quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Férias



De Lisboa a Armação de Pêra,sempre a pentear! Quando deixei a Figueira da Foz e Montemor, e ainda o meu pequeno lugar do Casal Novo do Rio, a dois passos da Vila,deixava para trás os primeiros anos da minha juventude para me alistar na polícia militar,em Belém.Estavamos em 1961 e a Figueira,Montemor e o meu Casal Novo do Rio tinham sido a minha base de trabalho em barbearias e uma delas,a Silva,na praça dos taxis.Recordo as figuras da cidade: Arménio Faria,Dr.Errnesto Tomé,Augusto Silva e tantos outros cidadãos da melhor memória.Recordo o meu colega João Medina,excelente actor de teatro de Tavarede,o Figueira Spor,de Anibal de Matos,já que indo eu para Montemor aos fins de semana,trazia umas pequenas notícias sobre o desporto que se praticava em Montemor,apenas e só futebol e pelo Atlético Montemorense.Hoje penso que foram anos de inocência,mas a Polícia Militar esperava-me e com a sorte que tanto desejava.A recruta foi dura e com disciplina de ferro,ou não fosse a P.M.o exemplo no Quartel e nas ruas,onde se fiscalizava o comportamento dos soldados,também no Bairro Alto e Cais do Sodré!Mas o que eu mais gostava era assistir aos jogos do Benfica de Eusébio,que tempos esses! Finalizada a recruta alguem segredou que eu era um barbeiro capaz de assumir a responsabilidade da barbearia dos oficiais e assim aconteceu.Quando o Comandante da unidade dava entrada à porta de armas ,eu sabia pelo toque do sentido, que havia de correr os longos corredores até chegar ao seu gabinete e preparar-lhe o caldinho e a barba.O caldinho nessa época nas barbearias era retirar com a navalha os cabelos do pescoço,retardando assim o total corte de cabelo.Um dia cheio de coragem e aventura ,perguntei-lhe:-Meu Comandante gostava de frequentar um curso de cabeleireiro de senhoras!Poderia sair do Quartel às 5 da tarde?-Com que então queres passar as mãos pelos cabelos das mulheres,-respondeu o comandante com ar de quem iria dizer sim.Tive sorte com o pedido.Durante meses fui todas as tardes fazer formação na rua Poço dos Negros e quando deixei a P.M. já não fui barbeiro mas sim o Cabeleireiro de Senhoras.Por sorte e mais uma vez estou grato por isso,arranjei emprego na Rua do Crucifixo e pouco tempo depois,por volta de 1963,o Sr Casimiro,que explorava o Salão de Senhoras,no Hotel Garbe, em Armação de Pêra,enviava -me para lá,por forma a trabalhar durante as épocas de Verão.Armação de Pêra,nessa altura era uma pequena aldeia de pescadores mas o Hotel Garbe lotava com ingleses e outras nacionalidades e eu vivia nas horas vagas do meu trabalho a intensidade da minha juventude.Regressado a Lisboa e depois à Figueira nunca mais deixei os afectos por Armação de Pêra e onde quer que esteja ,de Lagos a Vila Real de S,António,a minha Arrmação tem o encanto das boas memórias,porque volto sempre ás suas ruas, e sobretudo a uma praia imensa, e nos últimos anos com a Dília,já não com as filhas,tantas foram as nossas férias em Arrmação,onde a despedida tem o encanto da tranquilidade tão necessária e reconfortante como agora aconteceu e sempre a partir do dia 15 de Setembro.

Um comentário:

  1. É bom ver que a nossa terra é amada por muitos!

    Obrigada por estas palavras.

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