Alguns, muitos portugueses tiveram o privilégio de nascer num"berço de ouro", fadados nas fraldas da sorte. Mas um país e uma democracia não é só destinada aos privilegiados, coisa essa do destino que não me faz inveja, um defeito que deve deve ser terrivel, não sei... O que sempre me fez sentir a cidadania, são os outros que não nasceram com o "cu "virado à lua , carregando do nascer até à cova,( aí sim, democracia igual para todos) os sacrifícios de vidas de trabalho e a luta pela sua dignidade pessoal e familiar, pois é neste quadro social que sempre militei e vou continuar. É
pois neste quadro misterioso de não termos culpa de nascer com fraldas de seda , ou de trapos , que os desprevenidos da sorte, sofrem a pior das humilhações com gestores e politícos que por artes e incompetênia, conseguem destruir o Estado Social, que deveria ter como função proteger os que agora sofrem verdadeiros roubos aos seus parcos rendimentos, enquanto outros já de si glorificados pelo destino e quem sabe , por força honesta do seu trabalho, fazem desta crise a continuada festa da vida. Eu e a minha mulher pagámos muitas vezes os subsídios em duas partes ás nossas colaboradoras cabeleireiras, pois é assim que se partilha a produção do trabalho entre as capacidades de cada qual. Nos tempos que se vivem, não há trabalho para" catar um piolho", enquanto que a honestidade de alguns empresários está á medida da sua ganância, pois existiram sempre e vão continuar a existir, os verdadadeiros patrões e os patrãozitos , quem sabe se estes não nasceram no tal"berço de ouro", insensiveis ao destino dos que não tiveram a sorte de nascer com o "cu" virado para a lua!
P.S.
A frase pertence ao meu saudoso amigo Santiago Pinto. Na campa da minha mãe, em Montemor-o-Velho, o poeta Santiago Pinto, escreveu numa lápide que se perpetua no tempo, um poema de saudade onde medito sempre que vou ao cemitério, pois ali tenho garantida uma cova ora quente ora fria.
Uma maneira de recordar o Santiago Pinto, naquele texto de tristeza e desabafo com a sina de um povo. O povo que corre, corre, por um pedaço de pão, e espera um subsídio de Natal ou de férias, para equilibrar o seu orçamento famíliar e agora retirado, enquanto os culpados lavam as mãos, como Pilatos, desta inquieta situação social, e que culpados há por ai...
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