quinta-feira, 31 de março de 2011

Tudo se perdeu na Figueira da Foz.


Revolvendo papéis e recordações, fiquei a pensar como foi possível não manter
este festival que trazia à Figueira centenas e centenas de profissionais do país
e do estrangeiro. Os hotéis lotavam e os restaurantes, sempre em tempo de época baixa, faziam o desejado negócio.
Os festivais não ficavam a dever nada, em função da sua qualidade, aos que se faziam em Paris, e a Figueira da Foz foi durante muitos anos um elevado centro de arte.Tive a felicidade de participar em dois certames, um deles integrado numa equipe do Porto.
Recordo que não foi só este evento que acabou, que dizer do Festival do Cinema, a Gala dos Pequenos Cantores. A cidade ganhou centros comerciais que arruinaram o comércio local.
Recordo o Custódio Cruz, o grande chefe, e todos aqueles que no mercado cerraram fileiras e mostram que os pequenos negócios devem ser preservados. .A cidade precisa do mercardo Municipal e os comerciantes vão vencer a sua luta.

quarta-feira, 30 de março de 2011

A Igreja e a voz dos humilhados.


Venho só separar o trigo do joio e recordar-vos que o povo tem as suas razões quando diz ”se não queres ser lobo não uses a sua pele”,uma metáfora que se justifica preventiva para aqueles que parecem e não são. Não sou maldizente quanto a exemplos de solidariedade e aproximação da Igreja ao seu rebanho, assumindo responsabilidades junto dos crentes ou não, e dos que têm fome de justiça, propondo-lhes a dignidade social e humana, escusando-se em tempos modernos de os atirar para as agruras do inferno. A Igreja tem voz e presença numa mensagem absoluta e nunca devia refugiar-se nas sacristias, como fizeram agora os bispos que vieram dizer que os portugueses deviam saber quanto custa a dívida pública, afirmando que a política sem ética é apenas teatro, perigoso, alternado entre a comédia e a tragédia. Fiquei sensibilizado por isto e pela coragem, fazendo lembrar D. António, o célebre bispo do Porto, que Salazar calou com o exílio e ajudado pelo amigo Cerejeira, porque Deus não criou o diabo, criou sim as pessoas que se tornaram diabos em trajos menores e estes bispos vieram trazer-me esperança com boas noticias, porque a Igreja sendo de todos, deve estar sempre ao lado dos humilhados.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Populismo aparelhista

Claro que foi escrito num contexto critico e desenfreado ataque, e neste caso pediu o roto para o remendado, de um socialista que acusava o seu adversário do P.S.D. de vocações populistas e outros adjectivos que não estão ao alcanse do homem da rua, como eu, em perceber esta linguagem escorreita e repleta de truques a mais para quem quer impor-se no quadro profissionalizado das ideologias. Longe de mim a ideia de os julgar incultos. Normalmente , aparelharam os seus conhecimentos em faculdades, mas deviam ter “dó”, do Zé povinho que tem que carregar com um dicionário para entender estes jogos verbais e odiosos da nossa” querida classe política “ È que entre o populismo aparelhista ávido de poder de todos eles, o povo necessita de realismo para acreditar nos projectos de governação, porque está como eu estou, farto de palavras que o vento levou e continua .

sexta-feira, 25 de março de 2011


Barbearia Matos, em Braga, precisa de assinaturas para continuar a existir!

Barbearia Matos (Filho) Localizada no rés-do-chão da Casa de Teodósio de Almeida (Rua do Souto, 21 em pleno centro histórico de Braga), todos os anos é visitada por milhares de turistas, vindos dos quatro cantos do Mundo, que tiram fotografias, falam com o simpático barbeiro (Manuel Matos Filho), tecendo elogiosos comentários ao ambiente e ao mobiliário, cuidadosamente conservados, como se por momentos estivéssemos na Braga de inícios de novecentos.

O mobiliário (espelhos, bancada, móvel-lavatório, cadeiras de ferro e de madeira, entre outras peças) é de uma beleza única, encontrando-se muito bem cuidado e tem sido objecto de propostas de compra. Mais insistentes do estrangeiro, de Portugal têm surgido algum interesse neste mobiliário embora estes já se tenham apercebido de que os interesses estrangeiros são superiores aos seus.

O processo judicial de despejo do subarrendatário (o barbeiro) determinou o encerramento da Barbearia Matos e este Património único, no seu contexto natural perder-se-á irremediavelmente. Tudo isto porque a Barbearia tem um contrato precário de décadas (do tempo do Sr. Matos Pai), quando a palavra de um Homem valia mais que um papel.

Torna-se urgente que o pedido de classificação do imóvel, que foi proposto pela ASPA ao IPPAR (actual IGESPAR), tendo esta entidade remetido o respectivo processo para Câmara Municipal de Braga com o intuito de classificar o espaço como Património Municipal, o que até ao momento ainda não aconteceu.

Pedia que questionassem a Câmara municipal de Braga , e convidassem amigos a fazerem parte desta corrente cultural, tornando-a imparável, contactando a Presidência da CMB através do seguinte endereço electrónico: gab.presidencia@cm-braga.pt


Assinar a petição clicando neste link:

http://www.gopetition.com/petitions/salvar-a-barbearia-matos.html


Ver a barbearia Matos no video:

http://videos.sapo.pt/G8siAbrm24MjlwZZ3MBU

quinta-feira, 24 de março de 2011


Nelson Ricardo, a caminho da Suécia.


Passou pela Cova Gala e vinha do Barreiro, onde deixou os pais e restante família. Tem a paixão das aventuras e da estrada com a sua biciclete que carrega 60 quilos com o neccessário para esta longa caminhada. Disse-me que é um sonho e um gosto pedalar assim só, encontrando pessoas maravilhosas nos seus contactos, mas ia magoado com os bombeiros de Leiria que não o deixaram pernoitar no Quartel. Valeu a Cruz Vermelha , gente boa que o animou para a viagem. Perguntou-me se Mira ficava longe e que ia dormir, se o deixassem, nos Bombeiros, e depois o mapa e a bússola fazia o resto nos dias seguntes. Julga demorar uns três meses nesta viagem, porque a Noruega também está nos seus planos.Boa viagem Nelson e dá noticias.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Os jovens exigem cortes da "pesada".

David Sousa 17 anos e Nuno Carvalho 13 anos,ambos da Cova Gala, preocupam-se com a imagem dos seus cortes de cabelo, exigindo modernidade e actualização, quer desfolhando as revistas e também o video é a sua prioridade. Com eles sinto-me jovem e exigente com o meu trabalho, propondo-lhe métodos a seu gosto, pois muitos deles poderiam ser meus netos e isso profissionalmente é motivador para o veterano cabeleireiro, barbeiro.

terça-feira, 22 de março de 2011

Vem ai mais do mesmo com as eleições?

A democracia vai chamar de novo os cidadãos a votar na governação do país, votações essas que fluiram sempre mais do mesmo e já lá vão mais de 30 anos, era eu um inocente sonhador.
Tenho um amigo de excelente carácter social que não se cansa de me dizer que não temos democracia nas actuais circunstâncias do poder político, respondo-lhe que não é assim. O que nunca tivemos e confesso que dou a mão à palmatória, foi a programação do belo sentido social da igualdade e sobretuda protecção dos “fracos “ da sociedade. Serviram-se e adulteraram com enganos o povinho, que acaba por levá-los ao colo para depois ruminarem com os boys do sistema, pois o que temos aí são animais que remastigam demoradamente, estupidamente,sem olhar à sua volta os que tem o estômago vazio.
Provavelmente vêm aí eleições, mas eu sou daqueles que detesta ser enganado e por isso mesmo não vou em tretas e bandeiras ao vento, um mal necessário da democracia. O princípio da mudança já se viu nas manifestações de rua, onde o povo, por enquanto, ordeiramente disse o que sentia.

domingo, 20 de março de 2011

Aos amigos desaparecidos


Aqui fica a recordação sentida, quatro anos depois,a minha memória dos que partiram da boa terra da Cova Gala.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Manuel Luis Pata, um Covense , com mérito.

Nasceu na Cova Gala, estudou na Escola Industrial da Figueira da Foz, depois trabalhou nos Estaleiros Navais do Mondego. Ainda jovem e como ajudante de motorista de um bacalhoeiro, fez duas viagens à pesca do fiel amigo, o que chegou para verificar que aqueles sacrifícios não eram para continuar. Conhece o mar por baixo e por cima. Fala das correntes de areia e das tempestades como coisa sua. Em 1948 o seu destino ficou marcado, ao viajar para Inglaterra
para trazer para Lourenço Marques, um barco comercial, no qual viveu e trabalhou com a sua esposa, mais de 20 anos. Conversa sobre África com saudades desse tempo, recorda os 800 trabalhadores negros que orientava. Diz que nunca teve problemas de relacionamento, afirmando que hoje estão piores em condições de vida do que nesse distante contacto.
Por cá escreveu 3 livros sobre a pesca do bacalhau e tem um livro organizado sobre os Estaleiros Navais do Mondego, desde o seu início, mas a Câmara actual só lhe compra 10 livros, numa produção de 500, de resto não está motivada para este trabalho de história e pesquisa sobre uma actividade que foi de enorme interesse social na Figueira da foz. Recorda grandes figueirenses como Dr. Ernesto Tomé, Jaime Viana, Severo Biscaia entre outros, que amavam a sua cidade e muito trabalharam para o seu prestígio, sem outro interesse que não fosse o serviço público. Hoje o dinheiro nunca chega para nada, afirmou Luis Pata. Recorda a sua Cova Gala com saudade e nota-se que a sente .A sua vida dava um filme com as suas vivências, mas neste curto retrato fica só a ideia deste homem que deixa história com a sua cidadania. E quando lhe perguntava-mos com vai este país, disse com graça:”Olhe um dia perguntaram ao cantor Júlio Iglesias, como ia de amores e ele respondeu...uma mierda, uma mierda.”

terça-feira, 15 de março de 2011

Vem aí o apagão.

Venho de um longo tempo em que pouco mais de nada se passava na minha vida, no país e no mundo.Talvez a guerra fria entre a Rússia e a América, pois o comunismo foi nessa época uma psicose para o regime de Salazar, o reviralho no quartel nas Caldas da Rainha e o assalto ao Santa Maria. Grave e preocupante foi o princípio nos anos sessenta com a trágica guerra em África, para saber dela tal como dos discursos de Salazar, se escutava a rádio.Já e em força para defender as colónias, tendo sido como se provou um desastre total. De resto a minha vida resumia-me à luta intensa de valorização profissional e à esperança de ver cair o regime que acabou por cair e deu lugar a esta democracia, vilmente maltratada por uns tantos e falsos patriotas. Hoje penso e vejo à minha volta as mais delicadas situações políticas e sociais no país e no mundo, sendo certo que me chegam imformações a todo o instante, naquele tempo para se levar uma carta ao destino, foram necessários alguns dias.
Hoje, o país e o mundo são um verdadeiro vulcão de inquietação, a cada passo com as suas incertezas. Mas cuida-se do nosso planeta, ou pelo menos existe a consciência dessa necessidade.
Por isso o apagão que vem aí a 26 de Março, entre as 20h3o e as 21h3o, no Castelo de São Jorge, Cristo Rei, ponte 25 de Abril e mais de 30 Municipios de norte a sul do país,que pretendem desligar as suas iluminações para que as estrelas nos iluminem uma hora de meditação sobre o actual e o futuro da terra.
Como recordo as noites de luar por terras de Montemor, parecia dia, e até esse esplendor perdi para ter hoje o que nunca imaginei, um país e o mundo às escuras, sempre a chafurdar no ódio e nas matanças humanas. Uma vida que vai longa e por isso mesmo a fazer contas à sua limitação, mas sempre atento aos preocupantes movimentos e gritos de alerta como este do Fundo Mundial para a Vida Selvagem.

domingo, 13 de março de 2011

O Sr.Presidente Cavaco Silva ,igual aos políticos que a Pátria tem.

Se a minha cidadania tem a arma do voto, porque sentir-me quase envergonhado em falar-vos dos que deviam possuir o verdadeiro sentido de Estado, e por isso mesmo o carácter de liderança das suas funções, orientadas nas melhores propostas de crescimento e evolução social, e dizer ao país o que mais convém para aquelas melhorias? É por estas e por outras que não acredito nestes discursos e vou até à minha indignação com estes mercenários do poder político, caladinhos enquanto não atingem os seus objectivos e depois de conseguidos, eis o cair de uma máscara a condizer com a estratégia para os calculados fins há muito em banho maria.
Daí que o discurso do Sr. Presidente da Repúbica não me tenha desiludido, o povo, do qual diz ter peninhas que se lixe. O importante foi conquistar o mandato e as suas mordomias, vindo agora patrioticamente citar o que se deve ou não fazer para alterar este ruinoso défice. Só agora é que justifica no seu discurso as suas competencias de alertar para o T.G.V , que somos uns tesos, que as clientelas nos partidos é uma vergonha nacional e mais do mesmo, mas só agora depois de conquistar o poder e um último mandato!
Estou pois caros amigos numa fase de grande indignação com tanta hipocrisia e não é a minha inveja por os ver trilhar os caminhos da prosperidade que me preocupa, é antes ver os cidadãos que, ao fim de sete anos e quando lhes fiz um aumentozito no corte de cabelo procuram nos bolsos as moedas e para ficar tudo como antes.
Estou cansado e quase podre de velho com os maus exemplos dos políticos, e ao contrário do apelo aos jovens do Sr. Presidente Cavaco Silva, que os pretende sóbrios e lutadores pelo país, o meu apelo justifica-se de outro modo aos mesmos jovens: venham é para as praças e ruas e, com o respeito que devemos aos outros e á democracia, dizer a estes senhores que o Salazarismo não fazia pior à arraia miúda, e eu venho de lá e ainda estou por cá no mesmo tecido social. Este discurso do Sr. Cavaco Silva cheirou-me a estratégia dentro do sistema, isto é calar, o que devia ter dito há muitos anos, pois só assim um Chefe de Estado, me faz acreditar em boas intenções. Seria, juro, incapaz de escrever o que vou publicar, do Jornalista António Ribeiro Ferreira, C.M., pois o Sr. Presidente da República não é um bandido ou um ladrão, é seguramente uma velha raposa da política, com muita pena dos pobrezinhos, mas o jornalista, severamente crítico nos seus artigos,escreveu, decerto genericamente, o seguinte:”Todos os bandidos e ladrões da Pátria deviam rever quanto antes o filme que deu um Óscar a John Wayne.” Este texto foi escrito antes das manifestações.

quarta-feira, 9 de março de 2011

O Zé, a Salomé e eu.

Confesso que sou demasiado tristonho para festejar o carnaval, nunca o fiz ao longo da minha vida, mas aprecio verdadeiramente a alegria das pessoas que se divertem com ele,julgo- as até superiores em relação à minha casmurrice, quando as vejo disponiveis fazendo a sua festa de entrudo e gosto de as ver contentes.
Porém, ser avô é um sentimento que me faz regredir à criança que ainda existe em mim, povoa-me de pura ingenuidade ao comunicar com o meu neto Gabriel,é uma riqueza sentir-me ao seu nível como que de novo criança e feliz.
Sou como a maioria dos avós, assim frágeis, face aos netos que nos conquistam, mesmo sem nada fazerem com intenção, a sua ingenuidade é a força a que não resistimos,e somos felizes.
Tinha trazido de Marraqueche uma vestimenta árabe para o Gabriel e outra para mim, e sonhei ver-me com ele a desfilar no cortejo carnavalesco nesta terça-feira de Entrudo na Cova Gala.
Agora é que eu vou dar um forte chuto nesta parva casmurrice, pensava eu!
Pretendia levar nas costas um dístico: não à violência entre os povos! Sentia-me virado do avesso, agora é que ia acontecer com o Gabriel, a minha vitória sobre os complexos inibidores, voltaria a ser criança por umas horas, e isso deu- me vida e entusiasmo: ia com a companhia do meu neto!
Quando comuniquei o meu desejo aos pais do menino, o Gabriel entrou em alvoroço, e eu já o tinha por dentro de mim à muito tempo,aliado a uma tranquila alegria, já me sentia um herói, e via-me no cortejo a saudar as pessoas, vaidoso a dizer-lhes: é o meu neto, é o meu neto! Quando lhe telefonava para combinarmos a hora da partida, a criança dizia: fixe avô, fixe avô!!!
Mas na terça feira,quando começava a almoçar com a família, o telefone tocou e a Dília Maria minha mulher foi atender; ouvi da parte dela um há de espanto,depois silêncio, e só, obrigada: fiquei em suspense... tinha falecido a Salomé, a mulher do nosso amigo de infância o Zé, como eu nascido no Casal Novo do Rio em Montemor-o-Velho. Esqueci o carnaval, ambos na mocidade frequentámos os bailes em Maiorca,a terra onde veio a conhecer a Salomé, e onde veio a acontecer a festa do casamento de ambos, prelúdio duma felicidade duradoura que agora foi interrompida.
Vivemos um tanto iludidos, quanto à duração da nossa existência, e não somos suficientemente fortes para encarar o desencanto que a todos está prometido. Embora este desfecho se aproximásse, a noticia fez-me doêr... Quis ir depressa, estar presente como nas horas boas,e muitas foram. Os homens também choram,e ambos chorámos num profundo abraço, contra o inevitável: somos tão pequenos... é só um espaço de tempo entre o nascer e o morrer, pelo meio vivemos em sonhos que nos alimentam e factos que nos alegram e realizam,mas também a tristeza tem o seu lugar. E assim a alegria que eu iria viver com o meu neto,se dissipou,com a amarga tristeza da perda da Salomé.

terça-feira, 8 de março de 2011

A propósito dos valores éticos das Instituções

Escrever por escrever sobre este tema e o imenso voluntariado que ainda resiste com as alterações sociais que surgiram nos últimos anos, é recordar os cidadãos, que interpretam por aí as melhores causas colectivas, e dentro das próprias Instituições, proporcionam excelentes movimentos colectivos e de solidariedade.
Há que separar o trigo do joio, como em tudo afinal de contas, e não medir todos pela mesma medida. De boa fé, acredito ainda na consciência do serviço público, dos que tudo fazem e sem receber nada em troca das instituições; recusam benesses e sentem-se orgulhosos dessas entidades os terem aceite para vincar o seu carácter solidário e crescer com a dignidade das suas cidadanias nos serviços que prestaram ou ainda por aí se justificam, felizmente.
Esta é a parte ética dos que a sentem e praticam no dia a dia com os seus serviços construindo a sua história longa e brilhante na verdadeira fraternidade de terra em terra, foi assim a carolice crescente nos projectos e nas as suas realizações que chegaram aos nossos dias, o quadro nobre do associativismo.
Depois temos a parte feia de outros sem escrúpulos que só pelo cheiro mesquinho do interesse se envolveram e não tiveram vergonha de retirar escandalosos resultados! Tenho que vos dizer que os conheci por terras de Montemor. Surgiam caladinhos pé ante pé, para ver o que dava, pelas Festas de Natal, surgiam a beijocar os idosos na Santa Casa da Misericórdia, depois desapareciam e surgiam noutro local, como que aves de rapina. Mas foram os outros, esses outros de fecunda escola associativa que ainda recordo nos exemplos tantos foram que me suavisa no que tem de belo a solidariedade aquela que não engana ninguém. Quanto aos outros de má memória, e que acabaram por saltar para a política e para outras tarefas proveitosas, não os invejo, mas também não me animam e nem sequer os glorifico, isto pelo facto de que os valores éticos das Instituições, são mesmo de consciência cívica e pública, de regras e procedimentos que muitos aproveitam para desenvolver integralmente valores de boas práticas dentro das Instituições, e outros não, porque mercenários que são tem o seu preço, que é o meu e o teu repúdio.
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segunda-feira, 7 de março de 2011

Peço-vos políticos da Suiça, venham cá, venham cá.

Parodiando o interessante anúncio do Pingo Doce, na T.V. ao convidarem os clientes a fazer compras, achei graça propor-vos aquele título, mas fiquei azedo com o nosso sistema de reformas que para muitos são douradas e para outros é a indignidade social e humana. Um dia destes na T.V. e nos blogues, a notícia que na Suiça o tecto máximo das reformas não vai além dos 1.700 euros, para evitar a ruina da Segurança Social, e sobretudo para apoiar as reformas mais baixas, coisa que desconhecia, deixou-me a pensar o que estes gajos fizeram aos reformados e ao povo, que dizem sentir, mas que o tramaram de todo. Mas é este mesmo povo que tem nas mãos, não as armas carregadas de ódio para matar, mas o voto que deve castigar os pançudos do sistema, reformando-os e para evitar que eles façam mais leis que foram para os proteger.
A verdade Sr. Presidente Cavaco Silva, eu não tenho vergonha de existirem pobres em Portugal, lamento e com autenticidade, mas os que a devem sentir, a vergonha, quem são ?
Aqueles que á custa da democracia manipularam os tachos e as clientelas que se apoderaram, por enquanto e sem sentimentos pelas dificuldades dos que menos tem, uma realidade por mim nunca imaginada com os valores de Abril, porque os senhores até vão ser culpados das convulções sociais que aí vem e eu quero lá estar.

sábado, 5 de março de 2011

O Povo real.


A cadeira do barbeiro, cabeleireiro, tem algo de confissionário, apesar de não possuir o divino das complexidades da vida. Os profissionais desta actividade para transmitir confiança aos seus clientes (convém referir que a comunicação com as mulheres é mais delicada do que com os homens ) devem estabelecer para si o “sepulcro” dos diálogos esquecendo-os logo a seguir e sem outros comentários. Neste caso do Sr. José Calhau, 72 anos de idade e 40 a trabalhar no mar agitado, das traineiras à difícil pesca do bacalhau, vive hoje a sua revolta por tantos sacrifícios e por tão pouco ser agora a retribuição da sua reforma.
Sentado enquanto eu tesourava o seu cabelo, o Sr Calhau deixou-me agarrado aos cabelos, já que economista caseiro, fez contas e mais contas, da água, gáz, alimentação, e depois perguntou-me: “Já viu como vivo com cinquenta contos e estes ladrões em meia dúzia de anos ficam chapados de dinheiro? “ Chapados foi o termo do Sr.Calhau, e tem razão, porque cobertos de chapa, ou se entendermos o lugar-comum, o povo real sabe o que diz e o que quer das suas lamentações e para bom entendedor..

sexta-feira, 4 de março de 2011

Fotografias em exposição

Podem ver-se e com agrado dezenas de fotografias dos covagalenses, expostas
na Junta e que fazem já as memórias de um povo que as não deve esquecer, graças a uma iniciativa muito interessante dos autarcas locais. As fotografias marcam sempre o tempo e a sua mensagem e são conteudos que se valorizam com o próprio tempo que passa.
Um dia destes um amigo meu, com o qual confronto ideias diferentes, mas na elevação do respeito mútuo, dizia-me que na juventude, temos a ilusão que somos eternos, e é verdade, vá lá , desta vez estou de acordo com o respeitado companheiro e quase sempre no contraditório!
E nesta caminhada das ilusões, as fotografias são por si concludentes imagens do
traço continuado de vivermos hoje, mas amanhã outro tempo virá no limite para entendermos que somos imagens em fotografias e sem a ilusão que somos eternos.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Dois mil e quatrocentos euros de ordenado para ajudar os pobres.

A notícia aí está fria e nojenta. Li num jornal de grande tiragem, a golpada política do Presidente da Câmara de Arganil, P.S.D. Para mim poderia ser de outro partido, mas hoje malho naquele que pretendia colocar numa parceria com a Misericórdia, também de Arganil, o seu compadre de partido e número um da Assembleia Municipal, o que quer dizer que são todos da mesma família e de igual fornada.
A notícia é longa e detalhada e não cabe neste lamento Só serve para que os inimigos da democracia se divirtam com estes exemplos que nada tem em comum com os verdadeiros valores da solidariedade e do respeito que devemos aos outros e em liberdade .Existem por aí uns gajos que deveriam viver sob o chicote e a polícia a levantá-los da cama a qualquer hora da noite, para depois serem julgados sem culpa formada. Há que dizer que neste procedimento do Presidente da Câmara, que pretendia um tacho para o amigo, a Misericórdia não partilhou e denunciou publicamente os objectivos desta malandragem que nunca se dá bem com a pança cheia, procurando nas Instituições e a todo o custo o alimento das suas ganâncias.
Resta dizer que o projecto de desenvolvimeto em Arganil, se dirigia às classes menos favorecidas, por isso lá esteve a Misericórdia, a impor a sua ética e o seu serviço voluntário à comunidade, não deixando que os sangue-sugas do costume se aproveitassem de causas colectivas e sociais, tendo em conta o projecto de desenvolvimento para a localidade e em parceria com as duas entidades, onde surgiram os gatos com o rabo de fora, prontinhos para a chulice.