domingo, 23 de outubro de 2016

O fim da tarde desafiou-me.

Desafiou-me a refletir, olhando a natureza e o mar imenso da Figueira da Foz, que se envolve e se enrola na praia da claridade, num fim de tarde amena, saborosamente tranquila.
Não se tratou que me sentisse preocupado com a salvação da minha alma, face ás minhas turbulências em vida. Lá estarei para prestar as minhas contas, sem medo que por morte seja, me assuste o caldeirão do inferno.Este  fim de tarde deu-,me vida e gratidão de a ter vivido, estrada fora, com o proposito honesto e sem subterfúgios, de perceber agora no obstáculo intransponível do que temos assegurado, mais dia menos dia. Ora; nada disto me assusta ou me condói, num mundo tão parvo de soberba e desprezo pelos outros, cujo ódio alimenta as habituais tragédias, tantas vezes de rua para rua, a dois passos de ti e de mim.
Aos 76 anos de idade, represento já uma mão cheia de mortos, de pessoas que amei e que foram desaparecendo, recordando-as nas fotografias e na minha memória, tendo sentido neste fim de tarde, desafiado para intimas reflexões, em que vou existindo como sobrevivente da minha própria vida, mas sonhando, sonhando e amando os projectos e as causas, até um dia destes....

Um comentário:

  1. Calma, calma, muita calma amigo, porque essa hora ainda falta muito para chegar junto de si.
    Antes disso temos que ir saboreando umas chanfanas.
    Tenha uma boa semana.
    LSC

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