terça-feira, 4 de setembro de 2012

Recordar Adriano Santos, 1959. OLHÓ PALHINHAS.

Se as fotografias do celebre pátio das galinhas e as do Quebra-Mar,ficaram péssimas com as digitalizações do jornal, julguei que em caso de algum visitante clicar neste blogue e desejar
ler o texto sobre a história de Adriano Santos, seria útil que o transcrevesse na hipótese de melhor leitura.Na primeira foto aqui publicada é o Pátio das Galinhas.A seguir um carro faz humor á despedida do Agosto. Nas outras duas o Quebra-Mar, onde as ondas batiam fortemente.
Os figueirenses que gostam da sua cidade, talvez se sensibilizem com estes pedaços de memórias com mais de 50 anos, as quais faço questão de as recordar por pertencer a esse tempo em que a Figueira da Foz, era a Rainha das Praias de Portugal.



O texto copiado do jornal Palhinhas.

Depois de entre 1930 e 1941 ter orientado os destinos de "O Palhinhas", na companhia de Ernesto Tomé,( a quem cortei o cabelo algumas vezes,) Adrianos Santoss voltou a colocar o semanário colorido de histórias e diabruras nos quiosques do Bairro Novo e Buarcos, a partir de 1952.
Nessa altura Adriano Santos,teve Cardoso Marta , como director e editor, situação mantida até 1959.
Desde essa data até ao seu fecho em 1975, Adriano Santos assumiu-se como director,editor e proprietário do Jornal.
Como principal colaborador surgiu então Afonso Ribeiro, homem de confiança que tratava,sobretudo das questões administrativas.
Adriano Santos a trabalhar e a residir em Lisboa,aparecia na Figueira , vindo de comboio aos fins de semana. Aqui fazia-se transportar num belo automóvel descapotavel de cor"grenat"e pneus pintados de branco, guardado durante a semana numa garagem do Jorge Lobo. Impecavelmente vestido,calça branca vincada , chapéu, sapatos irrepreensiveis , Adriano Santos, aliava a tudo isso uma saudável elegãncia no trato e nas amizades que mantinha com Arménio Tomé,( outro meu cliente,) Cara de Homem, Afonso Ribeiro, Adelino Carvalho, e muitos outros incluindo os tipógrafos da Impressora Económica , onde o Palhinhas era impresso.
Ali, durante a semana os tipógrafos recebiam os recados , os apontamentos, as "noticias"dos diversos "correspondentes que o jornal dispunha na cidade e no concelho. Alguns desses tipógrafos , os mais novatos, claro,ainda tinham outra função, nos fins de tarde , aos sábados após findar o dia de trabalho, competia-lhes com outros miúdos a venda de "O Palhinhas", Era vê-los a percorrer cafés e pastelarias do Bairro Novo, invadir o Pátio das Galinhas, correr até Buarcos , vendendo o jornal com uma tiragem á volta de 1000 exemplares, Curiosamente, Adriano Santos tinha uma particular atenção com os vendedores. Miudos que se apresentassem descalços ,era de imediato conduzido á uma sapataria mais próxima para lhes comprar o calçado.
E, de sapato novo , lá ia ele então vender o jornal " OLHÓ PALHINHAS,
Na figura de Adriano Santos, aqui recordado, se homenegeia todos aqueles que trabalharam e viveram ," O Palhinhas", dos gloriosos tempos dos malucos das máquinas voadoras.
Aqui fica o necessário registo, para que conste.

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