sexta-feira, 9 de julho de 2010

O Popó e o rádio do seu contentamento

Fotografias de Pedro Cruz, Cova Gala, Figueira da Foz

As cidades e as vilas, porque não as aldeias deste país, e se entendermos o problema na sua universalidade,cria e alimenta no seu seio, humildes cidadãos de existencia desequilibrada.São várias as razões sociais; o álcool,alguns divorciados,o desemprego,nos ultimos tempos a maldita droga, podem ser os motivos de destruição da auto-estima e o resvalar para a valeta da vida e de hábitos anormais de cidadania e que nos atinge de algum modo.
Os movimentos de solidariedade procuram-nos nas ruas,trazendo-os á realidade social e humana,como gentes de ninguem e olhada de lado por uma sociedade que sente vergonha de assistir á degradação da sua especie, julgando-os leprosos e pouco lavados fisicamente. Tudo isto, porque o Popó, caminheiro errante pela Cova Gala, teve de certo em menino os carinhos de sua Mãe,a qual terá sonhado o melhor destino para o seu Manuel Pinto de Oliveira, nesta altura com 66 anos de idade, mas feita de aventura e álcool e com versos do seu repentismo. Segundo sabemos,o pai e o tio,excelentes musicos de uma banda Filarmónica,terão entusiasmado o nosso Manuel,a percorrer a verdadeira escola musical,mas ele preferiu o mais facil, isto é, pegou numa busina de biciclete,e no marcha que marcha á frente ou atrás da Filarmónica, soprava no seu instrumento de ocasião, propondo à comunidade o ridiculo da sua arte,agora com a chacota e o sorrir de muitos que acham graça onde ela é mais dor do que alegria. De tal jeito que o Zé Povinho, sedento de alcunhas, o batizou para sempre. Serás Popó e acabou-se. Porém, o Manuel de Oliveira, ficou com a paixão da música, apertando-a sobre o peito, de pé ou deitado pelo chão da Cova Gala, pois os rádios tem sido a sua companhia, embalando-o em sono profundo mas o rádio por lá fica em sonoridade e com as musicas da sua preferência. Conta quem testemunhou que numa tarde a desaperecer no horizonte, Manuel de Oliveira, depois de ter acordado da sua soneca no chão ora frio ora quente, deu pela falta do seu rádio roubado e chorou como de uma criança se tratasse, dizendo que era a sua única companhia! Logo as pessoas lhe compraram outro rádio e outros rádios foram roubados, pois os ladrões insensiveis à sina do Manuel de Oliveira, só nos dizem que o Mundo é cão e morde sempre nos mais fracos da sociedade, coisa estúpida porque é nestas pessoas que sentimos o respeito e o pulsar da vida.

7 comentários:

  1. Os meus aplausos SR.OLÍMPIO!
    Como o mundo seria mais risonho se todos tivésse-mos esse grande coração que o SR. Tem em vez de roubarem esses tristes seres humanos e fazerem galhofa com eles servindo-lhes de divertimento como tantas vezes tenho apreciado!...Lhe dessem a mão e perguntassem de que é que precizas? Tens fome? Vem comigo aqui à pastelaria pede um bolo e bebe um sumo, não te preocupes eu pago! Que lindo seria o mundo assim!

    Um abraço

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  2. Ó Sr.Olímpio não é o mundo que é cão.Alguns cães é que vivem nele; e não estou a referir-me ao animal cão,mas sim ao homem(cão)aquele que é mau,fingido,insensível à dor humana,incapaz de ajudar um pobre que esteja a resvalar para a desgraça...
    O mundo é neutro,os de alma suja é que o conspurcam.
    Gostei do que escreveu sobre o PóPó.

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  3. Não sei o que dizer-vos!Só sei que não devemos finjir sentimentos e que devemos dizer palavras que o sejam na prática e na comunicação com os outros.O Manuel é um tipo muito educado,mas entregue ás suas emoções desequilibradas e eu respeito muito.Gosta de rapar o cabelo e a barba,depois jura a pé juntos que vai pagar,mas é assim e eu não espero nada de nada,porque o Popó é já uma figura publica da Cova Gala.Que o seja por muitos anos.Tenham boa saude.

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  4. Também já ouvi o "POPÓ" encomendar e bem aqueles atrasados mentais que se metem com ele, mas na minha opinião mereciam muito mais!
    Já agora aproveito para informar que o 1º Comentário é meu,é assim que sou conhecido nos FUZILEIROS e de momento houve um lapso, as minhas desculpas SR.OLÍMPIO!

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  5. Pois é...
    Como o meu amigo e caro Olímpio afirma “o Mundo é cão e morde sempre nos mais fracos da sociedade”.
    Por outras palavras, o mundo e o sucesso é dos fortes, isto é, de quem não tem escrúpulos, sentimentos ou humanidade.
    Neste mundo cão, condição essencial e primeira, para se ser um homem de sucesso é o pragmatismo, que o mesmo é dizer, a ausência de autenticidade e sensibilidade.
    Pelos vistos é disto que o povo gosta...
    Um abraço

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  6. Caros amigos Sr Querido e Agostinho,Pois é...Com que então o nome de "guerra" é Antóno Páscoa!Sim.Entendo uma burrice tratar estas pessoas de forma grosseira.Ainda ontem estva deitado no chão.Ò Sr Manuel vá para casa,quer que o leve? Não senhor,porque eu não trato ninguem mal e quero estar aqui e lá ficou,que fazer?Quanto ao Agostinho,passamos a vida á "bulha"mas depois estamos de acordo com o essencial,isto é,falta de humanismo,autenticidade e sensibilidade,mas é disto que o meu povo gosta,mas o pragmatismo é filosofia que só aceita a pratica do conhecimento e o conhecimento destes merdas que se aproveitaram,de facto,tem razão e é a ausencia de sensibilidade humana

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  7. O mundo não é mau nem é ruim,
    A gente é que faz o mundo assim...

    (assim diz um poeta brasileiro)

    Portanto,mundo cão não,é errado.
    Nêle habitam muitos "homens" que estão muito abaixo de cão!.....

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