segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Deixar jogar á Inglesa


Agradável surpresa a mensagem do antigo árbitro de futebol que se evidenciou na terceira Divisão Nacional e que veio agora recordar o que eu escrevi hà mais de 22 anos no Diário de Coimbra,uma crónica sobre um jogo em S.Silvestre e o Montemorense,intitulada "deixar jogar à inglesa".Pois é amigo Peliche Gil,eu tinha as regras e você o apito,mas não julgue que foi tudo crítica negativa, já que bem recordo escrever que a particularidade de correr o campo e estar em cima das jogadas dava-lhe uma consequente e segura análise dos lances.Eu tinha a mania que era jornalista de fim de semana, vai daí ter comprado os livros e as figuras que informavam o que era jogo viril e o jogo maldoso,porque de resto jogar futebol aconteceu-me na praia e na tropa,por isso os árbitros não me levavam a sério. Ainda hoje entendo que se tivesse praticado a modalidade teria mais facilidade em escrever sobre o belo jogo,quando é bem jogada uma partida de futebol é bela.Mais tarde vim a compreender a vossa enorme dificuldade nos campos distristais,lutando contra a má preparação fisica das equipes,logo mais força do que técnica,e depois o público com falta de conhecimento das tais regras tambem não ajudava nos caldeirões das emoções.Mas foram bons tempos e que não mais voltam e foi lamentável não ter guardado dezenas e dezenas de crónicas dos jornais pois davam para sorrir e pensar no carácter temporário das nossas vidas.As populações viviam intensamente aqueles jogos em Santana,Pereira e Santo Varão,Ereira.Que sei eu de um tempo que já é saudade.Mas não me vou embora desta pequena nota sem lhe dizer outra vez que ainda hoje acho graça ao recordar a sua mãe,de Santana e que era minha cliente no Bairro Novo,no salão que ali tive.No Diário de Coimbra escrevi eu a crónica em que dizia que você um dia destes se tramava por deixar jogar à inglesa e vai daí a boa da senhora disse-me:Ó senhor Olimpio, então anda a escrever que o meu filho não apita bem e que deixa jogar à inglesa? Além de ser uma senhora era uma cliente e logo, maneirinho, expliquei-lhe que não havia mal no que tinha escrito,pois deixar jogar daquele jeito,era liberdade a mais aos jogadores e eles necessitavam de um pouco mais de rédia curta.Enfim passámos ao lado de uma "grande carreira,"mas recordo que já nessa altura me falava da corrupcção na arbitragem e quanto eu o avalio sei agora que não não tinha espaço para esse podre sistema que veio depois a manifestar-se neste país e tão tristemente.Neste blog pode verificar que eu em 1958 já era conhecido em Montemor como "reporter Mabor".Naquele tempo havia um programa desportivo na rádio e patrocinado por aquela marca de pneus,de modo que o Zé povinho gozava comigo a valer.Veja a triste figura!Só muitos anos mais tarde é que a Dília,minha esposa,que tambem era jovem como eu nesse ingénuo período das nossas vidas, me disse que a minha maluqueira dava para risos e brincadeiras de muita gente...

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