sexta-feira, 19 de março de 2010

Ultimas imformações

A minha curta militância socialista.

Prometi falar sobre o meu “cadástro” político,e aqui estou pois tenho até algum prazer em exclarecer que a minha passagem pelos ficheiros do partido socialista,não foi um fracasso nem tão pouco a ipotética perda de qualquer tacho ou mordomía de que estivesse à procura.
A minha inquietação social (passe o exagero) já vem de antes do 25 de Abril de 1974,e cada um tem o partido que deseja,eu votei no socialismo democrático do Sr. Dr.Mário Soares,era um grande democrata, mas não só o ideal o movia como se viu depois,outros valores o cativaram de modo que em breve se tornou rico,juntou o util ao agradável,situação bem diferente daqueles democratas doutrora.Isto não é má lingua contra o Dr.Soares,é do dominio público e existem documentos que o comprovam. Os anos passavam e desinteressei-me:sei que foi um erro mas deixei de votar. Tenciono voltar agora a exercer o meu direito de voto nas próximas eleições. A candidatura do Dr.Fernando Nobre trouxe-me algum entusiásmo,mesmo sabendo que as possibilidades dele são reduzidas.É um homem ainda “limpo” um cidadão humanista decerto até mal empregado na politica,é diferente tem andado pelo mundo a salvar as pessoas e não a matá-las.Mas voltando ao meu enfado, fartei-me dos politicos que apregoavam ideais, e nos seus exemplos eram um zero, relegando sempre o povo e seus anseios para plano longínquo,ignorando-os até por comodidade própria:infelismente isto ainda hoje acontece.
Não quero deixar de referir que em Montemor me dedicava às causas associativas e uma espécie de jornalismo,modesto é certo,mas tudo na mais bem intencionada carolice, por causas populares e motivações fortes que me deram alegria,que me era salutar. Ao tempo era presidente da Câmara o Sr Dr.José Maria Antunes,um cavalheiro de boas maneiras e que para todos tinha a sua simpatia.Um dia estive no seu gabinete durante algum tempo para falar dum caso que tinha a ver com o acampamento dos ciganos junto ao Restaurante Moagem,pois o proprietário o Sr.Ferpes vivia amargurado com a diminuição da clientela,porque embora os ciganos se portassem bem,a sua presença, e as muitas creanças,e alguns cães aproximando-se de quem chegava ao local,intimidavam,e por vezes os clientes nem saiam do carro,viravam e partiam. Posteriormente o Sr.Ferpes e o respectivo pessoal que trabalhava no restaurante, foram informados da hora a que seriam recebidos na Câmara para serem ouvidas as suas queixas.... a Dília sem nada dizer (nem a mim) telefona para a T.V.I. e à hora marcada entram os repórteres,e o país fica a conhecer o caso. Tudo decorreu calmamente,expuseram as suas queixas,e regressaram ao restaurante com algumas esperanças,mercê do que lhes foi prometido,embora com reservas.E foi a altura de se perguntarem entre todos como é que a T.V.I. soube? Silêncio,ninguém sabia...
Porém o epílogo desta história não iria ser feliz,os ciganos revoltaram-se e acabaram por agredir fisicamente o Sr.Ferpes,esquecendo ou desvalorisando,o bem que ele apesar dos pesares lhes havia proporcionado,sobretudo ás creanças. Voltando à minha história,nessa altura inscrevi-me no partido socialista,o Sr.Dr. Antunes nunca me havia convidado,mas decerto gostou e foi o padrinho.
Porém a minha militancia socialista foi efémera, não durou mais de dois ou tres meses, assim como entrei logo saí do partido por não sentir qualquer vocação para militancia politica,a minha preferência ia para o associativismo, a rádio,onde entrevistava os politicos locais e das freguesias,onde falava de futebol,e outros temas quase sempre relativos a Montemor.
Este presidente terminou o seu mandato,outro lhe sucedeu,e ainda outro que ainda está em funções.
Foi já durante o primeiro mandato do actual presidente que fundei o Jornal Terras de Montemor.Sabia que corria riscos,porque precisava de apoio financeiro.Fui à Câmara expôr o meu propósito,e saber se poderia contar com algo.Tudo! Foi a resposta.Que fizesse um plano dos valores necessários,pagariam na integra,e posteriormente dariam os editais da Câmara para publicação todos os meses.E assim aconteceu com o 1ºjornal,até haver uma reunião onde alguém se sentiu lesado,e impôs condições.Comparticipação foi cortada de imediato.Sentimo-nos a vacilar...Mudámos para uma tipografia mais modesta e aguentámos o jornal.Mas entre os colaboradores que escreviam para nós apareceu o Dr.Jorge Camarneiro.Logo após,os editais deixaram de aparecer,faziam falta,e eu fui à Câmara,ouvi com todas as letras muito calmamente pronunciadas”vá pedir aos seus amigos”...
Nunca me propuz fazer um jornal afecto ao poder local,fosse de que cor política fosse, o meu jornal era um orgão de informação perfeitamente integro,ali não havia partidos nem politica,existia sim o superior interesse da verdade da noticia,e o pulsar da nossa região.Não estou habituado a vender-me,ainda hoje faria igual.Assim aguentámos sós,e digo no plural, porque a Dília viveu comigo esta aventura.O povo deu-nos publicidade,e o jornal viveu um ano certinho com dignidade, saiu-nos bem caro mas pagámos, e ganhámos saber.
Nenhum politico,nem mesmo quem tinha capacidade financeira para o manter, se interessou pela sua aquisição dando lhe continuidade,se bem que ele nunca tivesse estado à venda... mas ninguém pensou nisso, falta-lhes chama para estas “minudências”... por isso nem eu nem a Dília receberemos lições de nenhum político de Montemor,bastámo-nos a nós próprios,e temos as mãos limpas e nada a agradecer.
Pelo que disse, e fui verdadeiro e sincero, penso que consegui mostrar o que sou.
Vaidoso?isso era na juventude.
Agora sou eu,apenas.

Olimpio Fernandes.

6 comentários:

  1. Mestre Olimpio..............foi 1 pena pois vc estava na calha para ser nomeado acessor, e na altura já se ganhava mais que os trezentinhos contos mensais.
    Abraço
    Obs:
    Será que foi só por esse seu "mau passo" dado que os vermelhos lhe chateiam aqui a cabeça????

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  2. Recordo,até com alguma nostalgia esses seus tempos na rádio de Montemor (nossa Terra).
    Ouviam-se uns acordes duma guitarrada de Coimbra e logo a seguir - Está no ar o programa, Três horas à beira do Mondego!Produção de Olímpio e Dília Fernandes.
    Ela tinha a parte cultural,sobretudo poesia,o Olímpio toda a actualidade e desporto.Era tudo carolice,mas tinham o nosso agrado,e tenho saudades.Também do jornal,eu guardei-os todos.

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  3. Darem continuidade ao jornal? Quem? Aqueles que financeiramente o podiam fazer?- êsses só sabem dar sentenças,ontem e hoje,é igual.
    Os políticos? Era preciso que quisessem ter aborrecimentos,porque um jornal não é um jantar,tem muito que se lhe diga.Quando se gosta vai-se em frente,mas não era o caso.
    (escrevi os dois comentários)
    Sou o velho Montemorence.

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  4. Velho Montemorense.È justo que faça aqui a minha homenagem aos Montemorenses que tudo construiram na Rádio.Não cito nomes pois podia cometer o êrro de me esquecer de alguem,mas foram fantásticos de amor á terra ,gastando do seu dinheiro,eu sei que foi assim.Jornais em Montemor?Veja o que me aconteceu,os politicos dessa época não gostavam do "pasquim",eu não era um lembe botas do poder local e os editais poderiam ter sido um apoio,face ao mercado publicitário que era pobre.À hora do almoço andava pelas freguesias ,angariando o que podia.foram tempos belos de entrega e de paixão pelas iniciativas em Montemor.Lições? Gosto de exemplos no terreno.Acessor de quem?Não me faça rir!No proximo dia 10 de Abril vamos ter na Cova Gala, a noite cultural de Montemor.Cantigas populares pelo Grupo de Tentúgal e o mestre José Craveiro.Sansão Coelho vai apresentar.Sabe para que efeito? Ganhar ums tostões para as Festas de S:Pedro,enfim ,continuo sempre á procura de "tachos"Saudações para todos .

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  5. Oh sinhor ulipimum

    é só para esclarecer que errando o anónimo acertou
    passo a explicar
    o assessor dos 300 contitos escreve-se assim ASSESSOR

    acessor de acessório no caso o sinhor ulupium escreve-se assim ACESSOR

    sempre a considerá-lo

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  6. O que é isto de ulipimum escrito por Martinha?
    Em Portugal escreve-se Olímpio.Esta sra.estará noutro continente? Ou é para fazer humor?
    Mas fazer humor é uma arte muito difícil...

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