Se assumo o meu carácter contra qualquer tipo de injustiça laboral,logo sou declaradamente pela greve dos que são explorados por patrões e grupos económicos sem escrúpulos, não repondo a devida dignidade dos que vivem do seu trabalho, como é o caso dos últimos governos que protegeram os poderosos desta democracia de plano inclinado para os mais fortes. A greve é a resposta à sua absoluta falta de respeito pelos que mourejam o pão de cada dia, já que ao programarem as reformas políticas e sociais, castigam sempre quem vive de salários e pensões de tuta e meia. Não vejo os trabalhadores do Sr. Nabeiro a fazerem greve, pois não: - naquela empresa funciona o respeito por quem trabalha e a democracia assume no empresário Sr. Nabeiro, a dimensão solidária e humana.
Quase voltámos ao antigamente, ás gorjetas para complemento de ordenado; recordo de apenas por uma vez ter recebido como gratificação de Natal um bolo e uma garrafa de vinho do Porto, e gostei muito, fez-me bastante jeito para levar para casa, pois já tinha familia constituida.
Porém, nada melhor do que vivermos as experiências. Eu sou um dos que as viveu nos dois campos: primeiro como empregado até aos 29 anos, e depois como patrão até à reforma. Responsabilidades viveram comigo diariamente, preocupado em assumir os meus deveres com as trabalhadoras, com a Caixa, com o Sindicato que na altura cobrava cotas, e só assim soube viver. Mais tarde já aqui na Figueira segui no mesmo propósito, e até dizia ás empregadas que se informassem na Delegação do Tribunal de Trabalho ou no Sindicato, para não termos surprêzas desagradáveis.
Eu minha mulher recordamos bons momentos com empregadas que nos dedicaram amizade, e que tiveram sucesso anos depois; também nos podemos orgulhar porque sairam da minha escola, e ainda recordamos com saudade as minhas loucas exigências profissionais.
E neste quadro trabalhadores-patrões, também tivemos trabalhadoras que não conseguiram seguir em frente na profissão, e que hoje trabalham noutros sectores possivelmente satisfeitas, o que não acontecia na altura. Lá estava o espinho da Inveja, envolvido no ódio escondido, revelando-se por vezes em conflitos mesquinhos, porque incapazes de se libertarem para o trabalho e a sua evolução, este género de trabalhadores tornam-me medíocres e perigosos para o bem estar da empresa, são os conhecidos frasquinhos de veneno, porque infelizes, bem os conheci para vos falar deste modo.
Mas nesta greve justa dos trabalhadores que se sentem roubados, também há por ai muita gente que não tem coragem de pegar um rato-morto pelo rabo, mas invejam, e vão na marcha dos protestos apanhando a boleia dos verdadeiros trabalhadores.
A greve é um direito, é certo, mas uma grande parte dos que a integram, deviam levantar as mãos a Deus, pois se tivessem uma economia colectivizada por um governo fascista, não poderiam manifestar-se. Por isso, mostrem as suas queixas, mas não ao ódio aos patrões, eles são necessários desde que sejam honestos. Porque ser patrão é sinónimo de capacidade e responsabilidade, e existem muitos trabalhadores que não conseguem assumir essa dor de cabeça de ser patrão. Não é só trabalhar, é necessário orientação e outros atributos, como sentir o trabalhador como igual. Patrões e empregados completam-se, necessitam-se mutuamente; e já é tempo do empregado deixar de ver no patrão, o seu maior inimigo, já que os patrões deste tempo, em nada se comparam aos que eu tive antes do 25 de Abril.
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