quinta-feira, 25 de abril de 2013

NA MADRUGADA DA MINHA LIBERDADE, SAUDO TODOS OS PRESOS DE CONSCIÊNCIA, ONDE ESTEJAM ÀS ORDENS DOS FASCISTAS DA DIREITA OU DA ESQUERDA,NESTAS QUATRO EXPERIÊNCIAS,( ADSOLUTAMENTE) PIDÊSCAS.


Ninguém pode cortar a raiz ao pensamento. Apesar de julgar que estas emoções não sobreviveriam e que acabariam por quedar-se em expectativa, não aconteceu assim; fazem parte do meu viver e da partilha para com os outros, como que num turbilhão no sentido único da vida de cada um e de todos.
Julgava eu que passava ao lado das gentes iguais a mim, indiferente ás suas angustias e que ao visitar Cuba ficaria quieto e mudo, depois de uns copos de rum e de uns mojitos com gentes de carne e osso e que os genuínos musicais me "embebedavam de poesia cubana". Não posso e não o devo fazer. " Se não gritar, " rebento e sinto-me um tráste por desprezar a minha cumplicidade para com os que vivem oprimidos, muito embora esta manifestação seja para alguns, sobretudo para os comunistas, a presunção do viajante, erudito agora nas analises de liberdades cívicas dos cidadãos da Ilha de Fidel de Castro, rei e senhor poderoso cuja democracia é para si um fantasma. Sei dos riscos que corro, mas em Portugal nunca serei preso, porque sou um homem livre, mas se um dia voltar a Cuba, vou pensar duas vezes ao pisar o chão cubano! Tenho lá amigos que podem ser perseguidos e molestados por um regime desumano. Porque não no Haiti, Afeganistão ou na América, dirão ?
 onde os americanos também são criminosos,) falam de Deus, e logo a seguir fazem funcionar a cadeira da morte! Só me falta por os pés ao caminho e denunciar as suas barbaridades, já que a minha ideologia politica se baseia seguramente na defesa dos direitos humanos, seja onde for que as bestas pisem com botas cardadas o que temos de mais sagrado, a vida e a nossa dignidade. Daí que os menos convencidos da minha necessidade de libertação interior, julgando-a pretenciosa vão tecer os seus juízos e ainda bem, pois estamos num país em que não nos cortam a raíz ao pensamento e não somos presos por contestarmos o poder instalado. Mas foi a ocasião que me tornou "ladrão." Não tenho poiso certo para contestar as brutalidades dos homens que são lobos de outros homens, justifico-me seguramente numa base universalista, seja onde for que existam carrascos para os denunciar, eu estou lá!!!
Venho do tempo do odioso Salazarismo, das prisões a qualquer hora: venho do tempo em que os discursos de Salazar, me apavoraram na rádio e sou por natureza um homem que se emociona com uma criança ,ou com uma bonita mulher, como dizia o Fernando Campos. Só mais tarde percebi que a analise cabia de todo nas fortes paixões como sinto o meu e o mundo dos que me rodeiam, porque as crianças e a sua pureza, ainda resiste na minha interioridade, sujeita também a esse belo hino das mulheres, um prodigio da natureza.
Os factos são factos e a vida tem sentido quando se prolonga no nosso semelhante, quando reparamos nele o irmão e não o pulha, arrogante e fascista .Só temos uma solução denunciá-lo em nome da verdade e do nosso dever, desejando-o livre e digno como somos, levantando-o do chão, erguendo-o  e somos felizes por essa razão forte e de um caminho justo
Estas minhas quatro experiências em Havana, tão verdadeiras como preso a( memória da minha mãe) foram vividas por mim com quatro pessoas perseguidas pela policia que evita os contactos com turistas, e com mágoa sabemos o porquê de um sistema politico tenebroso e que subsiste pela força de um silêncio imposto aos seus cidadãos e que os prende e porque são prisioneiros de consciência. Só em Havana são 6 e em Matanças 4 prisões, mas evito os numeros porque no bar Sãó Juan podem ter-me exagerado na quantidade de presos políticos que contestam o governo. Mas são ás centenas!!!!


Por ordem; O Rafael, explicou-me e citou Martin, o herói cubano que lutou contra os Espanhões.Falou-me da máfia e do poder do Estado. Falou do seu baixo salário, que não dá para viver. Por isso levou-me ao seu "patrão", onde comprei charutos. O Rafael, recebeu um papel que lhe iria garantir comprar comida. Caminhávamos numa rua e o Rafael não parava de falar e contestar o sistema. Quando viu um policia, calou-se e avisou-me que o nosso silêncio era urgente e assim aconteceu. Quando o deixei pediu-me uns pesos e eu paguei o apoio e as informações. Correu para casa tinha uma ninha e a mulher á sua espera, radiante por uns pesos da minha caridadezinha, um bem precioso enquanto não chega a verdadeira justiça social.
A segunda cena lamentável e ridícula.
Fui visitar pela segunda vez o Havana Clube. O museu da cana de açucar e o fabrico do Rum, com a respectiva loja comercial.onde os preços são convidativos.
Na saida um pobre homem desesperado vendeu-me os Jornais do Partido Comunista,unico partido em Cuba. O Grana e a juventude rebelde, por sinal destinados aos meus amigos da Figueira da Foz e Cova Gala. O homem era um pedaço de vida em angustia, andava ali para receber uns pesos para levar para casa, num local de muitos estrangeiros que visitavam o museu. Sempre que podia nunca virei a cara aos que me abordavam, já que um viajante com um boné e com um saco, é facilmente identificado pelos que procuram uns pesos do seu contentamento, tive um que beijou o dinheiro que lhe dei. Eu vi um policia á esquina a olhar para nós. Pouco depois o policia aproxima-se de nós e o pobre pedinte,desaparece num ápice!!
O Rodolfo, ofereceu-me o serviço do Cubataxi, não precisava.. Perguntou-me se eu era brasileiro, sou português, disse-lhe
Cristiano Ronaldo, exclamou. Vem visitar a casa do Maradona e eu fui. Numa rua íngreme, o Rodolfo,disparou numa corrida, só reparei nele ao cimo da mesma rua. O que aconteceu perguntei-lhe?
A policia, a policia, não querem que a gente comunique com os turistas, tenho uma ninha em casa não posso ficar preso. Depois de visitarmos Maradona, fomos beber cerveja e o Rafael, já refeito do susto,dizia-me do seu desespero. Eles tem tudo, boas chicas, boas casas, ouro, bons coches, e mostrou-me a carteira aberta e vazia.
A outra cena foi com uma mulher que vendia o pão que o diabo amassou, coisas modestas como ela era. Aproveitava sempre para conversar e ouvir; foi assim que recolhi informações sobre vidas desesperadas, onde existe  perseguições aos cidadãos. O Banco Alimentar, seria um milagre e uma felicidade para um povo carinhoso e com fome!! Um cubano pediu-me ajuda. O neto só tinha um litro de leite dia sim dia não, do governo. Eu queria ir com ele visitar a criança, mas era na zona de Matanças ficou feliz com a minha caridadezinha. Voltando ao assunto pidêsco. O policia passou e voltou a passar e porque entendeu que a conversa era longa, chegou junto de nós e pediu-lhe a identificação há pobre mulher e nestas circunstancias não cometi a imprudência de confrontar o policia porque não estava em Portugal, mas num pais onde as liberdades cívicas dos cidadãos são um atentado á sua dignidade. É por estas causas que sinto merecer a minha vida e a razão da minha libertação universalista, onde quer que existam fascistas da direira ou da esquerda, sejamos capazes de os denunciar no Chile ou na América, porque a minha e tua liberdade é sagrada e a dos nossos semelhantes também, nesta madrugada de Abril, aceitem um abraço fraterno, quando reconheço que muitos sacanas deviam prestar contas na justiça pelas ladroagens cometidas neste país.

4 comentários:

  1. Respostas
    1. Dizia assim: Olá amigo Olimpio!
      É preciso muita coragem para fazer uma reportagem assim, com tanto pragmatismo. Assim é a Cuba atual. Quem quizer ver que veja. O que o senhor viveu, é real. Tenho muitos amigos Cubanos, obrigados a abandonar o país, fugindo a essas situações, que choravan quando me contavam as suas experiencias, que eram exatamente essas que o senhor esta a narrar. Que dizem os simpatizantes de Fidel? Que a culpa é dos Americanos, porque sempre culpam os adverssários dos problemas proprios. É assim de facil. Tambem sofri, na minha vida de Industrial na Venezuela, com um sindicato dos trabalhadores, dirigido pelos comunistas. Juraram que iriam fazer que a minha empreza fosse à quebra. Imediatamente a liquidar a minha fabrica de moveis. Graças a Deus, pude sobreviver, porque tinha otra empreza, loja de moveis e eletrodomesticos.
      Não digo + nada, só quero dar-lhe um abraço de simpatia pelo seu valor. Seu amigo Licinio.

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