segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Perdidos! Comeram cão para sobreviver no mar



A vida e o trabalho no mar tem riscos e sacrifícios que me merecem a melhor reflexão. Ouço atentamente estes homens que viveram aventuras, mar dentro, enquanto lhes faço os cortes em cabelos já brancos e envelhecidos.
Remígio Gonçalves completa 82 anos no próximo dia 22 de Outubro de 2011, e desde os seus 15 anos até aos 62  fez do mar a sua luta, trabalho contra ventos e tempestades, para ganhar o seu sustento.
Em 1949 o bacalhoeiro João Costa, com 68 pescadores , afundou-se, com incêndio a bordo, em pouco tempo, enquanto os 20 botes com os pescadores , pescavam o fiel amigo a curta distância.
O capitão do barco, filho de João Costa, sendo este figueirense também era proprietário do banco do mesmo nome na cidade da Figueira da Foz, que veio a falir nessa época, e que causou enorme controvérsia na cidade pois os clientes perderam as suas economias.
Remígio Gonçalves, um homem que deu para ouvir com elevada atenção,contou-me cenas incríveis do naufrágio, afirmando-me que foi a chuva que os salvou durante aqueles longos e dramáticos 7 dias e sete noites perdidos no mar. Chovendo apenas uma vez talvez tenha sido o suficiente para equilibrar uma desidratação cada vez mais acentuada no grupo de 4 companheiros de naufrágio, aquela chuva vinda das nuvens matou a sede aos homens e deu-lhes uma esperança de sobrevivência.
Interrogado por mim sobre a sorte do cão, se foi verdade ou não, ter sido comido por seus companheiros, Remígio Gonçalves  garantiu-me a veracidade dos factos de que ainda hoje se fala.  Foram finalmente salvos por 3 barcos , desembarcando no Algarve e Açores. Da Cova Gala e Buarcos eram 48 pescadores e outros da Póvoa de Varzim e Caxinas.

Um comentário:

  1. Seu blog está muito legal.
    É impressionante esta história.
    Mas é muito bom saber que tudo deu certo.

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