domingo, 21 de outubro de 2012

Compreendo deste modo o meu direito de morrer

Evidentemente que não estou a pugnar pela morte de ninguém, era o que me faltava agora por instinto ou loucura, promover a morte do meu semelhante.
O que pretendo acentuar é uma opinião assumida numa longa vida de vivas lições e sofrimentos nos outros, que são também os meus sofrimentos e pesar. Mas hoje vou mais longe e assumo a discussão da eutanásia, por mim desejada no momento próprio, desde que o meu quadro de vida em decadência e com a morte anunciada, por dias ou horas,num caos de sofrimento. Assinaria hoje mesmo um documento para não originar problemas judiciais á família, afirmando a minha vontade que seja abreviado o meu fim com morte assistida, o que considero um alivio não destituído de dignidade. Tal facto devia acontecer enquanto estou saudável de faculdades mentais, como hoje acontece .
Não é no meu estado moribundo que teria essa atitude, seria hoje. A lei devia permitir-me escolher as condições em como quero desistir de viver, devidamente orientado na legalidade jurídica.
Todos nós já tivemos familiares e amigos que partiram num pungente sacrificio de sustentação de vida por um fio, e é aqui que bato pela minha dignidade e a opção entre viver já desenganado dos médicos, em circunstncias terminais, ou continuar com asolidariedade da família no, está por horas, coitado, o que ele sofre para morrer.
Eu sei que a Igreja Católica, jamais apoia este quadro do meu direito em morrer como eu desejo, prefere que a medicina encontre soluções para entreter-me na agonia, cobrando sempre aos que tem dinheiro para esse preconceito, mesmo que a viúva venda os anéis e fique em situação precária, e eu tive essa triste experiência na minha família, dai esta minha certeza no meu desejo de acabar,quando já sou um corpo s desmoronar-se na podridão.!.
A genética desvenda os segredos das doenças,a medicina avançou de tal modo, que julga poder vencer as incidências do envelhecimento físico, mas a partida é inevitável. Está estabelecida pela natureza desde que nascemos, cumprindo-se a máxima; quem de menino não vai, de velho não escapa. Esta certeza na condição humana, torna-nos esclarecidos nesta realidade se o quisermos ver melhor, também nos torna humanos e leais companheiros da família e das pessoas que nos rodeiam.
Há particularidades na vida que não merecem discussão, inveja e ódio, ou a falta de respeito e humanidade pelos outros. Ninguém merece sofrer para morrer, quantas vezes ouvimos algumas frases tristes e frias de alguém menos caridoso a dizer " está a sofrer tanto, está a pagar pelo mal que fez... Ninguém merece ser apontado assim no momento pós derradeiro.

Mas quanto à minha pessoa, estou sereno, os outros é que me avaliarão, se terei sido mau ou bom, ou talvez as duas coisas, e acredito que todos nós temos de pagar a nossa factura mais ou menos onerosa, pelo facto de estarmos vivos e termos de deixar de estar. Insisto no desejo de ser instituida uma lei que autorize a Eutanásia à qual o próprio possa aceder legalmente. Que lhe seja reconhecido o direito de morrer, lei que tarda em aparecer no meu país.
Só espero que venha a tempo de eu ainda poder usufruir dela.

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