terça-feira, 26 de abril de 2011

Resmas de cravos nas lapelas desbotadas.

Passei o 25 de Abril a pensar no tempo do evento, e no tempo que deu a esta libertadora democracia de 1974, repleta de intenções e propósitos de esperança para um povo humilhdo e que se erguia para a desejada dignidade social, feita de pidescas perseguições. Volvidos 37 anos, os profetas de Abril, de cravos na lapela, bocejam os mesmos  discursos, sendo certo que o meu drama é não acreditar em nada, porque gastos e velhos na apoteose das palavras, não tiveram o respeito por si, de se considerarem culpados deste monstruoso défice, já falado no tempo do Sr. Cavaco Silva.
Na minha cidadania popular se eu quis que acreditassem em mim, só me restou ser fiel às palavras e compromissos, cultivando no outro a minha seriedade, forma singular de enfrentar as complexidades do dia a dia e da vida.
Um homem do campo, ao qual cortava a barba de uma semana, rude e sério como foram muitas as pessoas dessa época em que a palavra era uma assinatura, deixou-me para sempre a sua sabedoria de que nunca deveria ir à missa com um fato emprestado ou viver as fantasias da mentira.
Daí e hoje ter batido no fundo depois destes 37 anos de democracia, em que a demagogia e o oportunismo se casaram com imensos padrinhos e afilhados, restando-me olhá-los e dizer-lhes que o 25 de Abril sempre, mas com outros intérpretes e verdadeiramente patriotas, já que se os exemplos vêm de cima , vou continuar a procurar, a procurar como cantava António Variações.

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