quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A clientela é sempre raínha

O Sr.António Cunha Antunes tem a gentileza de se deslocar da Figueira da Foz até
à Cova Gala para cortar o seu cabelo e sobretudo manter os seus cabelos brancos, o que depende de alguns cuidados de ordem técnica. Um dos pormenores é a lavagem com champô direccionado para combater o amarelado, pois como se sabe o sol e a própria natureza do meio ambiente provocam o amarelado sempre desagradável, quer nos homens como nas mulheres.O cabelo branco aparece naturalmente, é um fenómeno anatómico chamado apoptose, isto é a morte da célula que produz a menalina-pigmento que dá cor aos cabelos. A morte desta célula desencadeia então os cabelos brancos que nascem de um dia para outro. No caso deste meu estimado cliente recordo com gosto que durante muitos anos tratei do cabelo da esposa, enquanto cabeleireiro de senhoras.O cabelo do Sr. Antunes mantém-se totalmente branco e masculinamente brilhante, também pelos cuidados que tem em casa, e, claro, pela minha proposta dos produtos direcionados para os desejados efeitos da sua brancura. Da última vez e sem que lhe pedisse opinião, apliquei-lhe no final uma leve camada de cera L.R Aloé Vera, originando por isso acentuado brilho neste distinto cabelo branco.
Estes trabalhos, com a autorização dos clientes, vão ser divulgados no museu
do barbeiro e cabeleireiro, um espaço de excelente dedicação à nossa profissão do nosso colega Joaquim Pinto em Lisboa. Um colega com vários prémios nacionais e internacionais que permite a minha colaboração no importante espaço da nossa classe de barbeiros e cabeleireiros. A segunda foto tem a intensidade e a preocupação de algumas mulheres em cortar o cabelo. A Fátinha veio de Montemor-o-Velho, acompanhada da mãe e do irmão, pois o cabelo para a Fátinha representa uma forte inquietação e algum desespero, se porventura o corte não assume na sua imagem a tranquilidade desejada.Consegui com alguma paciência
cortar-lhe o cabelo e fazer com que voltasse a Montemor feliz e não me rogasse as “pragas do diabo”.A terceira fotografia são os meus “velhotes”com idade imensa mas sempre gentis para comigo. A sua saúde é complicada, caminha amparado à sua bengala, por isso tem o meu serviço de transporte a casa.Quanto ao Petit, não sendo uma obra de arte o seu corte, não deixa de me exigir atenção quanto ao modelo do corte, adequado ao gosto pessoal e rigoroso. As partes laterais têm de ficar cortadas com o pente um e depois não admite que os volumes fiquem salientes, elevando-se até á crista final, os movimentos devidamente equilibrados.São jovens que não me deixam envelhecer profissionalmente e faço questão de os acompanhar nas suas modernidades, pois eles são a garantia da minha actualização constante e eu não quero ser só o barbeiro-cabeleireiro dos estimados idosos e clientes, que muito respeito e muito aprendo com eles, muita paz me transmitem com a sua sabedoria

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