sábado, 10 de janeiro de 2009

Recordações no baú

( O Davis é um cão de raça chinesa, um shar pei)
Volvidos sessenta anos,que tempo imenso,já feito de alegrias e tristezas, é graças aos cuidados da Dília que tem gosto em manter as peças das recordações,há mais de quarenta anos,que voltei a ver a fotografia da Farrusca, a cadela da minha infância.Viaja agora pela Internet,com surpresa minha! Confesso que sou um desastre na manutenção de objectos de estimação,é próprio da minha indisciplina,ao contrário da Dília,minha esposa,qual conservadora de museu,que guarda recordações da sua infância.Mas eu não, e tenho pena de não saber guardar as minhas memórias.Então,a mãe Dília e a filha Isabel surpreenderam-me porque me revelaram a Farrusca na net.Eu já não sabia onde parava a fotografia.Em cima da taipa,de boné, eu feliz com a Farrusca e o seu filhote.Valorizo de todo a condição humana e a sua racionalidade humana e o social.Mas nunca deixei que os animais não tivessem o seu espaço na minha vida, entendo deverem partilhar o nosso percurso com os cuidados que lhes devemos na sua condição de irracionais.A cidade,os quartos,as pensões,influenciaram o meu afastamento e contacto vivo e emocional com os cães, mas nunca digas não,pois agora volto a estar envolvido com o Davis,um cão que foi cachorro pequeno e que agora pesa mais de 20 kg e que me devolve estímulo e a noção certa de que os animais nos transmitem muito. Se porventura não apareço à hora habitual fica alvoraçado correndo de um lado para outro,em casa da minha filha, porque o amigo não veio buscá-lo para que ele possa ir sair e alçar a pata e marcar o seu território,às vezes são mais de vinte mijadas sobre o chão,paredes,árvores!!Mas o Davis sensibiliza-me pela sua aproximação à família,porque a sente no seu pormenor,cuida dela e da casa, e se alguém faz barulho ou se mete com o meu netinho,é certo e sabido que o bom do cão se aproxima com a garantia que está ali para o defender,rosnando com modo de poucos amigos. O Davis é um “SENHOR “pois vai à clinica, tem uma alimentação própria,toma banho com gel indicado e vive em família.Coisa muito diferente aconteceu com a Farrusca,que também tinha uma família,mas faltou-lhe tudo,como era normal, e como acontecia também com muitos humanos na minha infância.Ainda não tinha chegado a época da sociedade de consumo,via canina,como hoje acontece com a indústria de produtos para animais de estimação,actualmente em franca prosperidade.

Um comentário:

  1. Sempre uma forma de estar igual baseada nos mesmos pressupostos de uma grande frontalidade e humildade,foi isso que sempre me fez ter pelo senhor Olímpio o respeito e admiração.
    Caro olímpio,já sabia à muito da sua pouca têndencia e zêlo para guardar a sua preciosa experiência de vida(porque você mesmo me disse...),mas olhe..não precisa, porque outros nos passam pela vida e sabem guardar as memórias
    de quem vale a pena,por mais que voçê seja pouco disciplinado ou organizado nesse domínio,acredite que por aí e sem que se espere vem à tona o espólio de quem marca a diferença,e não anda nesta vida por ver andar os outros,acredite ainda.. que gostei muito do texto que me deixou há dias mas não tenha duvidas que passados estes anos todos, sei bem quem são as pessoas que admiro e respeito como amigos e não caio facilmente em "caldeiradas".
    Quanto há "farrusca" e o "Davis", repare como o Olímpio se lembra de ambos os animais,e lhes faz justíça com uma caractrização cuidada e objectiva,não subalternizando nenhum deles apesar de "vivências" materiais(realidades..) diferentes,...caro amigo,tambem é assim com os humanos,nós até poderemos ser esquecidos mas outros não deixam que nos esqueçam,não por favor a ninguem, mas porque acontece...isso mesmo...acontece..o respeito e a amizade ...acontece...e pronto..

    O COMENTADOR

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