quarta-feira, 5 de outubro de 2016


quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

O poeta do Baixo Mondego e das gentes do povo.

Francisco Salgado Tanoeiro, é natural de Ardazubre, Lamarosa, distrito de Coimbra. No Terras de Montemor, um programa de rádio, tivemos a oportunidade de o conhecer pessoalmente e também as suas poesias e ainda no Jornal de Montemor, no qual foi um destacado opinador. Recordo com saudade o Cantinho do poeta, um espaço da responsabiliade da Dília Fernandes, que trazia todas as noites Salgado Tanoeiro e outros homens de letras para o ar. Claro que, sem falsas modéstias, não serei a pessoa mais indicada para falar deste cidadão enquanto escritor e poeta. Por amizade ele exige sempre a minha presença e da Dília Fernandes nos seus eventos, o que nos honra imenso. Admiramos a sua postura e a sua força criadora de palavras sempre com os homens da rua e as gentes que laboram a terra no Baixo Mondego, pois vive e sente os pequenos nadas do meio rural e a sua simplicidade. Talvez por isso a sua crítica a um certo tipo de sociedade seja inconformista e inquietada. Tanoeiro faz das letras o seu estado de alma, é sagaz contrariando aqueles que têm olhos e não vêem à sua volta as coisas belas do nada. Alguns dos seus títulos são Balada para Uma Aldeia, Campos em Flor, Novos Contos Medievais, Monografia da Freguesia de Lamarosa e Deixai Florir as Giestas, a última publicação apresentada há pouco tempo. Tem já outras 12 obras em espera porque Salgado Tanoeiro é um homem que vive para as palavras e suas emoções.
E porque a modéstia em demasia é de todo fingida, cá em casa e com saudade dos nossos programas de rádio, eu e a Dília, resolvemos fazer-lhe uma surpresa, ao publicar Várzea De Montemor, que nos dedicou, no seu livro Deixai florir as giestas, com muito agrado para nós.


VÁRZEA DE MONTEMOR

A Olímpio Fernandes e D.Dília Fernandes.

Chão que és um tesouro
De milheirais ondulantes
Grãos cintilantes de ouro
Em espigas de diamantes.


Teus resquícios da moirama
São memórias de um sultão
E o teu labor é a chama
Herdada do Alcorão.(a)


Quantas moiras encantadas
Tomaram banho no rio
Várzea de ninfas e fadas
Que mais linda ninguém viu.


Teu cavalo altivo audaz
Pelos tempos perdurou
Descende do alfaraz
Que em Montemor reinou.

Aqui em Monte Maior
Ergueu-se forte baluarte
Que repeliu com vigor
O infiel estandarte.

E o alfageme de outrora
Ganhou nova aptidão
Constrói adagas agora
Mas para ceifar teu pão.

a)Livro sagrado do Islamismo

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