domingo, 4 de outubro de 2009

Fausto Caniceiro partiu há três anos.



Aconteceu em 26 de Setembro de 2007,mas tudo é tão rápido,parece que foi ontem que Fausto Caniceiro nos deixou.Eu e a Dília,convivemos longos anos com ele, numa elevada estima quase familiar.Quando nos despediamos dizia sempre,até depois,até depois... Era um homem humilde,tinha valor,era artista e tinha graça,e estava sempre disponivel para,com a sua arte colaborar em festas de beneficência.Várias vezes lhe pedi,só sabia dizer sim.Sem contrapartidas,tudo de boa vontade sem lucros de nenhuma espécie.E nem sequer era rico;auferia uma reforma de valor reduzido,mas não acusava frustração nem revolta,aceitava o facto com um encolher de ombros e um sorriso talvez um pouco triste,que logo afastava... A doença (grave) surgiu, e foi em sofrimento que chegou ao fim dos seus dias. Se me é permitido usar a palavra satisfação,colóco-a no facto de me ter sido possível acompanhar este amigo,visitando-o regularmente em casa,e posteriormente no Lar, onde já mais débil foi internado.Iamos para o Algarve oito dias,mas antes fomos estar com ele,a minha mulher disse-lhe algo de Gil Vicente,que ele comentou,e sorriu... estava lúcido,e só. Foi a ultima vez que falámos.Ao ler no jornal (agora) o pequeno texto junto à fotografia que recorda a data do seu fim,tudo me veio à memória: - até o seu funeral, em dia triste sem sol,com uns pingos de chuva a cair de vez em quando,e a cerimónia demasiado simples,tudo um pouco à pressa. Lamentei,e lamento,que naquele seu ultimo minuto ainda ao cimo da terra,ninguém se lembrásse de dizer duas palavras sobre a personalidade daquele homem... Ele merecia mais do que o simples acompanhamento de circunstância...

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