domingo, 17 de junho de 2012

Falámos uma vez com Zeca Afonso

Eu a minha família falámos uma vez com o poeta e cantor, num restaurante na Mealhada, já lá vão imensos anos !
Sentados a uma mesa reparei na sua entrada no restaurante e disse para a minha família ...Vem aí o Zeca Afonso...Ele percebeu pelos imediatos olhares da família e meteu conversa connosco, numa terna simplicidade, com pessoas que não conhecia e que nunca mais as contactou, tal como nós com o poeta e cantor.
No sábado no castelo em Montemor-o-Velho, recordei esse distante e efémero encontro com uma personalidade ímpar de talento e humildade. O conjunto João Mata, tendo á sua volta perto de 8oo pessoas, cantou e fez cantar os presentes as musicas do Zeca Afonso, num espaço que simboliza história de Montemor, e que serviu naquele belo recinto, para reflectirmos a grandeza do poeta e intervencionista social, como foi e ainda é a arte de Zeca Afonso.
Do sonho e da otupia da sua fraternidade, Zeca Afonso, sentiu-a como ninguém no âmago da sua consciência cívica, por isso as suas mensagens têm sempre centenas e centenas de admiradores, porque o poeta escreveu e cantou as palavras da verdade incontestável, ou seja a solidariedade e os valores da amizade entre os homens, de todas as raças e de todos os credos, E é essa vincada sinfonia de palavras e sons que nos sensibiliza e também a coragem das suas denuncias atravez das suas musicas. O estado novo de Salazar não o perdeu de vista e atirou-o para a prisão com as armas que o fascismo usa para vencer as livres consciências dos povos. Zeca Afonso nunca poderia estar ao serviço de potenciais criminosos e contestou vivamente os crimes de que foram vitimas José Dias Coelho e Catarina Eufémia. Escreveu e cantou a sua revolta, para depois dar outro exemplo maior, quando deixou de apoiar o partido comunista , por entender que não evoluia , fazendo crer ainda que pareciam viver no tempo de Lenine, acabando por apoiar Otelo Saraiva de Carvalho e Maria de Lurdes Pintassilgo
Zeca Afonso nunca foi um poeta e cantor dos avarentos e dos que sonham com vinganças, dos que vivem do ódio e de raivinhas medíocres. Ele foi na minha maneira de ver um homem que combateu todo o tipo de injustiças sociais e económicas, e daí  não gostava de vampiros e dos que para sobreviver ou enriquecer, são capazes de chupar o sangue do próximo, e construiu com o seu humanismo a sábia e verdadeira fraternidade entre os comuns mortais.

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