Aos 76 anos de idade, recordo já uma mão cheia de mortos, de pessoas que amei e que foram desaparecendo, recordando-as nas fotografias e na minha memória. Os pais, Avó São, que percorria o caminho da Barca, até Montemor , para levar ao seu nétinho, o tacho de sopa com carne de porco e chouriça O menino aprendiz de barbeiro, não podia apanhar sol! A broa, a broa amassada pelas suas mãos, que sabor e que recordações com gratidão. O instinto de sobrevivência desafiou-me neste fim de tarde para intimas reflexões, que vou existindo como sobrevivente da minha própria vida, mas sonhando, sonhando e amando os projectos e as causas, até um dia destes. Não faço ideia nenhuma ideia nenhuma desta tarde tranquila em 23 de Outubro de 2016, mas ainda aparece por aqui ás vezes
terça-feira, 24 de outubro de 2017
tarde tranquila
Não me senti preocupado com a salvação da minha alma, face ás minhas turbulências em vida, estranhamente feliz, coisa rara, direi. Lá estarei para prestar as minhas contas, sem medo por morte seja, me assuste o caldeirão do inferno. Este fim de tarde deu-,me vida e gratidão de a ter vivido, estrada fora, com o propósito honesto e sem subterfúgios, de perceber agora no obstáculo intransponível do que tenho assegurado, mais dia menos dia. Ora; nada disto me assusta ou me condói, num mundo tão parvo de soberba e desprezo pelos outros, cujo ódio rosna com brutalidade, alimentando-se das habituais miudezas, tantas vezes de rua para rua, a dois passos de ti e de mim.
Aos 76 anos de idade, recordo já uma mão cheia de mortos, de pessoas que amei e que foram desaparecendo, recordando-as nas fotografias e na minha memória. Os pais, Avó São, que percorria o caminho da Barca, até Montemor , para levar ao seu nétinho, o tacho de sopa com carne de porco e chouriça O menino aprendiz de barbeiro, não podia apanhar sol! A broa, a broa amassada pelas suas mãos, que sabor e que recordações com gratidão. O instinto de sobrevivência desafiou-me neste fim de tarde para intimas reflexões, que vou existindo como sobrevivente da minha própria vida, mas sonhando, sonhando e amando os projectos e as causas, até um dia destes. Não faço ideia nenhuma ideia nenhuma desta tarde tranquila em 23 de Outubro de 2016, mas ainda aparece por aqui ás vezes
Aos 76 anos de idade, recordo já uma mão cheia de mortos, de pessoas que amei e que foram desaparecendo, recordando-as nas fotografias e na minha memória. Os pais, Avó São, que percorria o caminho da Barca, até Montemor , para levar ao seu nétinho, o tacho de sopa com carne de porco e chouriça O menino aprendiz de barbeiro, não podia apanhar sol! A broa, a broa amassada pelas suas mãos, que sabor e que recordações com gratidão. O instinto de sobrevivência desafiou-me neste fim de tarde para intimas reflexões, que vou existindo como sobrevivente da minha própria vida, mas sonhando, sonhando e amando os projectos e as causas, até um dia destes. Não faço ideia nenhuma ideia nenhuma desta tarde tranquila em 23 de Outubro de 2016, mas ainda aparece por aqui ás vezes
quinta-feira, 5 de outubro de 2017
Perdido na tralha!
Demorei largo tempo a procurar a minha utopia, porque sabia que o tinha lido, à vários anos, acabei por o recordar e reler outra vez, algumas páginas de Thomas More, a sua utopia , aspirando por uma sociedade perfeita O meu fascinio por estas questões sociais, sobretudo nos contraditórios, não é procurar o fútill protagonismo do mais saber, ou o ridilico pretencioso de sobrepor-me aos que mais sabem. Estão enganados, muito enganados.O que me move é o meu desígnio como homem social e de partilha, procurando na luz de aprendizagem com os outros, esta inquieta racionalidade entre o bem e o mal. A obra de Thomas More, um notável pensamento com 500 anos e por isso mesmo intemporal, desafiando as nossas convicções no presente,descarta a nu os utopianos. Comem e sabem com pratos de porcelana ou de vidro,agrilhoando e aprisionando os restos da sociedade , escreve More, criticando sem medo o poder politico e religioso, o que o levou a ser decapitado em 1553.No conceito do iluminado escritor, o fervor das ideologias , tem qualquer coisa de espantosamente radical e devastador. Utopias quem as não tem? More, ensina-me no seu livro humanista, que algumas ideologias ultrapassam os limites do bom senso, então na politica e na religião o desespero e a fuga para um mundo irreal, é assustador Volvidos alguns anos,sinto o prazer em reler a fabulosa Ilha da utopia, uma vivência oposta aos pregadores de sempre, que não sabem ou não querem respeitar as virtudes da moderação.
segunda-feira, 2 de outubro de 2017
O tempo esse controlador das nossas vidas
55 anos depois! Parei ás entradas dos dois salões em que aprendi e trabalhei na profissão Olhei-as para ter a certeza se tinha sido por ali as minhas lutas na transição dos cabelos e barbas, quando procurava a alternativa na delicada profissão, como é ser cabeleireiro de senhoras! 55 anos depois, na Rua do Crucifixo e na Rua Nova do Almada,a dois passos do Chiado, só percebia na mesma sintonia, o corre corre das pessoas e sem a aproximação do bom dia. Se assim fosse, talvez fosse mais simpatico,levantar um letreiro com a inscrição do bom dia. As grandes cidades, originam emoções diferentes, mas fui procurá-las 55 anos depois, numa fase derradeira do que já não existe naqueles dois salões de mulheres.Bom dia, bom dia,permita-me. Sou colega e trabalhei neste salão Venha, venha ver tudo modernizado, estou a ver,sim sim, respondi Citei nomes, fiz perguntas, 55 anos depois e já não tive respostas,Ao descer as escadas dos salões, senti-me vencido Muitos já partiram e outros continuam na caminhada por aí, tal qual a minha, volvidos 55 anos!
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