Os anos já se contam por muitos, 58, quando conheci o Victor em Montemor-o-Velho.Eu tinha 12 anos e já frequentava a barbearia do meu padrinho Júlio Medina, quando da Figueira chegou também para fazer aprendizagem, instalando-se na Pensão Levi, em regime de cama e mesa e roupa lavada. O pai Albano Davim, possuia uma barbearia na rua da República, frente ao café Nau, mas o filho ao estagiar em Montemor, teve mais facilidade em trabalhar .Naquele tempo não existiam escolas de formação e Montemor com as 5 barbearias,lançou pelo país muitos trabalhadores do ramo. Mais tarde regressámos à Figueira,o Victor para trabalhar com o pai Albano e eu por aqui trabalhei, até deixar a Figueira.
Hoje fui despedir-me da sua amizade, de uma franquesa absoluta, às vezes impetuosa, mas garantidamente genuina no seu carácter, pois 58 anos depois eu sabia que não foi um amigo de retóricas e manipulador das palavras. Sem conversa fiada que é o sustento dos que nada sentem, o Victor partilhava a solidariedade. O Victor, como dizia o Licinio, foi pão pão queijo queijo, quando falava com as pessoas por quem sentia amizade, notava-se imenso respeito pelas palavras que dizia. Ultimamente o meu amigo Victor,vivia em Gondomar, mas tinha na Figueira da Foz uma fiel clientela e deslocava-se todos os meses a sua casa, onde atendia os seus clientes, coisa rara de fidelidade a um barbeiro ou cabeleireiro.
A sua esposa e ao Pedro,uma família unida e muito bonita,deixamos o nosso abraço de sempre, com estima, eu, o Licínio,outro velho companheiro de Montemor,que foi também barbeiro e a Dília Fernandes
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada por comentar as minhas ideias.Volte sempre!