sábado, 8 de dezembro de 2012

Opiniões sobre o Banco Alimentar

Se o meu talento fosse aproximado aos escribas da blogosfera, com justificado direito das suas impraticáveis teorias, não me bastavam milhentos paráfrafos para recordar a pobreza nas décadas de 40/ 50/ 60, porque venho de longe em idade e das próximas terras de Montemor. ainda e sempre dentro de mim.Aos sábados grupos de mendigos percorriam as ruas esmolando broa, feijão, milho,
e os que pouco ou nada tinham para dar,diziam; nosso senhor o arremedei.
Presentemente, muito embora as desigualdades sociais sejam intemporais nas sociedades de consumo, e noutras com limitações de raiz marxista, as nossas foram provocadas pela brutalidade do capital e da sua ganancia e numa crueldade sem limites sobre famílias e os que vivem do seu trabalho.Dói-me a alma em ver Abril trucidado por ferozes egoísmos de uma casta reinante, estupidamente insensível e cagando no infortúnio dos outros, porque venho de longe e ainda tenho a minha gente dentro da minha contestação social.
Sem hipocrisia voto no partido comunista e assino sem"ler"muitos dos combates parlamentares da sua bancada e do bloco de Louça, o que não quero dizer que assuma a amplitude total do marxismo e que admita as exclusividades tão ao gosto de alguns comunistas, imparáveis na sua doutrina.
Voto sim até onde me é possível aceitar as suas intrépidas intervenções, num quadro de respeito democrático, apesar de reconhecer que o estado de direito das cidadanias no país , tenham sido agredidas por vigaristas ditos democratas.Pois foram, caros leitores, sem que as leis funcionassem com ética e justiça para os crimes económicos que destruíram este país.
Agora o que não compreendo é a ridicularição que alguns comunistas fazem ao banco alimentar, chamando-lhe, inclusive de orgasmo burguês, se a solidariedade crescente numa sociedade doente de sentimentos de caridade e de justiça social é compensada por manifestações de apoios ao próximo dando de comer a quem tem fome, num pais que desperdiça um milhão de toneladas de alimentos por ano, estragando comida que faz falta em muitas famílias.
Eu compreendo o furor ideologico e o desejo de uma sociedade sem classes ,em que os ricos sejam menos ricos e os pobres menos pobres ,mas a história e a utopia das revoluções Já me ensinaram os seus resultados sociais e dramas sanguinários, em que odiar esmaga a condição humana de outros opositores e são esses métodos que jamais aceitarei em qualquer sociedade comunista ou não.
Já o confessei a comunistas, com os quais mantenho excelentes relações de cordialidade, a minha opinião sobre a escassa votação no partido comunista e permitam-me esta leal franqueza; quem sabe se não é por esta violençia verbal e radicalização contra tudo o que mexe do outro lado, que o povo repudia o partido comunista? Lamento que assim seja, pois precisamos da sua fibra e disciplina social no aparelho de estado e no parlamento, porque são de um modo geral trabalhadores e honestos e isso agrada-me no tributo e apoio ás classes populares que nunca reneguei.
Por fim e voltando ao banco alimentar, ainda bem que temos franjas de pessoas, disponíveis para ajudar o próximo, com a tal "caridadezinha" detestada pelos comunistas,mas sem ofender quem quer que seja, afirmo com conhecimento de causa o seguinte; se estas toneladas de alimentos .surgissem em paises de ideologia comunista, meus caros leitores e companheiros comunistas, tenham a certeza que seriam necessários fortes contigentes de policia para disciplinar a fogosidade e atropelos para alcançar um quilo de arroz, da tal caridadezinha!.

6 comentários:

  1. Olhe lá, você não sabe aquela frase que diz:
    -prêso por ter cão, prêso por não ter?!
    Censuram porque veem as pessoas a ajudar,e querem que não seja preciso... Mas então ponham mãos à obra: - dividam o que teem e distribuam em segredo pelo povo que precisa. " Eles até enchem a boca no povo..." Até parece que estão muito doridos de pena. É, é, mas pena tem a galinha,e já nasce com ela.
    Mas fazer isso,está quêdo!Preferem guardá-lo bem,porque cautela e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém, e sabe-se lá o que estará para vir.
    Entretanto enchem o peito a censurar, é o forte dos "Ismo"!

    Abraço, do Rui.

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  2. Na prática, a caridade tornou-se um descargo de consciência, o acto pontual de dar uma coisa qualquer ao pedinte e deixá-lo lá... sentado na mesma esquina, a pedir.
    Pelo contrário, a solidariedade social, não negando a importância de dar, pontualmente, uma ajuda a alguém em situação desesperada, pressupõe uma atitude que implica a compreensão das causas da pobreza e da exploração que a originou. Implica a disponibilidade para lutar a favor da erradicação dessas causas. Implica lutar pela justiça, para todos, na Terra e não por ganhar, individualmente, o céu.
    É assim tão difícil entender isto?

    Um abraço

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  3. Pois, pois, implica fazer isto e aquilo para que "o mundo seja perfeito." Muito certo, estou de acordo; só que não vemos ninguém passar à ação. É só palavriado e sentença.
    Entretanto se as pessoas não comerem morrem. Vão prá cova, morrem antes que a tal igualdade para todos seja um facto.-Ó olimpio esses gajos são uns avarentos,não sentem prazer em dar nada a ninguém, e por isso reagem assim. Nem dão nem gostam que outros o façam. Ainda não percebeste isso, ó ingénuo...

    Abraço, do Rui.

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  4. "Da primeira vez ainda se podia passar cartão à Isabel Jonet, mas agora à 2ª,... Há pessoas que precisam da pobreza como bombeiros precisam de fogos a arder e médicos precisam de doentes no consultório. Há até garagens que furam pneus e riscam carros para ter negócio no dia seguinte. Estamos feitos, primeiro foi o Fernando Nobre a gerar a onda do "nunca mais dou dinheiro à AMI", agora é a do "nunca mais ajudo o Banco Alimentar". Que grandes ursos. A única coisa que se lhes exigia é que pelo menos parecessem menos detestáveis que os piores políticos. Nem isso conseguem. Crescem e fazem-se em microcosmos. Sim, podem lidar com a miséria e a pobreza. Mas nunca lidam com a coisa fantástica que é o polimento da crítica, da discussão, do confronto impiedoso, do escrutínio público. É por isso que um deputado subitamente parece uma pessoa razoável ao lado do Nobre. É uma coisa polida à pancada, um deputado. Um Nobre é uma coisa que de repente salta cá para fora e descobre com irritação que ninguém o respeita como dentro da caixinha idílica de onde saiu. Conheço bem o género Isabel Jonet. O prazer que retiram de aplicar o bem, não se imagina. O estatuto social que ganham no meio em que se movem, é uma coisa que dá gosto ver. Então agora, quando podem agora ajudar a classe média em decadência, a coisa melhora, dá para meter junto no saco do pacote de arroz o discurso moralista do eu em avisei que tu eras pobrezinho, vê lá se poupas agora e te remetes à tua condição de pobre de antigamente. Com o aumento da pobreza e a evidente falência do estado social, Jonet ainda lhe junta uma crítica ideológica à "solidariedade" que ela cola ao Estado. É normal, à medida que engrossa a fila do banco alimentar, o poleiro fica mais alto, pedem-lhe a opinião, dá entrevistas, coisa impensável num país com bons indicadores económicos em que a pobreza é um eterno ruído de fundo irrelevante. É "mais fria", a solidariedade do Estado, diz Jonet. Preferem os climas quentes, este tipo de aves. Preferem os sentimentos, compreende-se. O Estado existe porque todos (enfim, quase todos) pagamos impostos. É desagradável pagar impostos. É impessoal. Uma pessoa quando dá 1 euro de esmola sente-se bem, mas quando dá 750 euros por mês de IRS, sente-se mal. É um facto. Pagamos por coerção, ao fim e ao cabo. Mas somos pessoas quentes, nós, caramba. Pode ser uma coisa "fria", os impostos, mas sempre é uma grande fatia do rendimento de quem os paga e uma pequena fatia disso dava para imensas latas de atum e pacotes de arroz, não as usassem para coisas discutíveis."

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  5. Para D. Isabel, o importante é a caridade, porque isso da solidariedade social é uma coisa fria que tem a ver com essa chatice dos direitos adquiridos e leva muito dinheiro ao Estado.
    Ficamos pois todos a saber que a D. Isabel gosta é de ter muitos pobrezinhos por quem velar, que lhe beijem as mãos agradecidos, se rojem ao chão em prantos veneratórios, gratos por tamanha indulgência. É com a miséria dos outros que ela se glorifica e espera alcançar o reino celestial. Os direitos adquiridos, a dignidade da pessoa humana, são desprezíveis construções marxistas que ela detesta, porque a impedem de atingir a glória eterna. Ela sabe que sem a caridadezinha e sem os pobrezinhos seria insignificante. Inútil. Apenas uma Tia com saudades da Supico Pinto e do Movimento Nacional Feminino. Para a D. Jonet, o ideal seria mesmo uma guerra, para poder distribuir cigarros aos soldados, escoltada por jeeps, tanques e muitas câmaras de televisão. Para ela, quanto mais sangue e mais miséria melhor, porque esses são os alimentos que engordam a sua notoriedade.
    Alguns pensarão que a D. Isabel é apenas idiota. Não se iludam! Ela é mesmo fascista e quer que todos o saibam!

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  6. Olá Olímpio!
    É raro ver que alguém comente os teus textos; mas agora faláste diferente e os cumunistas doeu-lhe logo o cu, e vieram dizer da sua justiça (a única e melhor do mundo.)
    Eu nem sei escrever bem, mas sei ajudar, também sou voluntário quando tenho tempo livre, para carregar essas ofertas que os menos pobres dão aos que mais precisam. Não gosto de saber que os outros estão mal, (ao contrário do que diz esse comentador de coração pôdre) para receber beijinhos de agradecimentos. Eu não conheço pessoalmente essa Sra. Isabel Jonett, sei que existe e sei o que faz e entendo o seu contributo meritório. Se ela fica contente por receber muito, para muito dar, isso não é lógico? Então é melhor ficarmos no bem bom,de estomago cheio, em casa no quentinho, e relaxados no sofá, enquanto tanta gente está com fome? E não fazer nada para socorrer quem sofre dia a dia já sem esperança até?
    Para esses comunistas que teem soluções para o nosso país é mostrar-lhes o filme de como se vive nos paises comunistas, ou então mandá-los para lá,
    mas para viverem como o povo de lá vive, não para serem hóspedes de algum dos membros do governo,porque aí, já a coisa muda de aspecto, e então dirão que o comunismo é o suco da barbatana.
    Olha pá, tu desculpa, porque eu sou bruto, e quando me salta a tampa sou malcreado e tudo, e por isso apetece-me dizer e digo, que a tal Sra.Isabel Jonett que eu nunca vi pessoalmente, deve estar a cagar-se para quem a critíca pelas costas, porque de frente não são capazes.
    Já sabes como eu sou, aqui no Porto chama-se as coisas pelos nomes, não há fantochadas.
    Rui.

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