terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Exmo. Sr. Presidente Cavaco Silva , não me trame com a choraminguice da pobreza.

Não vai ler o meu desabafo, eu sei, mas nem por isso vou deixar de lhe manifestar o meu protesto, quando me acusa que devia sentir vergonha pela pobreza de muitos portugueses.
Saiba V.Excelência que tenho uma vida de trabalho com os meus 70 anos de idade, decerto igual a milhões de cidadãos, mas tenho a coragem de lhe franquear a minha conta bancária e o registo das minhas propriedades, para que sinta remorsos dos seus sentimentos de fancaria perante a sua inquietação, quando diz a sete ventos que os níveis de pobreza são intoleráveis. Afirmação de V.Excelência que está repleta de contradições, pois também fez e ainda fáz parte dos políticos que ao longo dos anos se aqueceram junto de uma fogueira, que nunca se aproximou dos tais pobrezinhos do seu desassossego. Não é verdade que o monstro que devorava os dinheiros públicos, teve no Vosso reinado a legitimidade do seu crescimento? Sabe Sr.Presidente, eu venho do tempo da caridadesinha e julgava, e enganei-me redondamente, que a revolução de Abril viesse para acabar com esses discursos de comiseração e fazer justiça aos mais fracos da sociedade. Mas o que tem acontecido é de facto uma grande vergonha.. Muitos têm governado e ajeitaram-se em função de um sistema partidário que serviu amigos e compadres. Hoje já não dou o meu voto, mesmo que me ofereçam canetas e camisolas,pois deixei de acreditar nos vossos projectos de solidariedade e de justiça social.
Não pense Sr. Presidente que o meu desabafo tem justificações na mesquinhice
da inveja da vossa reforma, ou, melhor dizendo, reformas, conquistadas em leis estabelecidas e num sistema de capitalismo selvagem. O que me repugna é verificar que regridimos na caridadezinha e nas choraminguises do tempo da outra senhora. Pois é Sr Presidente...Quando fala da pobreza com níveis intoleráveis, porque não denuncia os culpados seus amigos e compadres? prefere sim a lamechice do enrolado discurso do coitadinho. E o povo que se trame com a conversa do sr. economista, que já pode fazer o programa de uma velhice tranquila no ameno Algarve. Ainda lhe digo Sr. Presidente que, se a ironia me alegrasse com a situação dos desempregados e reformas precárias, estremecia de riso, quando o V. adversário da Madeira, Sr. José Silva, vem dizer na T.V. que V.Excelência é como as Misses Mundo, que são bonitas por dentro e de cabeça vazia, pois nas entrevistas só sabem dizer que têm pena das criancinhas com fome e dos velhos. sem abrigo.
Não vou tão longe nessa caricatura. Não ofende e tem piada num país cada vez mais dividido entre a sopa dos pobres e a opolência de uns tantos.Um país, Sr. Presidente, que por culpa do egoísmo de muitos governos poderia ser hoje mais justo com as classes mais carentes, mas agora é em bicha que os vejo à procura
do caldo quente.

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