segunda-feira, 8 de outubro de 2012

O sino tocou-me e eu recordei Montemor-o-Velho

Sou um tipo agarrado ás minhas memórias da infância e juventude.
Sinto ainda em mim, os afectos da familia e das pessoas do lugar onde nasci, o meu Casal Novo do Rio, de gente modesta com quem ainda hoje me identifico no equilibrio e convicção de onde venho, e o que quero na vida e aprecio nas pessoas.
Bastou ouvir tocar o sino da Igreja em Armação de Pêra convidando os fieis para as missas e procissões, para eu e a minha mulher relembrármos as cerimónias religiosas da semana santa na nossa terra, a antiga Vila de Montemor-o-Velho.
Tudo tão longe no espaço e no tempo, e no entanto tão nítido na nossa imaginação.
Assim lembrei-me também do meu pai, que na solene procissão do Senhor dos Passos, a procissão nocturna, me levava às cavalitas nos seus ombros,da zona baixa da Vila, até à Igreja de Alcáçova no interior do Castelo, pelas ladeiras ingremes e mal iluminadas, onde as velas acesas nas janelas das residências, prendiam a minha atenção de miúdo. Lembro-me do silêncio, só quebrado pelo constante bater do sino, e a espaços pela banda filarmónica; elevavam-se os acordes bem altos duma música, que eu só mais tarde soube que era uma marcha fúnebre,muito bonita por sinal.
O tempo correu, mas ficou-me sempre uma certa atracão por esta procissão noturna, e num passado ainda próximo eu e a minha mulher durante alguns anos seguidos, nos incorporámos nela como Irmãos que somos inscritos na Irmandade da Misericórdia.
No presente,à poucos dias portanto, em Armação, os sons dos sinos soaram com mais intesidade do que o habitual, vindos da Igreja ali na pracinha ao lado, perto da nossa casa. Era a festa da Sra. dos Navegantes. O povo dalí é crente e a procissão prova isso mesmo. Também assistimos.

Foi eternecedor para mim,escutar aquele sino em Armação... Acordou-me do
sonho que agora é o passado. E que agradável foi recordar.


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