terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

AS CAMAS DOS HOSPITAIS COMBATEM A INSOLÊNCIA.

Por detrás de um sorriso encontram-se por vezes pessoas zangadas consigo e com os outros, mas sorriem para espantar os seus conflitos e os seus demónios, fazendo-se acreditar no que elas próprias não acreditam, ou seja, as palavras que dizem e o sentimento delas.

Outros há que não se adaptam ao sortilégio do seu engano, assumindo-se absolutos na sua arrogância que gera arrogância, incapazes de perceber que a humildade gera admiração e boa vontade na vivência de uns para outros.
Hospitais, camas,sofrimentos e também comportamentos, foi o que me ocorreu á saída do hospital da Figueira da Foz, depois de ter visitado um amigo rodeado de pessoas que não se esqueceram de lhe levar uma palavra de solidariedade, porque ao longo da sua vida, as justificou com excelentes atitudes de comunicação com as pessoas. E foi com estes pensamentos que nos agitam as memórias que regredi muitos anos e recordei o montemorense austero e presunçoso, pouco dado há simplicidade do seu contacto, porque poderoso no seu poder público, julgando que tinha o rei na barriga farta e obesa, não passava cartão a ninguém, como se diz na giria popular.
Naturalmente que se gerou á sua volta uma imagem bastante controversa, isto pelo facto de na sua preferida distancia no contacto que usava junto das pessoas, assim se justificavam os imensos anti-corpos á sua personalidade. Um dia destes no hospital da Figueira  quando eu visitava um amigo doente ali internado, o Manel perguntou-me se eu sabia quem ali estava numa outra cama mais ao fundo naquela enfermaria.
Olhei, olhei e aproximei-me do ex -poderoso montemorense, também internado, mas agora mais falador, facto estranho para mim! O invidivuo precisou de uma cama do hospital para se transformar e mostrar-se acessível na sua convivência  com os outros,  e hoje comigo, pois  tantas vezes fingiu que não me conhecia, o que francamente nunca levei a sério, pois o seu mal estar com o "mundo," era por demais conhecido e reprovado.
Prometi voltar a visitá-lo o que me pareceu do seu agrado, tendo notado que na hora das visitas, só eu estava presente!! Voltei ao hospital, mas agora era já outro homem liberto de complexos de superioridade, o que me levou a pensar que aquela cama lhe havia combatido a insolência de antigamente o que me agradou bastante.

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