O Romance com 432 páginas, com prefácio do Dr Machado Lopes, licenciado em Arqueologia, é por força do saber, saber de Salgado Tanoeiro, uma viagem a hábitos e culturas das nossas gentes, hoje ultrapassadas nas nossas aldeias, por outros formatos de linguagem e tecnologias, se recordarmos o tempo dos borralhos e a panela de ferro com três pés, onde as nossas populações cozinhavam o caldo de couves e feijões, cavando a terra do amanheçer ao por do sol, por um pedaço de nada!
Este livro de página em página , e permitam-me pessoalizar este apontamento, levou-me a algumas recordações, ( podendo levá-las a si,) pelos personagens criados pelo escritor, porque nelas nasci e com elas vivi na minha infância e juventude, formando o meu carácter no Casal Novo do Rio. Montemor-o-Velho
Voltando ao romance, que me prendeu pela verdade da sua narrativa e dos seus personagens que ainda hoje me são familiares; O Leandro dos Tordos, o Tónio da Rinchoa. O Mosca-Morta, o Pé Descalço, gentes livres e de uma época ,entre outras figuras populares de comunidades que não existem hoje e que o escritor preservou na historia, com a sua arte , trazendo no presente as nossas terras e gentes que são um estudo antropologico .Foi um prazer regredir no tempo, e senti-los de novo no meu imaginário, com os seus amores e as suas zangas, se recordar a injecção contra o tecto, de intuitivo vernáculo, o horror do Daniel, aos animais e á tropa, faziam do pobre rapaz, (parecia -me conheçe-lo de algum lado,) um antro de fobia , mesmo que fosse um miserável burrico!.
Minha Terra Minha Gente,com justiça o digo e sem lisonja de amigo para amigo, é um excelente romance repleto de imensa tradição das nossas gentes da nossa região, onde não falta os tempos gloriosos de Alves Barbosa,de vidas e coisas com recordações de antanho, de onde vim e jamais vou sair, graças ao escritor que nesta obra, diria admiravel me ajudou a relembrar-me da minha terra e da minha gente sofrida e ainda hoje nostálgica para mim, apesar do( cimento) que sempre me rodeou a minha vida profissional e na minha sobrevivencia.
Salgado Tanoeiro e a sua esposa,e que pelo facto das minhas férias e da minha mulher, não fomos ao lançamento do romance, algures num alpendre onde se guardam os tractores da lavoura, tiveram a gentileza de nos visitar em nossa casa Figueira da Foz, trazendo-nos afectos e memórias com esta MINHA TERRA E MINHA GENTE
E se eu e a minha mulher ficamos ligados para sempre ao romance, por dentro das páginas da sua obra com referencias ás nossas actividades em Montemor, existe só nesta atitude de Salgado Tanoeiro, o velho companheirismo associativo e gosto pelas causas populares, apenas aquele contacto e jamais comparações com a elevada magia do escritor e poeta do Baixo Mondego
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