sábado, 8 de junho de 2013

Veiculos de luxo para clientes de luxo, recordou-me constragimento com a minha viagem de bicicleta.

Em vários países em que as limitações para ganhar a vida,( diria limitadissímas,) o transporte em taxis-bicicletas é uma forma corajosa de trabalho, para os que puxando pelo físico, transportam uma ou duas pessoas, pedalando até ao esgotamento, como infelizmente testemunhei com um jovem cubano que me transportou e os meus 112 quilos!! Esta é uma questão de fundo e social que se justifica em análise, a outra foi ver a ministra Assunção Cristas, conduzida por um veiculo a pedais, devidamente adaptado á estrada, com mobilidade e novas tecnologias porque o ambiente merece e o condutor fica bem na fotografia.
Ora uma ministra grávida de sete meses nunca poderia viajar num taxi-bicicleta, do modelo em que eu viajei pelas avenidas e ruas de Havana, cujo condutor e pelo esforço despendido,tomando banho na sua transpiração, me retirou para sempre uma nova experiência em taxis-bicicletas e puxados por humanos.
Ao principio a corrida pareceu-me estúpida; mas há medida que o jovem cubano percorria a viagem até ao Hotel Vedado, por entre ruas largas e apertadas, sacudindo com as mãos o suor que lhe inundava a face, apoderou-se de mim uma  estranha inquietação por verificar que o jovem sofria imenso com aquele diabólico esforço de pedalar e carregar com o meu bruto peso.
Senti alguma responsabilidade com aquela situação e por duas vezes lhe perguntei se o Hotel Vedado, estava longe. Ainda hoje não sei as respostas, porque o condutor, vergado sobre os punhos da bicicleta, fez girar a sua cabeça sobre a direita, sem que eu percebesse se estava longe ou perto do meu destino. O certo foi a sua notada tormenta que se tornou insuportável para mim, acabando por lhe bater nas costas para que pudesse estacionar o que fez com uma sensação de alivio.Vamos a pé até ao Hotel, disse-lhe; e fomos caminhando e falando da sua vida difícil, porque não havia outro trabalho e a bicicleta sempre lhe dava uns cuc para a ninha e sua mulher.
Bebeu cerveja, eu rum, já no bar do Vedado, onde também lhe paguei o serviço, mas a imagem que ainda hoje guardo deste caso é que nunca, mas nunca mais vou fazer experiências em taxi- bicicleta,
porque me senti humilhado com o sacrificio do jovem cubano.

 


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