Chamavam-lhe, cinicamente, COLÓNIA PENAL mas na sua organização prisional, o que existiu foi tortura e morte lenta, sobre os que se atreviam a pensar e criticar o Estado do Salazarismo.
Quando cheguei á Figueira da Foz, entre os 14 /15 anos , falava-se do Tarrafal, veladamente e com medo. As barbearias foram sempre um local de variadíssimas conversas: mas recordo que sobre o Tarrafal alguns clientes esclarecidos sobre aquele presidio, falavam dele por entre olhares e palavras, não estivesse ali um bufo a escutar e o resultado era a vergonhosa queixinha ao chefe, a troco de uns míseros escudos.Volvidos 66 anos é excelente que não tenhamos a memória curta ,recordando por dever de cidadania , o sofrimento atroz e suplício humano de um sistema de ignomínia que levou ao Tarrafal, sindicalistas, comunistas, e todos os que não suportavam uma ditadura de perseguições e prisões , só e apenas pelo facto do Salazarismo não admitir o contraditório do pensamento ideológico de cada um dos portugueses.
Nenhum regime se eleva aos olhos do mundo e da democracia se não souber respeitar as diferenças políticas e sociais dos cidadãos, já que construindo Tarrafais ,ou polícias politicas, cavam sempre profundas divisões, desafiando as mortíferas revoluções , que acabam por trazer o pior dos ódios e a vingança a troco de nada.
O drama do Tarrafal, não cabe nesta recordação e descrição muito curta, mas dá para perceber que temos o dever da denúncia, face a crimes miseráveis que poderiam ser da nossa família, ou do amigo mais próximo, porque numa primeira razia , no Tarrafal, morreram 37 prisioneiros políticos. É que o decreto lei de 23 de Abril de 1936, data da inauguração do campo da morte , é uma triste página da nossa história e do regime de António Oliveira Salazar .
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Pois amigo "barbeiro", numa espreitadela por aqui vi que o seu blog está mais internacional que nunca, parabéns.
ResponderExcluirEste artigo sobre o Tarrafal, (já lá estive, mas como turista), me leva a pensar depois de ler os comentários sobre a conteúdo da matéria do livro "A Troika e os 40 Ladrões" que.................................
Abraço
LSC
Caro Sr.LSC
ResponderExcluirSe bem entendo o amigo Licinio Costeira, surgiu numa manhã de nvoeiro! ou estou engando? mais internacinal que nunca,tenho a mania do universalismo, pois onde existir gente, é urgente que haja justiça socil e humana -- são coisas de berbeiros-cabeleireiros de aldeia. Teve sorte de ter estado no Tarrafal como turista, pois lá as barbas eram tiradas a sangue frio e com pinça. levava tempo mas ficava um trabalho excelente!!! Peço desculpa aos mártires do Tarrafal, pois seria imcapaz de ofender a sua memória, com sabe...Quando volta? Abraço Olimpio fernandes
Deve ler-se. internacional, barbeiros,como,é o sono pois aqui é madrugada.
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