depois.



Estou numa fase de memórias e valorizar os valores da amizade,recordando companheiros que tal como eu seguiram a estrada da vida e uma mocidade vivida entre Montemor e a Figueira,até aos 2o anos,altura que parti para a vida militar e depois para nova profissão em Lisboa.Já o ano passado o Cravo e o Victor,vieram à Cova Gala procurar-me,mas não estava,fazia férias em Armação de Pêra com a família.Há dias voltaram de novo e então foi o recordar de uma mocidade louca e da juventude,...e já lá vão 51 anos!Mas quem são estes "gajos"?O Victor era empregado na Farmácia Praia e o Cravo no Casino.Recordo outros companheiros das noites e das borgas:Trafaria,hoje dirigente da Naval.O Branquinho,Farmacia Faria e o Olimpio,no comércio.O Zé Carlos Menano,estudava, e os irmãos Costa Alves,tambem estudantes.O Costa Alves, mais velho, era o poeta do grupo,já de madrugada ,empoleirava-se para que a sua voz fosse escutada e declamava: E vós, Senhores nunca amastes?E o pai,bruta montes, resolveu dá-la a um lavrador... e por aí fora. Eu era o barbeiro do grupo e também trabalhava no casino.Por isso o Costa Alves,gritava do alto da sua bebedeira:Atenção meus Senhores!Vou apresentar-vos o "Coiffeur do casinô".Encontrei-os em Lisboa mais tarde e nos Restauradores,fugimos às cargas Salazaristas,pois os meus amigos eram comunistas e muito evoluidos.O mais novo foi preso em Caxias e eu, com medo, nunca o fui visitar.O Costa Alves,faleceu há 9 anos,foi empregado da Robialac. Se li Marx e Engels a eles o devo e sonhei tambem com a justiça social,daí a nossa contestação nos Restauradores e Rossio,por volta de 1961. Mas este grupo ia a todas e foi até Montemor a um baile no Jardim Municipal,estava lá a que foi a minha esposa para toda a vida,a Dilia que era jovem como eu.Volvidos 51 anos eis-me de novo com o Cravo e o Victor,recordando esse tempo que não volta mais próprio da existência de vivermos para um dia morrer. Estamos todos velhos,mas novos de solidariedade e amizade,garantida de irmãos para irmãos.O Cravo está em Leiria e o Victor em Lisboa,depois de tantas voltas da vida foi bom rir e recordar os tempos da mocidade com o Cravo e o Victor,agora todos à beira dos 70 anos de idade,mas sempre fieis a esse sentimento nobre da amizade.

sábado, 1 de agosto de 2009

Foi bom recordar !


Alta noite depois de já ter dormido e acordado com a sensação de que o sono não queria mais nada comigo,decidi levantar-me e procurar algo que me ocupásse.Assim abri a escrivaninha e procurei;"quem procura acha"... diz o provérbio.Encontrei uma pasta aconchegada por um elástico prateado rematado com um laço,onde se lia recordações Dília e Olímpio; abri, e ali encontrei recortes de jornal com as devidas datas,contendo escritos,alguns com vários anos e outros mais recentes.Já se sabe que esta organização não é da minha autoria...
Um dos recortes prendeu-me a atenção,tem até duas impressões fotográficas;numa um grupo à volta duma mesa,o Tóni Flórido,o Jorge Lé,eu,a minha mulher,e o Sr. Fausto Caniceiro da Costa:Fiquei com o papel na mão a recordar um facto que teve lugar à vinte anos atrás... Foi uma homenagem que nós promovêmos ao Fausto, como nós diziamos,pois aquele homem sendo já nessa altura um ansião,era o mais novo de todos,embora nessa noite (inesquecível) no restaurante Pena Branca,ele tivesse cedido um pouco à emoção,mas na verdade ele era um valente.O nosso grupo conseguiu com facilidade juntar ali mais de cem pessoas,de várias categorias,uns daqui outros de longe,todos com o mesmo nome, Amigos do Fausto.O Sr.Presidente da Câmara fez-se representar pelo Sr. Carlos Gonçalves. O recorte de Jornal a que me refiro é do Correio da Figueira,na época propriedade do Santiago Pinto seu fundador.Foi ele que fez as fotografias.Também estiveram mais jornalistas,mas não encontrei "neste arquivo" nenhuma recordação.Eu sou devedor perante o Sr. Fausto;colaborou comigo em espectáculos beneficentes no Lar de Idosos em Montemor,e nos programas da Rádio;formava os diálogos através de pesquisas na Biblioteca,e ele próprio interpretava...gravávamos em casa dele;paráva o relógio que fazia tic,tac... A espôsa também "aturava" isto,sempre com um sorriso... A minha mulher compôs e leu nessa noite,uma pequena alocução a ela dirigida,e com um abraço entregou-lhe um bonito ramo de flores.É deste pormenor a segunda impressão fotográfica que hoje vi. Naquela festa que estou a recordar,muitos foram os amigos que usaram da palavra,eu também disse qualquer coisa,pouco talvez,para tanto que sentia...
Era já tarde quando os membros da comissão (Tóni Flórido,Jorge Lé e nós,casal Fernandes) descemos as escadas do Pena Branca,um tanto cansados,mas felizes,e foi entre sorrisos e agradedecimentos mútuos,que apertámos as mãos. (que saudades!)

Surpresa agradável !



Estava eu à volta de um corte mais ou menos complicado,quando o amigo de muitos anos o Jorge Lé,em férias em Cascais,me falou para saber como tinha sido o Festival de penteados.O Jorge Lé foi para o casino da Figueira ainda "puto,"cedo porém demonstrou qualidades de trabalho e empenho,e assim foi subindo e actualmente tem a seu encargo a orientação artística do casino, cuja influência é evidente e apreciada. Já foi director do Jornal Figueirense, e durante muito anos programou na Rádio Foz do Mondego vários espaços rádiofónicos,nos quais tive a sorte de colaborar.Detentor duma ambição saudável,prescindiu de descanço e convivio familiar para estudar,com vista a um curso superior que concluiu,e por isso hoje é o Sr.Dr.- porém nada mudou (apesar do canudo)continua a estimar-me,e nunca se esquece de me felicitar pelo meu aniversário,que geralmente acontece quando estou no Algarve em férias.É agradável para mim recordar,e na sequência vejo o seu casamento,uma festa bonita onde tive o prazer de estar,foi há muito tempo mas não esqueci... Voltando ao presente, o Jorge queria saber noticias do Festival. As férias dele estão a terminar e no próximo dia 6 já estará no seu posto,no casino. Disse-me que precisava de falar comigo porque poderíamos reeditar os excelentes Festivais do passado,que se realizavam no casino... Sim tenho boas recordações! - Mas por amor de Deus,eu ainda não recuperei de tanto esforço e este amigo, "será de Peniche"? já está a querer meter-me noutra... Eu até gostei daquela perspectiva,mas agora vou descansar com a familia e nem quero ouvir falar em Festivais, pois estas emoções têm de ser doseadas... Ainda lhe perguntei pela esposa e pela menina,e despedimo-nos.Hoje reitéro os meus cumprimentos e um abraço amigo, com desejos de bom regresso.