segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

A HUMILDADE DOS ELEITOS

Os cidadãos comuns acabam por render-se aos génios das artes ou do desporto, isto porque impossíveis de os imitar,  necessitam (necessitamos) dos seus exemplos relativos aos seus  projetos e vivências, que apreciamos e respeitamos. 
Na década de 60 tive o privilégio de ver muitos jogos com o Eusébio, no antigo Estádio da Luz.
Era no meu tempo da chamada Tropa. Cumpria ali serviço na Policia Militar, no Regimento de Lanceiros 2, em Belém.
Havia escala de serviços, entre eles, o de policiar os Jogos de Futebol. Alguns dos colegas (Cabos) destacados para fazer essa patrulha, não gostavam, e então trocavam comigo;  eu sempre gostei do desporto rei, e lá seguia encantado da vida, sentado no Jipe Militar ao lado do soldado que conduzia a viatura, rumo ao Estádio da Luz. Ia ainda outro colega, mas o Cabo era eu.
Assim, sentia-me importante, pudera, com a inocência da juventude há sempre alguma dose de toleima... e, como tal, de mãos atráz das costas e com os meus colegas ligeiramente afastados, percorria a pista, ora parando, ora seguindo devagar. Apreciava o Jôgo, e já nessa altura dava para perceber o extraordinário jogador que era Eusébio da Silva Ferreira.
Bastante mais tarde percebi que além do seu mérito como jogador, que cada vez se tornou maior, Eusébio nasceu com o dom da humildade, atributo que não se aprende nas escolas, nem em cursos de formação, ou retóricas de circunstância. Nem todos podem ser eleitos, por isso o admiro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada por comentar as minhas ideias.Volte sempre!