segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Portugal teve e ainda tem as suas damas de preto.

A razão humana  não devia oferecer a alguns povos  a sua condenação ao silêncio e as prisões desumanas só pelo facto de pensarem diferente dos que assumem o poder. Mas a história está repleta do domínio de uns sobre os outros, quantas vezes feito na pior das brutalidades. Por cá, na ditadura Salazarista, as nossas damas ainda hoje choram e vestem-se de preto, com a morte estúpida dos namorados, dos filhos, numa guerra em África , que marcará para sempre um período negro da nossa história recente.Uma ditadura cega que não procurou em África  os caminhos da paz, numa fase inicial em que esse extraordinário bem ainda era possível com os dissidentes africanos. Mas o ditador de mau feitio e homem de todos os saberes preferiu que a queda do império não tivesse honra nem proveito, banhando-o de sangue e vestindo o país de luto. Nessa época a polícia política não dormia, a própria Igreja abençoava a mortandade de tantos jovens portugueses, muitos vi-os partir, de serviço na P.M., muitos não voltaram às suas familias. Salazar era um ditador só no mundo que avançava e ele não queria ver essa realidade. As prisões estavam cheias de gente que o contestava, acabou por cair da cadeira, já esgotado de tanto ódio. A oposição com ele não tinha diálogo, pois gostava de se sentir orgulhosamente só...como é norma de todos os ditadores.

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