- A Figueira da Foz está decadente e não merecia!
Uma senhora da Figueira da Foz que esteve no casino a assistir ao Festival dos Cabeleireiros, encontrou-me no dia seguinte no Bairro Novo e disparou aquele desabafo. E continuou num misto de mágoa e censura - onde estavam os nossos autarcas, para não comparecerem nesta festa? E as cabeleireiras da Figueira, que não vi nenhuma ali a mostrar o seu trabalho... Ai que pena eu senti da minha cidade, e até me lembrei de como era dantes. Gostei muito de ver aquela gente do Norte a pentear com gosto, e até vieram de longe não olharam ao sacrificio. E o vosso trabalho, o seu também, e as creanças, tudo tão bonito para a minha terra, por isso devia ali estar alguém da autarquia, eu não me conformo...
Eu não podia voltar as costas, mas também não sabia o que havia de dizer á revoltada senhora, já que nem tenho queixas a fazer de ninguém, pois a minha realização profissional e pessoal foi tão grande, que não deixou espaço para reparos de nenhuma ordem.
Mas lá arranjei alento para algumas palavras assim mais ou menos. - Óh minha senhora não se preocupe, a Figueira da Foz é uma cidade tão bonita, uma terra de gente boa e mereceu bem este Festival, e outros voltarão concerteza! Não se fala em decadência, não diga tal coisa!
Ela sorriu á perspectiva de futuramente voltar a haver festival, e eu aproveitei para acrescentar que nessa altura talvez apareçam todos os que agora faltaram...
Ela abanou a cabeça em jeito de pouca fé, e eu ainda a viver os ecos do festival, despedi-me satisfeito.
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