Decerto por ter sido uma revolução de cravos, deu no que deu...No passado, o povo gemia com a carga das dificuldades, numa luta de classes que nos conduziu á revolução, enquanto hoje me revejo nos mesmos sonhos e na mesma controversa realidade social, feita de profundas desigualdades. Sim: no tempo em que eu sonhava que um povo de caldo e meia sardinha um dia lançaria a sua marmita para o canto, esse desejo ainda não aconteceu, pois os dados em política não são inocentes e eles aí estão iguais a ontem e ainda hoje esmagam os mais pequenos, desprovidos de recursos materiais e sujeitos á ganância de outros, e de um capitalismo falido. Mas a ideia que eu tinha da liberdade, nesses distantes anos, ainda a tenho no meu modesto espaço de politização e que motiva no meu quadro humanista, a partilha com os outros das regras do bem comum em sociedade, sem os habituais parentes pobres do sistema. Os gestores e os políticos não quiseram satisfazer-me essa minha ambição, hoje a democracia continua repleta de traições, longe ainda do seu elevado espírito de justiça e solidariedade para com as classes desfavorecidas, sempre tramadas com os bilontras do costume.
Por isso na complexidade das ideologias de cada um e nas suas opções , o meu conceito de liberdade e a tua também, ( se a quiseres possuir ,) coexiste no poder das maiorias e num Estado Democrático, salvaguardando-se o direito das oposições e dos seus programas, por forma que a dignidade das partes seja de todo respeitada, entre os vencedores e os vencidos. Infelizmente , e com aqueles príncipios tão sublimes de um país que se quer e é livre, (ideológicamente) a revolução deu no que deu, originando-me hoje a vontade para outra e continuada revolução em que não haja partidos unicos e ditaduras quer de esquerda ou de direita, que acabam sempre em fins trágicos e arrastadas pelas ruas da indignidade. Os que fizeram traír os sonhos de Abril, estão gordinhos e a farfalhar a obra que nos deixaram e a justificar que o seu percurso com os dinheiros públicos, fosse escutado no banco dos réus. No meio desta desgraça, e esta é outra visão das revoluções, o que penso é que todos necessitam de sonhos , para que um dia vejam a crua realidade.Esta tese , por mim respeitadora, nos que acreditam nela, (Paz, Terra e Pão) mesmo com a força das balas e dolorosas prisões para o meu semelhante, nunca chegará a todos , já que para se atinjir a igualdade e a fraternidade , muitos outros são esmagados pelo caminho. Por outro lado ,meus amigos, não acredito num Estado Patrão, um sovina dos diabos, que nunca tem meios para pagar o subsídio de férias e Natal, e eu sou por este direito aos trabalhadoes ,agora traiçoeiramente roubados, numa democracia em liberdade e que não merecia esta maldição.
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