quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
O cavalo embirrou com a estrada e a malta foi a pé.
Um dia destes a minha mulher colocou duas fotografias no Renda de Birras e quando ali as vi, algo surpreendido,avaliei o tempo que já passou ao recordar aquelas férias e com elas Alcácer do Sal,e Faro.
Neste “olhar para trás” lembrei-me dum episódio ocorrido muitos anos antes, ainda rapaz solteiro,naquela idade em que tudo é alegria e serve de distração. Foi uma viagem de carroça, entre Portimão e a Praia da Rocha,com os meus colegas de trabalho, e outros que também se associavam ao grupo. O meu pesamento parou no baú das recordações e já lá vão 49 anos, quando pela primeira vez cheguei a Armação de Pêra, indo de Lisboa para trabalhar como cabeleireiro de senhoras no Hotel Garbe, situado frente ao mar num plano mais elevado, frequentado por turistas especialmente estrangeiras. Local de luxo e novidade para mim.
Hoje tudo é diferente, mas naquela altura circulavam as carroças turísticas que faziam o percurso entre Portimão e a praia da Rocha,com o alarido dos chocalhos e o bater ritmado das patas dos cavalos no asfalto,convidando as pessoas a um passeio feliz e descontraido. No tal grupo de jovens a que eu aderi, um deles tinha uma carripana a desfazer-se aos bocados, mas a malta aos domingos e à noite, mesmo assim, vagueava de Sagres a Vila Real de Santo António por entre estradas caminhos e bêcos. A concentração fazia-se no unico café que existia, e num domingo, alguém do grupo deu ordens para rumarmos a Portimão, por uma estrada que hoje nada tem a ver com a actual. Depois das voltinhas do costume, orientados por um que se dizia experiente, e acatado por todos para as maluqueiras, embarcámos na carroça entre risadas, (apertados) porque o espaço era pouco, com destino à Praia da Rocha. Poucos metros andados o animal, talvez pelo barulho provocado por nós, recusou prosseguir. Fincou as patas, empinou, até se aliviou sem pudor ou preconceito,mas retomar a marcha decididamente não, e não. Nem a autoridade do chicote exercida pelo cocheiro, deu efeito para o cumprimento do contrato com os clientes. Então toca a marchar ! Foi o prolongamento da risada, e a pé lá fomos até ao nosso destino. Passados vários anos contagiei a familia com Armação, e sempre ali fazemos as nossas férias. As carroças agora já não circulam, nem se vêm por lá. Mas à alguns anos atrás estava uma, decorando um espaço da Avenida frente ao mar.Fizemos uma fotografia por dois motivos; um como recordação, o outro para guardarmos o pormenor da altura das rodas. E como é natural,também coloquei aqui a referida fotografia.
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OLIMPO SOU O ANDERSON DA CADEIRA DE RODAS DO JANTAR DE NATAL LR O MEU BLOG É www.aloeveraesaude.com E MEU E-MAIL É jacktequila.net@gmail.com
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