quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

O mastro e o galo, numa velha tradição em Montemor-o-Velho.

O meu Casal Novo do Rio, onde nasci em 1940, já era conhecido nos fins do século XIX, pela ponte da Lavandeira, por ali se fazer a passagem do rio numa Barca, chegando aos nossos dias conhecida por isso mesmo, a Barca. Santos Conceição, cita no seu livro que o foral tem data de 1516, mas é do galo no mastro que vos venho contar a sua tradição.
Quanto á Capela do Mártir Santo, recorda um voto feito a S.Sebastião quando da terrível epidemia que assolou as terras de Montemor, nos meados do século XVI. O exterior da capela e o retábulo do altar são um mimo de arquitectura rural e o alpendre de colunas pertence ao século XVII, notando-se no pórtico as armas de S.Sebastião, batido pelo vento e pela vizinhança do rio,escreveu o historiador Santos Conceição.
Uma das fotos mostra que ainda hoje se festeja S.Sebastião, que recordo desde a minha infância, pois o meu pai e outros homens da Barca faziam todos os anos a festa ao Santo que terá protegido as populações da epidemia.
A Barca, ou seja o Casal Novo do Rio ,tinha em 1940 , cerca de 300 almas, o que quer dizer que os putos davam para fazer alarido junto do mastro que tinha um galo, situado no seu extremo. Claro que não era fácil subir o mastro, com uns bons metros de altura , sem apoios, por ali acima, e quando se estatelavam no chão, era o melhor da festa para alegria dos putos, como eu, desse distante tempo.
Afinal, não sei para que tanta" maldade temos no corpo" se cada homem traz dentro de si a criança que continua a viver tão humildemente.

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