segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

A Maria Mandele ainda sorri.

Frente ao Pingo Doce, lendo e relendo o que tinha á mão para matar aquele periodo de espera, enquanto a mulher Dília Fernandes sem as minhas pressões do já está, o que é que falta, vamos embora... sózinha fazia as compras no Pingo Doce, reparei na Maria que tentava vender o Almanaque de Santa Zita.
Fora do carro estava uma temperatura fria, mas dentro nem por isso e acabei por tranquilizar- me (não gosto de esperar) mas ao olhar em redor reparei no sorriso duma sra. de baixa estatura e pele ligeiramente escura. Fiquei depois a saber o seu nome Maria Mandele de 67 anos de idade e natural de Angola. Disse-me que desde a sua vinda para a Figueira da Foz em 1975, nunca mais voltou á sua terra, tão pouco sabe se a sua família vive ou não. Antes de falarmos e através dos vidros observei-a durante uns momentos, e vi a forma simples e educada com que abordava as pessoas para que lhe comprassem um livrinho, o Almanaque de Sta. Zita, e notei também pelos lábios que cantarolava baixinho, e sorria depois ao propor o pedido. Algumas compravam, outras nem se informavam do porquê daquele euro que era o valor do referido.E é pena, pois tratava-se dum auxilio para a Obra de Santa Zita que apoia raparigas carenciadas, e naturalmente como Obra de Bem Fazer necessita de fundos que sempre são escassos, e da dedicação de muitas Marias como esta, que sorria mesmo vendo o desprezo dos que passavam a correr sem querer reparar, e muito menos compreender o trabalho deste precioso voluntariado, modésto mas tão rico para com o seu semelhante.
Senti então o desejo de lhe falar, comprar o livro e saber coisas da sua vida, e porque fazia aquele trabalho tão ingrato e bonito, e ela falou, e repetia-me “olhe que não é Mandela” é Mandele. Sorria, sorria sempre, e eu senti-me feliz por a ter conhecido,esta Maria que contra ventos e marés,vai vendendo os pequenos livros para ajudar tão meritória Obra.

No silêncio da madrugada fui folhear o alamanaque, livro simples mas agradável, como são as coisas simples,e decidi transcrever dele estas “afirmações”.

Ser voluntário !

Ser Voluntário é ser Solidário
Ser alguém diferente da massa
Envolvente.
Pedaço de Céu, Astro Planetário
Clarão que ilumina a Alma da Gente.

Vai com passo firme, pois vai de vontade
D'alma e fronte erguida,consciência leve
Vai erguer a alma da humanidade
Dar de si àqueles a quem nada deve

Ao velho, à criança, dá a sua mão.
Ao triste, abatido, cura a solidão
Bom Samaritano, Herói d'amizade.

Por ele, este mundo, onde falta amor,
Converte-se assim num mundo melhor
Onde reina a paz e a fraternidade!

(Maria de Deus)

sábado, 26 de fevereiro de 2011

São relíquias da Naval Da Figueira da Foz, meus Senhores.

Recordo que ao longo desta vida que vai indo longa e desde que visitasse uma colectividade, um sentimento me acudia ao espírito. Olhava, meditava sobre as fotografias, taças, medalhas e aqueles homens de antigamente com as suas bigodaças. Entendia e ainda hoje esse sentimento se impõe, que deveria pôr-me em sentido pela imensa história e riqueza desses símbolos das instituições e isso aconteceu um pouco por muitas colectividades.
Recordo que foi com esse sentimento de gratidão que um dia na sede do Atlético Montemorense, e durante dois anos, remechi papéis e actas e outros elementos de informação, para publicar um modesto livro com histórias e factos do clube de Montemor-Velho, com o apoio dos meus saudosos amigos Fausto Caniceiro da Costa e Santiago Pinto, entre outros e muitos apoios.
Agora e com o pretexto de falar com o João de Almeida, na foto com José Carvalheiro, duas relíquias e dois cromos, com dizia o João, voltei a esse impacto
emocional ao visitar a sala de trofeus da Naval 1º de Maio, onde restam algumas medalhas calcinadas pelo trágico fogo da rua de República.
O que me impressionou, e tendo por base aquele devastador incêndio, foi que a sala está de novo repleta de símbolismo e memórias que nos dizem da pujança e participação continuada da Naval no desporto. Místicamente aí está a escrever página por página, outras décadas desportivas, que são e apesar das dificuldades, o orgulho para alguns figueirenses que compreendem estes fenómenos colectivos da Figueira da Foz. Ao João e ao Zé, e se mais não faço, ao menos que aceitem o meu reconhecimento pelos vossos exemplos no Clube Navalista.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O cavalo embirrou com a estrada e a malta foi a pé.




Um dia destes a minha mulher colocou duas fotografias no Renda de Birras e quando ali as vi, algo surpreendido,avaliei o tempo que já passou ao recordar aquelas férias e com elas Alcácer do Sal,e Faro.
Neste “olhar para trás” lembrei-me dum episódio ocorrido muitos anos antes, ainda rapaz solteiro,naquela idade em que tudo é alegria e serve de distração. Foi uma viagem de carroça, entre Portimão e a Praia da Rocha,com os meus colegas de trabalho, e outros que também se associavam ao grupo. O meu pesamento parou no baú das recordações e já lá vão 49 anos, quando pela primeira vez cheguei a Armação de Pêra, indo de Lisboa para trabalhar como cabeleireiro de senhoras no Hotel Garbe, situado frente ao mar num plano mais elevado, frequentado por turistas especialmente estrangeiras. Local de luxo e novidade para mim.
Hoje tudo é diferente, mas naquela altura circulavam as carroças turísticas que faziam o percurso entre Portimão e a praia da Rocha,com o alarido dos chocalhos e o bater ritmado das patas dos cavalos no asfalto,convidando as pessoas a um passeio feliz e descontraido. No tal grupo de jovens a que eu aderi, um deles tinha uma carripana a desfazer-se aos bocados, mas a malta aos domingos e à noite, mesmo assim, vagueava de Sagres a Vila Real de Santo António por entre estradas caminhos e bêcos. A concentração fazia-se no unico café que existia, e num domingo, alguém do grupo deu ordens para rumarmos a Portimão, por uma estrada que hoje nada tem a ver com a actual. Depois das voltinhas do costume, orientados por um que se dizia experiente, e acatado por todos para as maluqueiras, embarcámos na carroça entre risadas, (apertados) porque o espaço era pouco, com destino à Praia da Rocha. Poucos metros andados o animal, talvez pelo barulho provocado por nós, recusou prosseguir. Fincou as patas, empinou, até se aliviou sem pudor ou preconceito,mas retomar a marcha decididamente não, e não. Nem a autoridade do chicote exercida pelo cocheiro, deu efeito para o cumprimento do contrato com os clientes. Então toca a marchar ! Foi o prolongamento da risada, e a pé lá fomos até ao nosso destino. Passados vários anos contagiei a familia com Armação, e sempre ali fazemos as nossas férias. As carroças agora já não circulam, nem se vêm por lá. Mas à alguns anos atrás estava uma, decorando um espaço da Avenida frente ao mar.Fizemos uma fotografia por dois motivos; um como recordação, o outro para guardarmos o pormenor da altura das rodas. E como é natural,também coloquei aqui a referida fotografia.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011


Grandes obras, grandes exemplos


São Bento Menni, nasceu em Milão a 11 de Março de 1841. A fé em casa de seus familiares era vivida sem ostentação, mais do que palavras as atitudes significavam a prática do bem e do cristianismo que acreditavam, numa prole de 15 filhos. Ninguém batia á porta daquela familia e era repelido, pois tinham sempre apoios para os mais necessitados.
A vida de São Bento Menni é riquissíma de exemlos, por isso sofreu as consequências dos anticlericais, pois ultrapassava brilhantemente em resultados sociais o que as administrações públicas não conseguim fazer, daí as perseguições e até prisão, onde não faltou a miserável inquisição. Volvidos 125 anos ,estes ideais de hospitalidade continuam a servir os doentes mentais e idosos, com centenas de casas em todo o mundo, tendo sido pioneiro da psiquiatria moderna e sempre no conforto da sua fé. Em Condeixa as irmãs da hospitalidade cuidam mais de 3oo utentes, numa Instituição de amplas salas e corredores e que em função do seu serviço de apoio aos doentes, alguns lares deste país, pagos a peso de ouro, teriam muito que aprender com esta casa gerida por dedicadas religiosas.
A foto documenta o meu irmão Joaquim Fernandes a esposa Belmira Fernandes, internada e medicada em psiquiatria e ainda a simpatia de algumas das irmãs de hospitalidade, festando tambem os 50 de casados daquele casal da Ereira .

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Os ditadores não tem futuro.

Alguns ditadores morrem na praça pública, porque viveram vidas de luxo sempre despresando completamente os povos submetidos à sua ganância de poder. Depois assistimos aos espectáculos de terror com as multidões a glorificaras suas vinganças destruidoras e tudo por culpa dos que cavaram a revolta e a sua própria sepultura. E pelo facto de não ser historiador de nada, apenas atento as leituras e às tragédias que estes mal amados do povo cultivam durante alguns anos com a sua intolerância, aí temos o pior dos problemas da humanidade, ou seja nas ruas e nas praças, a outra ditadura, a do poder popular.
Quem não conhece a história de Bocassa, o ditador africano, que chegou com a sua
loucura a empurrar para sua piscina os seus opositores. Se fosse Verão até talvez fosse um bom banho. Só que a piscina estava cheia de crocodilos!E só mais outra aberração no meio de imensas que o mundo assistiu. Fulgêncio Batista, pró-americano em Cuba, mas este depois do exílio viveu à vara larga e com o apoio da máfia americana, tendo sido convidado pelo Estado Novo, outro consumidor trágico do poder, a passar dias regalados em Cascais. Assim de repente, ditaduras, mesmo que sejam no meu espaço de comunicação, eu digo não, obrigado, mas há mais como a Imelda Marcos, viuva do ditador Marcos, que liderou as Filipinas, essa ganda maluca tinha 2.700 pares de sapatos, foi julgada e absolvida na América, por isso penso e decerto penso bem que as ditaduras não tem futuro.Reperem que os americanos apoiam ainda hoje estes crimes contra o povo, mas gastam a saliva a falar em liberdade.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Finalmente o texto.

É simples e quase pede licença para falar, mas tem ao longo da sua vivênciaexemplos maiores de cidadania. Refiro-me a Inácio Pereira, natural da Cova -Gala, Figueira da Foz. Já lá vão 31 anos quando António Agostinho, jornalista do Barca Nova, o recordou escrevendo sobre o seu passado desportivo, cujo título e conteúdos podemos agora citar,uma das muitas respostas ao citado jornal.
“Se tivesse a 4ª classe chegava a Presidente da República”, -tal eram nessa época as convicções do campeão Inácio Pereira, hoje a viver de memórias e respeitado por todos os covenses. Disse-me que o Pai lhe tinha faltado aos 4 anos, e a Mãe, vendedora de peixe, foi imensa de coragem para sobreviver com os seus 3 filhos, afirmando que a vida foi dura de roer e tem por isso histórias com fome que ainda não esqueceu.Trabalhou em tudo o que surgia mas aos 18 anos iniciou uma aventura no atletismo que o levou a correr no Marítimo da Gala, Quiaios Clube, Desportivo da Arregaça, Coimbra, Ginásio Figueirense. Recorda o Quiaios Clube com gratidão, pois a alimentação tão desejada para o atleta em competição, municiava-o de novas energias. Cita nomes de pessoas que o ajudaram e fala com orgulho das suas 200 medalhas e tantas taças que já não sabe a quantidade.
Nunca foi à escola e quem sabe se a tivesse frequentado se não teria sido Presidente da República! Estes cidadãos, e são assim em todas as terras, deveriam ter o seu espaço de memórias numa sala, ao menos uma sala, porque sendo iguais a nós, a natureza tornou-os diferentes e verdadadeiros campeões, inclusivé, vencendo tambem o seu destino tão cruel mas honrado.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Inácio Pereira, 64 anos de idade, Cova Gala Figueira da Foz


A história do cidadão simples e as suas dúzias de medalhas ganhas no atletismo, brevemente neste blogue, onde se fala ainda do Barca Nova e do ilustre jornalista na Cova Gala, são estes homens que fazem as memórias das suas terras.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Cada vez mais revoltado Sr.Presidente Cavaco Silva

Creia que não venho de novo embirrar por ter afirmado que os portugueses deviam ter vergonha por existir pobreza em Portugal, nada disso, tenho mais que fazer durante o dia, com o trabalhito para ganhar o pãozito para mim e para a família.
Mas hoje, Sr Presidente da República, quando li no C.M.,que 25 mil idosos correm o risco de uma injusta precaridade social, senti o tal incomodo por mim acima, e recordei a minha ingenuidade de ter acreditado nos vossos discursos e do tal socialismo democrático que o vento levou.
Afinal Sr. Presidente, se a mentira tem perna curta, são os Senhores que foram poder anos e anos, que devem ter vergonha deste quadro envelhecido e sem recursos sociais, enquanto assistimos a verdadeiros saques e sempre em benefício da nova classe que surgiu com os ideais de Abril. O que me dói não
é a vossa burguesia, mas esta notícia que não tem nenhuma solidariedade para os tais portugueses que diz sentir vergonha de os ver pobres.

Solidariedade precisa-se.

A solidariedade, ao contrário da imensa discussão ideológica e política em que vivemos, é uma manifestação cuidada e que absorve outro tipo de análise sobre os projectos e ambições estabelecidas na conquista do bem comum. Se assim fosse, coisa simples e quase impraticável, poderia ser aplicada nas diferenças ideológicas de cada qual e transmitia-lhes a superior vontade de se baterem pelas nobres causas dos programas de desenvolvimento e nas justas aplicações no tecido social. Mas isso é o mesmo de vermos um burro com chapéu de palha na cabeça e que só cabe na minha imaginação e de sonhos turbulentos e porque não isso mesmo! Mas quem é que consegue desfazer-se do seu eu irredutível e tantas vezes interesseiro, tendo em conta os tentáculos partidários e os favores que se devem por outros favores já aceites? Nesta batalha egoista de se pretender vencer o outro ou os outros que são contrários, a solidariedade porvezes cantada não passa de uma mentira feita à medida dos seus propósitos, porque como acontece na selva entre a bicharada, tambem na ideologia e na política em constante combustão, queima sempre os mais fragilizados, especialmemte no actual quadro social. Nesta circunstância a solidariedade de grupo e sentimentos mais elevados para com os outros é manteiga em nariz de cão.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Moções e cobiça pelo poder.

É certo que em ditaduras não há moções nenhumas, o que existe é chumbo para cima das opções de cada um. Mas isto já não tem pés nem cabeça e com o povo, o genuíno, a ver estes artistas na cobiça pelo poder e na mentalidade destrutiva e consequente perda de tempo para resolver os grandes problemas do país. Eu votava sim, caso fosse possível, na minha total desconfiança sobre esta calamidade e falta de valores partidários, e não sou eu o Zé da esquina, a resolver o que estes mercenários da política deveriam fazer e já, unirem-se no melhor serviço público que a nobre política convida a participar, mas esse sentimento patriótico tem “porras na amarra”, pois para mim existem culpados e razões suficientes para votar num modelo de governação e uma esperança mobilizadora, desde que não venha por aí um ditador, mas tenham cuidado, que é nestas alturas que eles fomentam a sua escalada, rumo ao poder total e porque sou do povo que porra de políticos temos no parlamento?.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Entre a ditadura e a democracia, a velha questão.

É verdade que estou cansado de dizer às pessas que me rodeiam que tenho pavor às ditaduras e eu explico a razão desse pavor em que a dignidade humana é brutalizada e esmagada. Vejamos odrama do Chile, Portugal, onde os americanos meteram sempre o focinho, não para ajudar os países, mas para impôr o seu poder.
Em ditaduras não posso eleger os meus eleitos, nem tão pouco a vontade do povo é respeitada, isto pela razão que no fascismo a sua base está no totalitarismo e o Estado é dono de tudo, inclusivé, das pessoas!
Todos sabem, e não vou fazer citações da tragédia das ditaduras que me repugnam, pois existem rios de sangue e perseguições miseráveis aos que não pensam como os ditadores. Em democracia posso votar sem obedecer a ordens e por consequência sou livre de o fazer.
Agora se o nosso povo vota em manada e apoia este sistema desastroso para as classes trabalhadoras, que abra o olho como eu fiz e faça sua mudança na suprema legalidade do voto. Porque nesta liberdade não há envelhecimento de ideias e podemos mudar o curso do nosso destino político e social o que não acontece nos regimes totalitários.
Tambem é verdade que não foi esta justiça social que esperava com o 25 de Abril e esta falta de patriotismo, onde as golpadas se sucedem, onde o oportunismo de muitos tem sido campeão, isto nada tem com os ideais de Abril.
Reconheço que as democracias têm os seus defeitos, pois têm e muitos, mas as ditaduras não permitem a manifestação contra a indignação e têm os seus lacaios que batem à porta, a qualquer hora, noite ou dia, para levar para a cadeia os que não pensam como eles, são os esbirros do poder. Com o voto que se tranforma na arma da cidadania podemos escolher as alternativas políticas e de governo e se o povo quer esta merda que temos que lhe faça bom proveito, mas eu amo a minha liberdade e a tua, infelizmente no meio de banqueiros ladrões e alguns políticos que deveriam levar do povo o cartão vermelho.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Figueirinhas o poeta pescador



Numa manhã destas, entrei no Bar Beira Rio, na Cova Gala.
Numa mesa estava um grupo de homens do mar, animadíssimos
com as histórias das suas vidas.
-”Bom dia pessoal, “- disse-lhes.
Partilhando o momento, aproximei-me do José Cravo Dias, popularizado por Camões, perguntando-lhe se descendia do grande poeta, e retirando os óculos mostrou-me que tinha um olho de cada cor, daí a alcunha de Camões. Mas este homem do mar vai mais longe na sua alegre disposição, pois quando vai à barbearia, e de voz bastante audível, costuma pedir um corte à Stalone, ou então
uma risca ao meio ou ao lado, só que Camões é amplamente calvo, nem sequer um cabelo para amostra!
O ambiente foi propício á boa disposição fraternalista, daí que Manuel Figueirinhas, 73 anos de idade e com espírito invejável na tertúlia, levantando o braço, quis participar na mesa redonda e em voz audível, diliciou os presentes com a sua veia poética, dizendo:


Camões nasceu poeta
Garrett para escritor
Vasco da Gama para o mar
E Olimpio que é barbeiro
Nasceu para aviador

Pedaços de vida que passam depressa e aproveita quem souber, daí o meu abraço a gentes
que sabem fazer da vida a festa da convivência.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Reflexão entre a teoria e a prática.

Tenho escutado diversas opiniões dos que apoiam na rua os sem abrigo, especialmente o imenso voluntariado que pelas cidades manifesta a sua Solidariedade. Com a prática do seu contacto com as situações daqueles marginalizados dizem-nos que muitos preferam o chão frio do empedrado, recusando melhores condições de higiene e alimentação.
Deste modo foram sempre para mim um estranho paradoxo aquelas experimentadas
opiniões. Só depois de ter ultrapassada a teoria e experimentada a prática é que reconheço como é difícil arrancar aquelas apetências aos que preferem viver constantemente a opção das suas vidas.
Agora na Cova Gala, e não pretendendo agrupar-me ao meritório trabalho das imensas equipas de voluntários, um pouco por todo o país, posso dizer, e em função de alguns contactos com estes cidadãos da rua, que é uma “guerra” perdida e frustante também. Face a hábitos profundamete enraizados no desleixo e liberdade total e nada responsável no dia a dia das suas vidas, essa tornou-se a sua única opção, não reconhecem outro modo de vida.
A foto documenta o sono profundo do Sr .Manuel Oliveira, mesmo ao chamar alto pelo seu nome, ou abanado pelo braço, era uma verdadeira pedra sobre a pedra do passeio. Mas conheço mais dois casos de indigência, em que a minha teoria foi amplamente informada pela prática. Esta é a realidade destas pessoas que gostam desta humilhação social. Sendo pessoas, perderam valores e estímulos de vivência mais confortável, e quem sabe se não serão felizes assim pelas ruas, ao Deus dará, fustigadas pelo desprezo do mundo que os rodeia, mas mais fortes na sua resistência ao frio e à chuva.

domingo, 6 de fevereiro de 2011


Não à intolerância, digo eu.

Não venho trazer-vos polémica sobre a diversidade e a religião de cada um, pois quer no cristianismo, judaísmo, e por aí fora, o universo é imenso nas suas opções e formatos de sentir a fé, e nestas questões pessoais só existe um caminho, o do respeito mútuo e a compreenção da sua extraordinária riqueza, quando de todo promove a paz e o bem da sua função. Sabemos que nunca foi assim em muitas e graves situações ao longo da sua longa história, pois a violência entre religiões foi sempre uma parvoíce do diabo!
Mas venho falar-vos de duas testemunhas de Jeová que recebo no meu Salão, de vez em quando, e para vos dizer a verdade não faço mais do que o meu dever de cidadania, escutando-as e partilhando ideias com estas criaturas de Deus, sempre apostadas em manifestar-me que o seu caminho é o melhor para a humanidade e para mim também.
Trago-as aqui porque as admiro e sei respeitá-las. Leio os livros que me deixam e se não tenho aquela força criativa das testemunhas de Jeová, não tenho nenhuma razão para as tratar mal ou recebê-las com duas pedras na mão, como infelizmente acontece em muitos locais onde vão propor a sua mensagem Bíblica e no Deus que acreditam e com imensa serenidade.
Também é verdade que se não fossem estas duas senhoras, peregrinas de porta em porta, com a Bíblia nas mãos, jamais teria conhecido o percurso destas crentes e testemunhas de Jeová, que suportando más educações com a sua abordagem deste grande tema que é o amor e a esperança de vivermos em paz, seguem os ensinamentos de Jesus e o homem como filho de Deus e não acreditam num inferno de fogo para onde as pessoas más vão depois de morrer.
Só me falta assumir o que já prometi e farei, assistir a uma palestra na Igreja Jeová e depois cada um de nós vai seguir o seu caminho, mas sempre com o pensamento que apesar de sermos diferentes somos sempre iguais, porque a intolerãncia sendo odiosa também é agressiva. .
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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Os sinos em Montemor-o-Velho tem a saudade do passado.

“Tocam os sinos da Torre da Igreja, há rosmaninho e alecrim pelo chão...”é assim o belo poema escrito por António Lopes Ribeiro, ao qual João Vilarett transmitiu o seu enorme talento para a declamação. O prior, os bombeiros e os anjinhos na procissão, quantas foram as vezes que nas rádios locais se escutava este poema e se propunha aos ouvintes o belo quadro e a simplicidade das nossas gentes?

Na Torre do relógio que se avista em redor da vila e pelos campos do Mondego, já em 1851, o relógio lá no alto, badalava e ordenava o tempo e horas das populações, enquanto José Thomé recebia por triméstre 2$163 reis, pois foi o responsável pela corda da sua manutenção.
Mas existe um sino em Montemor, o da Igreja de S.Martinho, choroso e nem sempre grave, conforme a sua mensagem feita de constantes badaladas, e que sensibiliza pela circunstância e oportunidade do que pretende lembrar.
Se nas badaladas religiosas, os montemorenses compreendem as suas fortes pancadas e daí o apressar para aqueles serviços, já o mesmo não acontece com a procissão do Senhor dos Passos.
No Sábado de Ramos, da Igreja dos Anjos, passando pela rua principal e subindo a encosta do castelo, até à Igreja de Alcáçova, onde se sentenciou a morte de Inês de Castro, é naquela longa subida que a recriação do sofrimento da cruz, nos interroga o porquê da morte do Homem Santo. Mas o sino em cima das nossas cabeças, pungente de som e ainda com a música fúnebre da Filarmónica 25 de Setembro, sempre me reduziu à minha insignificância do comum dos mortais, face a uma representação litúrgica e profundamente sentida no seu drama de morte e ressurreição.
Naqueles dias o sino em Montemor sempre fez parte da minha saudade e alguma fé, quando recordo o meu pai que me levava às cavalitas e coçava a sua barba na minha cara de menino inocente, e o sino nunca se cançou de nos fazer a sua companhia, como que partihando também o sentimento da vida e ainda hoje o sino bate, bate e transforma aqueles dias em boas recordações, mas o longo histórico da Igreja está cheio de sangue com o seu fervor religioso e de conflitos imensos, mas eu não a vejo assim, sinto-a á minha maneira e isso basta.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Parabéns ao Ricardo Simão


Completa no dia 3 de Fevereiro 2011, onze anos e por isso aqui vão as minhas felicitações, igualmente para os pais e irmãos, residentes no Paião, Figueira da Foz.
Por outro lado estas motivações e proximidade para com estes clientes ainda meninos, claro que os mais velhos tem o seu espaço da melhor atenção, justifica-se porque me obrigam profissionalmente a propor novos trabalhos, quer seja com as revistas e vídeos, que pedem com frequência para visualizar, valorizando-me imenso com as suas exigências nos cortes actuais e menos clássicos.Por isso fico sempre
muito grato a estes empenhamentos tranformadores por parte da “malta da pesada”, que me torna atento e menos envelhecido no meu trabalho de todos os dias.