sábado, 5 de novembro de 2011

Tanto me faz que sejam brancos, pretos, ateus ou crentes, desde que a sua arte e o seu talento de artista, sirva o bem comum, ou se entendermos os melhores resultados para a humanidade.
Útil, é o que se retira dessas obras do conhecimento, desses diria monstros do saber e da diferença, que não pensam como nós, propondo novos métodos de pensar e agir nas nossas vidas, partilhando talentos da sua arte, e essa condição de aprender é já para mim um privilégio..
Por esta ordem de ideias, o meu respeito pelo escritor José Saramago, que ficará para sempre ligado às letras portuguesas. Esse respeito não admitem os preconceituosos, adeptos da negação da compreenção das diferenças, quer políticas ou religiosas.Afinal , somos todos diferentes , pois somos, mas iguais nesta precariedade de viver e morrer, e cada um com as suas opções enquanto amantes do bem comum.
Não pretendo alimentar ilusões; caso julguem que venho analisar o talento do grande escritor, a minha escolaridade não me permite essa parva pretenção. Em relação ao escritor sou independente da sua ideologia política, isso não impede que o respeite profundamente, se por convicção humana e social ele simpatiza com o marxismo, puro e duro, que foi em vida do seu agrado.
Talvez pelo facto de ultimamente a minha comunicação se cruzar com um cego, o qual me abriu uma nova consciência para compreender o drama destes seres humanos, interessei-me em ler o excelente livro de José Saramago, Ensaio sobre a Cegueira, e logo a seguir visionar o filme produzido daquela obra literária.
Não sei o que admirar mais...se o livro, ou se o filme que me reduziu, afltivamente,a um estado de pânico, já que estavam ali as personagens em vida e que já conhecia da minha leitura. Repentinamente cegos por uma infeção contagiosa, a população é levada para camaratas imundas, cuja vivência se torna diabólica, vivendo na mais brutal conflitualidade, disputando os alimentos , morrendo pelos cantos das camaratas e depois arrastados até á cova, apenas com os trapos vestidos.
José Saramago escreve um (incrível) alerta à humanidade para uma trágica realidade ,intensa e sofrida, porque não custa acreditar que vivemos paredes meias, entre o bem e o mal da existência, mesmo que seja num manicómio vazio,devoluto, onde são internados os que sofrem do surto epidémico da cegueira.

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