É simples e quase pede licença para falar, mas tem ao longo da sua vivênciaexemplos maiores de cidadania. Refiro-me a Inácio Pereira, natural da Cova -Gala, Figueira da Foz. Já lá vão 31 anos quando António Agostinho, jornalista do Barca Nova, o recordou escrevendo sobre o seu passado desportivo, cujo título e conteúdos podemos agora citar,uma das muitas respostas ao citado jornal.
“Se tivesse a 4ª classe chegava a Presidente da República”, -tal eram nessa época as convicções do campeão Inácio Pereira, hoje a viver de memórias e respeitado por todos os covenses. Disse-me que o Pai lhe tinha faltado aos 4 anos, e a Mãe, vendedora de peixe, foi imensa de coragem para sobreviver com os seus 3 filhos, afirmando que a vida foi dura de roer e tem por isso histórias com fome que ainda não esqueceu.Trabalhou em tudo o que surgia mas aos 18 anos iniciou uma aventura no atletismo que o levou a correr no Marítimo da Gala, Quiaios Clube, Desportivo da Arregaça, Coimbra, Ginásio Figueirense. Recorda o Quiaios Clube com gratidão, pois a alimentação tão desejada para o atleta em competição, municiava-o de novas energias. Cita nomes de pessoas que o ajudaram e fala com orgulho das suas 200 medalhas e tantas taças que já não sabe a quantidade.
Nunca foi à escola e quem sabe se a tivesse frequentado se não teria sido Presidente da República! Estes cidadãos, e são assim em todas as terras, deveriam ter o seu espaço de memórias numa sala, ao menos uma sala, porque sendo iguais a nós, a natureza tornou-os diferentes e verdadadeiros campeões, inclusivé, vencendo tambem o seu destino tão cruel mas honrado.
Se o homem, não é corrupto, nem mentiroso, nunca poderia ser, nem Presidente nem Ministro!
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