segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Carta aberta ao companheiro, camarada António Agostinho

Li o seu post sobre ricos e pobres e vai ali uma grande confusão para a minha cabeça, o que não admira. O meu entendimento às vezes bloqueia... maleitas da idade; paciência, há que aceitar.
Mas li com atenção e concluí, que o seu texto apesar de reflectir o dom da escrita de quem sabe o que quer, vive ao acaso na complicada filosofia cientifica e organizada, e por isso não me orienta para dados concretos, entre os ricos e os pobres que vão sempre existir,apesar de todas as batalhas e revoluções que não resolvem esse grave problema social da existência de pobres. A realidade é que uns comem tudo e os outros fazem jejum.
Eu sei que essa manifestação de estilo ideológico, que para mim representa carácter, para si é um tormento, porque está sempre a ver todos os ricos como sendo os únicos culpados de todas as desgraças. Porém, nem todos enfilam nesse caminho, mas muitos são de facto indiferentes à pobreza,e até se aproveitam e ganham com ela. Na sua desmedida ganância atropelam tudo para amealhar o mais possível. Na nossa democracia lá estão os gananciosos, e não ficaram defraudados não, a sorte sorriu-lhes e aos respectivos parentes e afins. E nós dizemos que isto, esta desigualdade consentida, se chama crime social. " Tá bem deixa;- deixa-os falar, deixa-os falar... dizem eles com os seus botões."
A sociologia, a qual foi por mim estudada na marimba da vida (salvo uma ou outra leitura apressada) podia e devia formar indivíduos para actuarem com sensibilidade relativamente aos problemas dos povos, mas se os mesmos indivíduos se levantarem ao meio dia e tomarem o café na cama, caírem no deixa andar, não gostarem muito do trabalho, e nem o respeitarem como sendo a mola real de todo o progresso, aí não há teorias que resistam à malandrice adotada por esses mônos. E o nosso país tem muita gente assim. Destes, nem trabalho nem caridade... Mas também sabe, como eu sei, que há pobres por vocação, que não querem outro estatuto que não seja viver na valêta. E outros que trabalham mas que odeiam quem tem iniciativas, e ainda vivem encharcados de inveja do patrão, vendo-o como inimigo, mas desconhecem que ele passa horas às voltas com as contas, que deixou de ir de férias para poder cumprir com eles o vencimento, porque não foge aos seus deveres nem ás suas responsabilidades contratuais. Depois há os honestos, sacrificados trabalhadores, que têm o azar de cair nas mãos dos piores canibais humanos, os também maus patrões, frios, calculistas, os tais que passam a vida a adorar o dinheiro pelo dinheiro. - E por aqui vamos estando de acordo.
Acredite que neste mundo do trabalho, como em tudo, há os capazes e os incapazes, por isso para mim não faz sentido odiarem-se os ricos, como também não o faz, passar ao largo sem reparar nos pobres.
E para acabar, quase tenho a certeza que hoje nos conhecemos melhor do que ontem, a amizade e lealdade respeita de bom grado as diferenças de cada um. Mas ainda quero dizer que admiro a verdadeira caridade, aquela que é espontânea e justa, mais do que um certo esquerdismo aparatoso, aquele com lanches de lagosta em restaurantes de luxo, onde se contesta a caridazinha, mas que em contrapartida nada se faz em pról dos desfavorecidos. Daí é que nenhum género de caridade se vislumbra. Não, não vou por ai, face á minha sensibilidade de pessoa simples, e a conhecer de perto também, os ainda mais simples.

Nos anos quarenta as nossas familias viveram o racionamento com senhas para levantar o pão. Será que estamos a caminhar no mesmo propósito? Distribuição de comida já há bastante tempo que é um facto. E nas sociedades comunistas, é diferente? Não! O mundo, ou as pessoas, são imperfeitas, e as desigualdades um mal dificil,senão impossivel de curar, pior ainda quando temos o azar de politicos desonestos.

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