domingo, 14 de junho de 2009

Pelo direito de morrer com dignidade.


Pelo direito de morrer com dignidade.

O tema é delicado e controverso e suficientemente capaz de magoar os que não pensam como eu,mas não é essa a minha intenção.Deixem-me pela vossa compreensão pessoalizar a minha convicção de morrer com dignidade.Um dia destes,a Dilia minha esposa dedicada,disse-me...Tens ali um blogue,a Azinhaga da Cidade (porque sabe das minhas conversas sobre o direito de morrer com dignidade) que publica um texto com vários comentários, e de acordo com as tuas ideias acerca da eutanásia.Com a devida vénia à autora, o vou transcrever na integra no meu blogue,reconhecendo a sua coragem em assumir e manifestar a quem lê, a sua opinião acerca da eutanásia para si própria,em fase terminal dolorosa e até humilhante para a condição humana.
Eu seria incapaz de impor a morte a qualquer ser humano,inclusive aos animais,mas reclamo para mim esse direito, de poder terminar o sofrimento dum estado penoso, quando porventura já clinicamente desenganado pelos médicos.Movidos pelos afectos os familiares apelam e o médico vem, e por vezes cobra com exorbitância,indiferente,ali á boca da morte,quando nem a esperança já resta,e ele sabe-o.Com o prolongar desta espécie de vida,sofrem os familiares impotentes perante a dor,gastam as economias,e quando chega o fim, a viuva fica só e possivelmente endividada,e tudo em nome da moral e da ganância.Tenho um amigo em Montemor que todos os dias sentia a morte da sua amada esposa a aproximar-se,vitima de cancro.A medicina já tinha feito tudo, mas o meu companheiro ainda tinha fé,e tentava por todos os meios o milagroso medicamento,acabando por encontrar uma "alma generosa" que amava demais o dinheiro... preferiu não ser sincero,ignorou a fase terminal da doente e receitou,deu esperanças...Consciência de médico ? Não a sentiu... recebeu um valor considerável pela consulta e partiu, talvez indiferente. Os medicamentos comprados de imediato somaram vários contos de reis, e poucos dias depois a esposa partiu para a eternidade.Este é um pormenor da imoralidade que eu rejeito com a minha convicção,para não falar também dos lares,um negócio dos tempos modernos. Comentei este texto,pois nele encontrei eco relativamente ao que desejo para mim,porém jamais o vou impor a quem quer que seja; a cada um cabe a sua decisão de aguentar,até que o coração deixe de bater por si próprio.Existem os cuidados paliativos,a que nem todos têm acesso,e que eu entendo serem uma espécie de purgatório para quem os quer aceitar;há a fé em Deus, e até a esperança no céu... Sou sensivel à mensagem cristã,mas falta-me coragem para suportar um grande sofrimento;e também por isso sou adepto do processo eutanásia. Como diz o poeta "TAMBÈM A MORTE È VIVER ,QUANDO A VIDA NÂO È NADA"...

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